Mesmo com reservatórios de hidrelétricas mais cheios que o habitual, a conta de luz pode ficar um tanto mais cara em 2024.
Mesmo com reservatórios de hidrelétricas mais cheios que o habitual, a conta de luz pode ficar um tanto mais cara em 2024. Motivo: a concessão de uma série de subsídios.
A Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace) estima que a alta da tarifa pode chegar a 10,41%, a depender das distribuidoras de energia e do uso de crédito de PIS/Cofins para conter esse aumento.
O reajuste nos preços pode ser o mais elevado desde 2021. Naquele ano, o preço da energia elétrica variou, em média, 21,22%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano seguinte, houve uma queda abrupta de 19,01%, motivada pelas desonerações tributárias concedidas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2023, até outubro, a conta de luz acumula alta de 7,78%, em média.
Se confirmado, um reajuste de mais de 10% na tarifa média corresponderá a mais que o dobro da inflação esperada para 2024. O ponto médio (mediana) das expectativas de bancos, corretoras e consultorias para o IPCA do ano que vem está em 3,92%.
A alta nos preços também coincide com um momento em que os reservatórios estão com grande quantidade de água, o que dispensa o acionamento de muitas termelétricas, que geram uma energia bem mais cara.
Em outras palavras: o custo médio da energia gerada no país está mais baixo que em anos de seca, o que deveria se refletir em mais tranquilidade para o consumidor.
Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que os reservatórios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal responsável por fornecimento de energia hidrelétrica ao Brasil, estavam com 63,9% da capacidade máxima no domingo (3).
Detalhes da proposta de reajuste na conta de luz
Atualmente, os benefícios concedidos pelo governo federal são direcionados ao consumidor. Estes valores são distribuídos em todo o país e são aplicados como tarifas nas contas de luz. Portanto, a nova concessão de benefício acarretará um impacto financeiro notável para os brasileiros. O reajuste total da medida poderá custar em torno de R$ 6 bilhões ao ano. Agora, como vai ser distribuído, ainda é um mistério.
A proposta ainda encontra-se em análise. Neste vale ressaltar que a sua aprovação não é certa e indefinida é a data para o reajuste entrar em vigor, caso seja confirmado. Entidades como a Frente Nacional dos Consumidores de Energia já se manifestaram contra a medida. A entidade enviou uma carta para o presidente Lula solicitando a revisão da proposta.
Quais seriam as implicações da prorrogação dos subsídios?
A medida em estudo prevê a prorrogação dos subsídios por três anos. Sendo assim, o projeto poderia representar um aumento nos custos com energia para o mesmo período, caso fosse confirmado. A defesa da medida vem, principalmente, de estados que seriam beneficiados pela decisão, porém, demais localidades ainda não se manifestaram oficialmente sobre a questão.