Em junho, a OCDE deverá divulgar um balanço dos pagamentos feitos pelos países desenvolvidos para a emergência climática
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta sexta-feira (26) que o momento não é de focar nas discussões sobre decisões a serem tomadas para conter o aquecimento global.
O momento, segundo ela, é de cobrar o que já foi conversado e financiar a transição energética.
“A partir de agora, é implementar o que foi acordado. É viabilizar os recursos, os meios de implementação”, afirmou durante entrevista coletiva na embaixada do Brasil em Berlim, segundo informou a Agência DW.
A ministra esteve na capital alemã para participar do Diálogo de Petersberg sobre Clima, encontro realizado desde 2010 no intervalo entre as conferências do clima das Nações Unidas.
Um dos papéis do Brasil na COP29, que acontece em novembro no Azerbaijão, será o de ir atrás da meta de financiamento dos países desenvolvidos.
Os maiores emissores de gases do efeito estufa, e que detêm mais recursos financeiros e técnicos, deverão ajudar no fim do uso de combustíveis fósseis e na mitigação dos efeitos do aquecimento global em países em desenvolvimento, o que a ministra chama de “transição justa”.
Um dos entraves nas negociações é a falta de consenso sobre o quanto da meta estabelecida em 2015, de um aporte anual de 100 bilhões de dólares, já foi cumprida.
Balanço do que já foi pago em junho
A ministra informou que em junho a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deverá divulgar um balanço dos pagamentos feitos pelos países desenvolvidos para conter a emergência climática.
Segundo Silva, esse valor está longe de ser o suficiente para resolver a crise climática, mas pode servir como uma especie de “catalizador” para mobilizar todos os recursos necessários, tanto públicos como privados, que “são da ordem de trilhões”. “Essa é a grande equação que teremos que resolver a partir da COP29.”
A promessa de disponibilizar 100 bilhões de dólares anuais havia sido feita originalmente na COP15, em 2009. Ela foi reforçada cinco anos depois pelo Acordo de Paris.
Originalmente, o objetivo era que, entre 2020 a 2025, as nações mais ricas do planeta financiassem US$ 100 bilhões anuais para que países em desenvolvimento enfrentassem e se preparassem para as mudanças climáticas. No entanto, o dinheiro ainda não chegou.
Fonte: MistoBrasil