Brasil emergiu como um líder global em investimentos em energias renováveis, durante o ano de 2023, ocupando o terceiro lugar no ranking, atrás apenas da China e dos Estados Unidos
Os dados do relatório Energy Transition Investment Trends 2024 revelam que o Brasil emergiu como um líder global em investimentos em energias renováveis, durante o ano de 2023, ocupando o terceiro lugar no ranking, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Com um montante de aproximadamente US$ 25 bilhões investidos, o país demonstrou um compromisso significativo com a transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.
Uma parte substancial desses investimentos foi direcionada para a energia solar, uma vez que o Brasil ultrapassou a marca de 2,5 milhões de sistemas solares instalados em residências e outros tipos de imóveis. De acordo com dados da ABSOLAR e da ANEEL, essa expansão resultou em uma capacidade total instalada de 38 GW em energia solar, englobando tanto a geração centralizada (GC) quanto a geração distribuída (GD). Este número representa cerca de 16,8% da matriz elétrica brasileira, evidenciando o crescente papel da energia solar na diversificação e na sustentabilidade do fornecimento de energia do país.
Esses dados refletem o comprometimento do Brasil em aproveitar seu imenso potencial de recursos naturais e impulsionar a transição para um futuro energético mais limpo e sustentável. Além disso, demonstram a confiança dos investidores nacionais e internacionais no mercado de energias renováveis do Brasil e sua capacidade de continuar crescendo e se desenvolvendo nos próximos anos.
Afinal de contas, vale à pena investir em sistema de energia solar em minha residência?
Sim, vale. Mas é preciso entender como funciona e qual sistema instalar, para que tenha melhor aproveitamento e maior rentabilidade.
Para gerar sua própria energia a partir do sol, não é instalar apenas as placas solares, como muitos acham. “É preciso instalar todos os componentes que compõem o sistema fotovoltaico, incluindo módulos fotovoltaicos (placas), inversores (convertem energia em corrente contínua (CC) para corrente alternada (CA) que é a energia utilizável nas tomadas comuns), além dos cabos de conexão e as devidas proteções dos circuitos”,
explica o engenheiro da Fox ESS, Caio Garbelotto.
Para garantir o desempenho ideal e manutenção da garantia dos equipamentos que compõem o sistema fotovoltaico, é essencial seguir as diretrizes do manual de instalação. A instalação deve ser realizada de acordo com as especificações técnicas rigorosas e práticas de segurança estabelecidas pela ABNT NBR 16690:2019 e IEC 60364-7-712, NBR5410, e outras normas da relevantes das distribuidoras de energia local.
“O procedimento de instalação deve incluir uma avaliação completa do local, garantindo a seleção e o dimensionamento adequados dos componentes de sistema. Além disso, é fundamental conduzir verificações e testes de comissionamento para confirmar que o sistema está operando conforme o esperado e atendendo aos requisitos de desempenho”, complementa o engenheiro.
Caio alerta que é necessário cumprir rigorosamente essas diretrizes e normas não apenas para assegurar o funcionamento eficaz dos sistemas fotovoltaicos, mas também para garantir a segurança dos instaladores, dos consumidores e a conformidade com regulamentos aplicáveis. “É fundamental que os profissionais envolvidos na instalação tenham o conhecimento e a experiência necessários para seguir essas diretrizes com precisão e garantir o sucesso do projeto”, orienta.
Já o off-grid não é um sistema conectado à rede elétrica, ou seja, funciona de forma independente. “As placas solares geram energia e transferem para o controlador de carga. Este controlador, por sua vez, envia cargas para as baterias e para o inversor. Enquanto tiver sol, o inversor estará funcionando. Porém, na ausência da luz solar, as baterias carregadas serão as responsáveis por enviarem estas correntes ao inversor e este encaminhará as correntes alternadas para abastecer as redes de eletrodoméstico, computadores, televisores, chuveiros, lâmpadas, etc da casa. Portanto, para que todo este sistema seja funcional, são necessárias baterias recarregáveis de íons de lítio com alta capacidade de armazenamento e maior vida útil, principalmente, para abastecer toda a rede na época de inverno, de chuva e outras intercorrências”, recomenda.
Inversores disponíveis no mercado – Existem diversas opções de inversores solares disponíveis no mercado – on grid e os híbridos – cada um com características específicas adequadas para diferentes tipos de sistemas solares.
Opções de inversores no mercado?
