Políticas públicas e incentivos fiscais desempenham um papel fundamental nesse processo, garantindo o protagonismo do Brasil nesse mercado em ascensão.
O hidrogênio verde emergiu como peça-chave na transição energética, prometendo impulsionar a descarbonização da economia mundial. Produzido através da eletrólise, utilizando eletricidade para separar as moléculas de água em oxigênio e hidrogênio, esse gás, para ser considerado verde, deve provir de fontes renováveis, como hidrelétricas, eólicas e solares. Essa tecnologia é vista como essencial para alcançar a meta de zerar as emissões de carbono até 2050.
O hidrogênio verde tem potencial para substituir insumos fósseis em diversos setores industriais, como o petroquímico e de fertilizantes, além de servir como base para combustíveis de emissão zero em todos os modais de transporte. No Brasil, com uma matriz elétrica majoritariamente renovável, superior a 80%, o país desponta como forte candidato a se tornar uma potência nesse segmento, especialmente devido ao seu potencial exportador.
Embora a tecnologia ainda esteja em estágio inicial no país, o anúncio do primeiro complexo industrial de hidrogênio verde no Ceará há dois anos colocou o Brasil no mapa global dessa indústria. O estado oferece uma estrutura portuária adequada para a exportação, sendo um requisito fundamental para a exploração desse tipo de hidrogênio.
O sucesso do projeto cearense atraiu investimentos de empresas nacionais e estrangeiras, totalizando US$ 30 bilhões, para instalação de usinas de produção e terminais de armazenamento de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Outras multinacionais também estão interessadas em investir, como a Qair Brasil, Engie e Fortescue, demonstrando o potencial de expansão desse mercado.
Além do Ceará, outros estados brasileiros já estão entrando no segmento, com 59 projetos de hidrogênio em todo o país. A Unigel, na Bahia, por exemplo, pretende ser pioneira na produção em grande escala, com investimentos estimados em R$ 7,8 bilhões até 2027.
No entanto, para avançar na produção comercial em larga escala, reduzindo custos e aumentando a competitividade, é necessário fortalecer a indústria nacional e reduzir o custo das energias renováveis, que correspondem a 60% do custo total do hidrogênio verde. Políticas públicas e incentivos fiscais desempenham um papel fundamental nesse processo, garantindo o protagonismo do Brasil nesse mercado em ascensão. Com investimentos estratégicos, o país tem o potencial de se tornar uma referência mundial na produção de hidrogênio verde.