A Vibra especializa o negócio de lubrificantes, com Marcelo Bragança à frente, visando alta performance e suporte à transição energética.
A Estratégia por Trás da Nova VP de Lubrificantes
Historicamente, o negócio de lubrificantes da Vibra (notavelmente sob a marca Lubrax) era uma unidade de grande porte, mas integrada à área comercial ou de marketing. Ao elevar a área a um status de Vice-presidência, a companhia sinaliza que o segmento será tratado como um motor de crescimento autônomo, com P&L (Lucro e Prejuízo) próprio e foco estratégico.
Essa reconfiguração busca desatrelar a performance dos lubrificantes da volatilidade do mercado de combustíveis líquidos tradicionais. É uma decisão que aumenta a governança corporativa e a transparência, permitindo que a área invista de forma mais agressiva em inovação, novos mercados e, crucialmente, em lubrificantes especiais e sintéticos de alto valor agregado.
O mercado de lubrificantes industriais é menos sensível ao preço do barril de petróleo e mais dependente da qualidade técnica e da assistência. A criação da Vice-presidência de Lubrificantes permite à Vibra capturar essa demanda por soluções especializadas, essencialmente tratando o Lubrax como uma marca de tecnologia, não apenas de volume.
Marcelo Bragança: Um Líder com Foco em Valor
A escolha de Marcelo Bragança para liderar a nova VP não foi aleatória. Bragança, com ampla experiência dentro da Vibra, conhece a fundo a cadeia de valor e os desafios operacionais do segmento. Seu mandato será, sem dúvida, voltado para a otimização de margens e a busca por nichos de mercado onde o know-how técnico é um diferencial competitivo.
No contexto do setor elétrico, onde a manutenção de uma turbina eólica, por exemplo, exige lubrificantes especiais que suportem temperaturas extremas e longos intervalos de troca, o foco de Marcelo Bragança será vital. Ele terá a missão de garantir que o portfólio de produtos da Vibra esteja alinhado com as especificações técnicas globais das fabricantes de energia renovável.
A expectativa do mercado é que Marcelo Bragança acelere a diversificação de produtos, investindo em formulações mais sustentáveis (como lubrificantes biodegradáveis e de base sintética). Isso está em linha com as crescentes demandas ESG (Ambiental, Social e Governança) que pautam os investimentos em energia limpa.
O Ponto de Contato com a Energia Renovável
Por que o setor elétrico deve prestar atenção à Vice-presidência de Lubrificantes? A resposta está na infraestrutura. O Brasil possui um dos maiores parques de energia eólica e hidrelétrica do mundo, e a longevidade desses ativos depende diretamente da qualidade dos insumos de manutenção.
As caixas de câmbio (gearboxes) das turbinas eólicas, por exemplo, são componentes caríssimos e operam sob estresse mecânico extremo. A falha de um lubrificante especial pode levar a paradas não programadas que custam milhões em perda de geração de energia. Empresas como a Vibra, ao especializarem sua produção, garantem maior confiabilidade e uptime para os players de energia limpa.
Além disso, a Vibra tem investido agressivamente em mobilidade elétrica e energia renovável, inclusive por meio de joint ventures (como a Comerc Energia). O portfólio de lubrificantes precisa evoluir em paralelo, preparando-se para o futuro: veículos elétricos e híbridos demandam fluidos e lubrificantes especiais com propriedades dielétricas e térmicas muito diferentes dos motores a combustão.
Um Sinal da Transição Energética
A criação da nova VP é um sintoma da complexa transição energética que a Vibra está atravessando. Como player tradicionalmente ligado a combustíveis fósseis, a empresa está diversificando para se tornar uma plataforma de multi-energia.
Nesse cenário, cada unidade de negócio precisa ser otimizada para ser um centro de lucro e inovação. A segmentação do negócio de lubrificantes reflete a maturidade da Vibra em reconhecer que a especialização em produtos de alto desempenho é o caminho para a resiliência financeira, independentemente de onde venha a energia que alimenta o país.
A estratégia é clara: enquanto o core business de combustíveis financia a expansão em energia limpa e mobilidade elétrica, as áreas de nicho, como lubrificantes, garantem a estabilidade e a alta margem, oferecendo suporte técnico crucial para a manutenção de todos os grandes ativos do setor elétrico.
Implicações de Governança Corporativa e Mercado
A nomeação de Marcelo Bragança e a criação da Vice-presidência de Lubrificantes também enviam uma mensagem forte ao mercado sobre a governança corporativa. A estrutura mais segmentada permite maior accountability e facilita a avaliação de desempenho por investidores e stakeholders.
O novo arranjo prepara a Vibra para um crescimento mais qualitativo. Em vez de focar apenas em ser a maior distribuidora de lubrificantes em volume, a meta passa a ser liderar em valor e tecnologia, sobretudo em setores exigentes como mineração, indústria pesada e, crucialmente, o segmento de energia renovável.
A especialização em lubrificantes especiais é uma aposta no longo prazo. O aumento da frota de turbinas eólicas e a modernização das hidrelétricas brasileiras exigirão produtos de manutenção cada vez mais avançados. Ao dar autonomia e uma liderança focada a essa área, a Vibra se posiciona como parceira tecnológica indispensável para a infraestrutura de energia limpa do país.
Visão Geral: Especialização para a Resiliência
A Vibra não está apenas trocando cadeiras ou criando um novo cargo. A Vice-presidência de Lubrificantes, sob a liderança de Marcelo Bragança, é um pilar estratégico que reforça a capacidade da companhia de atuar em nichos de alto valor.
Para o profissional do setor elétrico, essa mudança garante que a Vibra continuará investindo no suprimento de lubrificantes especiais e fluidos de alta performance, essenciais para manter o Brasil na liderança global de energia renovável. A especialização de hoje é a garantia de resiliência e sustentabilidade da infraestrutura de amanhã. O motor da Vibra foi ajustado, e o futuro é de alta performance técnica.