Existem algumas alternativas de inversores solares disponíveis no mercado, incluindo os modelos “on-grid” e os híbridos, cada um com características específicas adequadas para diferentes tipos de sistemas solares. Os inversores híbridos destacam-se ao oferecer maior independência energética, reduzindo o risco de interrupções no fornecimento de energia elétrica para o consumidor.
Os inversores híbridos são projetados para oferecer maior flexibilidade ao projeto, além de uma vida útil excepcional que pode chegar a décadas de funcionamento. Isso resulta em redução de custos de longo prazo, incluindo cabeamento, infraestrutura e manutenção, tornando-os uma opção econômica e eficiente.
A robustez dos inversores híbridos é um de seus principais pontos fortes, garantindo um alto desempenho mesmo em condições ambientais extremas, como calor, frio ou poeira. Essa confiabilidade é essencial para maximizar a produção de energia ao longo do tempo e garantir uma operação contínua e sem falhas.
A flexibilidade operacional dos inversores híbridos é outra vantagem significativa. Para Caio, eles oferecem diferentes modos de operação que podem ser ajustados de acordo com as necessidades específicas de cada usuário. “No modo “Self-Use” ou autoconsumo, a energia gerada pelos painéis solares é priorizada para uso imediato, reduzindo a dependência da rede elétrica e maximizando a eficiência energética. Os excedentes de energia podem ser armazenados em baterias para uso posterior, garantindo uma gestão eficaz da energia e economia nos custos de eletricidade”, pontua.
Quando a produção de energia solar excede o consumo local e a capacidade de armazenamento das baterias, o modo “Feed-in” entra em ação, permitindo que o excesso de energia seja injetado na rede elétrica. Isso proporciona ao consumidor créditos energéticos através do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE), semelhante a um inversor on-grid convencional.
Por último, o modo “Backup” (off-grid) oferece uma solução essencial para situações de interrupção da rede elétrica. Nesse modo, o inversor híbrido isola a propriedade da rede, alimentando cargas críticas com energia armazenada nas baterias. Isso garante que as funcionalidades essenciais, como iluminação e sistemas de segurança, permaneçam operando durante apagões, proporcionando segurança e tranquilidade aos consumidores.
Em resumo, os inversores híbridos representam uma solução energética inteligente e adaptável, oferecendo benefícios significativos em termos de eficiência, economia, sustentabilidade e segurança energética. Seu design avançado e capacidade de alternar entre diferentes modos de operação os tornam uma escolha ideal para propriedades que buscam maximizar o potencial da energia solar e garantir um fornecimento de energia confiável em todas as condições.
“Nossos inversores híbridos oferecem alta eficiência, variando de 97,4% (monofásico) a 98,6 (trifásico). São adequados para serem instalados tanto em áreas internas como externas graças ao nível de proteção IP65. E todo seu monitoramento é realizado de forma remota pelo portal da internet ou de seu smartphone”, explica Caio.
Valores de instalação do on-grid e off-grid
O cenário atual do payback de um sistema com inversor híbrido e baterias pode ser desafiador devido ao custo relativamente alto das baterias. No entanto, é importante destacar que o investimento em um sistema híbrido vai além do retorno financeiro imediato. A capacidade de garantir conforto e segurança aos consumidores em situações de falta de energia na rede externa é incalculável e adiciona um valor significativo ao sistema.
“Além disso, à medida que o preço das baterias reduzir no futuro, os sistemas híbridos se tornarão ainda mais viáveis economicamente. Prevê-se que a evolução tecnológica e as economias de escala na produção de baterias resultem em uma redução significativa de seus custos, tornando os sistemas híbridos uma escolha ainda mais atrativa para os consumidores”, complementa o engenheiro.
Outro aspecto importante a considerar é a rentabilidade dos sistemas híbridos em situações em que há diferenciação nos preços das tarifas de energia. “Por exemplo, se a energia é mais cara durante à noite, as baterias podem ser utilizadas para armazenar energia durante o dia, quando é mais barata, e usá-la durante o período de tarifa mais alta. Isso não apenas reduz os custos de eletricidade para o consumidor, mas também ajuda a maximizar o uso de energia renovável e a aliviar a carga sobre a rede elétrica durante os períodos de pico de demanda”, esclarece.
Portanto, embora o payback inicial de um sistema híbrido possa ser maior atualmente, os benefícios adicionais em termos de conforto, segurança e economia de energia futura, juntamente à expectativa de redução dos custos das baterias, tornam os sistemas híbridos uma opção atraente e promissora para o futuro.