O ano de 2025 começou com um alerta para quem paga energia elétrica no Brasil.
A previsão é de um aumento médio de 4,67% nas tarifas para consumidores de baixa tensão (grupo B). E o principal motivo tem nome e sobrenome: Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD).
O aumento nas tarifas de energia elétrica é um tema relevante e pode ter um impacto significativo nos orçamentos das famílias e empresas. É fundamental entender os motivos por trás desse aumento e como ele afeta os consumidores.
O que está por trás do aumento?
Segundo cálculos do SETE (Serviço para Estimativa de Tarifas de Energia), cerca de 90% desse reajuste vem da alta nos custos da TUSD. Os principais vilões são dois: TUSD CDE, com alta de +23%, e TUSD Fio B, com alta de +7,26%. Esses valores foram calculados com base nas 51 distribuidoras do país, ponderando o mercado de cada uma. Vale lembrar que esses dados não incluem tributos nem possíveis acréscimos de bandeira tarifária.
Por que a TUSD CDE subiu tanto?
A alta da TUSD CDE está ligada a dois fatores principais: o Programa Luz para Todos, que teve aumento no custo para acelerar o processo de universalização da energia elétrica, e os subsídios a fontes incentivadas, que ampliaram o uso de energia com incentivos e pressionaram os custos.
E o que pressiona o Fio B?
No caso da TUSD Fio B, a pressão vem da inflação. A chamada Parcela B é reajustada por índices como IGPM ou IPCA, dependendo do contrato de concessão. Por isso, o aumento desse componente está diretamente ligado à correção monetária.
Contratação de energia: alívio quase anulado
Outro ponto importante é a expectativa de alta de 12,51% nos custos de contratação de energia. Esse aumento geraria um impacto de +4,21% nas tarifas. No entanto, ele quase se anula graças a dois fatores: créditos tributários de PIS/COFINS e redução na TE ENCARGOS.
O que ajudou na redução da TE ENCARGOS?
A queda dessa tarifa se deve a três fatores: pagamento dos empréstimos da Conta Covid e da Escassez Hídrica, graças à MP 1.212/2024, cota zero da CDE GD para 2025 e entendimento da Aneel de que os valores autorizados nos últimos reajustes já cobrem os custos do ano.
Nem tudo é média: variações entre distribuidoras
A média de 4,67% pode ser enganosa. É importante olhar para as variações reais entre distribuidoras. Os dados mostram que 68% das concessionárias terão reajustes entre -3,4% e +12,8%, a maior alta pode chegar a +28,87% e a maior queda pode atingir -10,38%. É fundamental entender essas variações para ter uma visão mais clara do impacto do aumento nas tarifas de energia elétrica.