Falta de chuvas e bandeiras tarifárias de energia elétrica impactam diretamente no resultado mensal, apontam pesquisa do IBGE
A tarifa de energia elétrica residencial puxou a alta da inflação no Brasil em setembro, mostram dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (09/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme a pesquisa, a inflação do país acelerou para 0,44% no último mês, subindo 0,46 ponto percentual em relação a agosto, quando foi registrada deflação de 0,02%. O resultado foi influenciado pelo aumento da conta de luz, que passou de -2,77% em agosto para 5,36% em setembro. O item exerceu impacto de 0,21 pontos percentuais no índice geral do mês.
De janeiro a setembro, a tarifa de energia residencial do Brasil acumula alta de 4,83%, superando a inflação do país no mesmo período, que é de 3,31%. Conforme o IBGE, as capitais que registram os maiores aumentos na conta de luz ao longo de 2024 são Rio Branco (AC), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS), com 10,08%, 8,30%, 7,17% e 6,96%, respectivamente.
Acionamento das termelétricas
O gerente da pesquisa, André Almeida, destacou o impacto da bandeira tarifária da energia elétrica residencial no resultado. “A mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar um, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta. A bandeira vermelha patamar um acrescenta R$4,46 aproximadamente a cada 100kwh consumidos”, explicou.
Em outubro, a conta de luz vai ficar ainda mais cara no Brasil, com o acionamento da bandeira tarifária vermelha patamar 2, nível mais alto de cobrança adicional no consumo de energia elétrica. Serão acrescentados R$ 7,877 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
O atual cenário de escassez de chuvas faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais. A situação climática fez com que uma sequência de bandeiras verdes de mais de dois anos, iniciada em abril de 2022, fosse interrompida em julho de 2024 com a bandeira amarela.