ANEEL está prestes a iniciar uma investigação que promete impactar profundamente o mercado de energia solar no Brasil.
Em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), a agência vai intensificar a fiscalização sobre as empresas que oferecem planos de energia solar por assinatura, um modelo que tem se popularizado nos últimos anos.
Esse modelo de negócios permite que os consumidores acessem créditos de energia solar sem a necessidade de instalar painéis solares em suas casas, apenas pagando uma mensalidade para empresas que geram essa energia em fazendas solares. As empresas prometem descontos de até 30% na conta de luz, o que parece ser um ótimo negócio para os consumidores. No entanto, essa prática pode estar utilizando brechas na regulamentação para obter benefícios fiscais indevidos.
A investigação da ANEEL faz parte de uma determinação do TCU, que exigiu que a agência elaborasse um plano até setembro de 2024 para intensificar a fiscalização sobre a venda ilegal de energia por meio da geração distribuída. O foco está em empresas que usam a figura das cooperativas e consórcios para operar suas fazendas solares, enquanto, na prática, comercializam energia de forma disfarçada.
Com mais de 362 mil residências e estabelecimentos já conectados a esse tipo de serviço, a ANEEL e o TCU estimam que os subsídios concedidos aos assinantes desses planos alcançaram R$ 1,8 bilhão em 2023. Esses subsídios, segundo o TCU, acabam sendo repassados para os consumidores que continuam pagando tarifas normais às distribuidoras de energia locais, levantando questões sobre a justiça e a equidade desse modelo de negócios.
Empresas como Cemig, Energisa e Origo, que estão entre as gigantes do setor, serão alvo dessa investigação. Caso a ANEEL confirme as irregularidades, o modelo de energia solar por assinatura poderá passar por uma reavaliação rigorosa, afetando tanto as grandes empresas quanto as pequenas que estão entrando nesse mercado. Isso pode mudar completamente o panorama para quem já aderiu ou pensa em aderir a esse tipo de plano.
Essa fiscalização é vista como uma medida necessária para garantir a transparência e a competitividade justa no setor de energia solar no Brasil. Resta agora aguardar o desdobramento dessa investigação e as possíveis mudanças que ela poderá trazer para o mercado.
Créditos: E4 Energias Renováveis | Grupo E4