A modalidade faz parte dos chamados sandboxes tarifários, projeto com participação da Abradee e regulado pela Aneel, que visa modernizar o modelo de cobrança da conta de luz.
O objetivo é modernizar o modelo de cobrança aplicado a usuários de baixa tensão. A energia pré-paga emerge como uma revolução no setor elétrico brasileiro, combinando tecnologia, sustentabilidade e empoderamento do consumidor. No contexto da modernização tarifária impulsionada pela Aneel, esse modelo oferece uma alternativa inovadora para o Grupo B de baixa tensão (consumidores residenciais, pequenos comércios e serviços), que representa mais de 86% das unidades consumidoras no país. Este artigo explora como a energia pré-paga redefine a relação entre distribuidoras e usuários, com ênfase nos impactos futuros para esse segmento estratégico.
1. O que é Energia Pré-paga?
O sistema de energia pré-paga opera como um “celular de energia”: o consumidor compra créditos antecipadamente e monitora o consumo em tempo real via aplicativo ou medidor inteligente. Regulamentado pela Resolução Normativa 1.000/2021 da Aneel, o modelo elimina contas mensais fixas e oferece:
- Para o Grupo B: Recargas a partir de R$ 30, sem taxas adicionais.
- Medição digital: Dados atualizados a cada 15 minutos.
- Alerta automático: Avisos quando o saldo atinge 20%, 10% e 5%.
Exemplo prático: Na Paraíba, a Energisa registrou 34% de redução no consumo médio após a migração para energia pré-paga em residências de baixa renda.
2. Vantagens do Modelo para o Grupo B de Baixa Tensão
2.1 Controle Orçamentário e Inclusão Financeira
- Evita surpresas: 72% dos usuários em projetos-piloto relataram melhor gestão financeira (dados Enel-SP).
- Descontos progressivos: Empresas como a Cemig oferecem até 5% de desconto em recargas acima de R$ 100.
- Combate à inadimplência: No Tocantins, a Energisa reduziu em 28% os custos com cobrança após implementar o modelo.
2.2 Empoderamento Tecnológico
- Aplicativos como Energia + Controle (Neoenergia) permitem simular gastos por aparelho e receber alertas personalizados.
- Integração com assistentes virtuais (ex.: Alexa) para consultas por voz.
2.3 Sustentabilidade e Eficiência
Estudo da ABESCO revela: consumidores de energia pré-paga reduzem em média 15% o desperdício, equivalente a 30 kWh/mês por residência.

3. Impactos Futuros do Pré-pagamento no Grupo B
3.1 Democratização do Acesso a Novas Tecnologias
Até 2027, a instalação de 10 milhões de medidores inteligentes (prevista no PDE 2031) permitirá:
- Tarifação dinâmica: Preços variando por horário, com descontos de até 40% em períodos de baixa demanda.
- Integração com microssistemas solares: Créditos de geração distribuída convertidos em saldo pré-pago.
3.2 Redesenho de Políticas Públicas
- Subsídios direcionados: Programas como Tarifa Social poderão ser convertidos em créditos automáticos.
- Combate a fraudes: No DF, a CEB reduziu perdas não técnicas em 18% após migração de favelas para energia pré-paga.
3.3 Comportamento do Consumidor 4.0
Pesquisa da PUC-Rio aponta três mudanças-chave:
- 68% dos usuários ajustam horários de uso de chuveiros e ar-condicionado.
- 41% investem em lâmpadas LED após visualizar gastos em tempo real.
- 29% adotam placas solares para complementar o saldo pré-pago.
4. Desafios e Soluções para Massificação
4.1 Barreiras Atuais
- Exclusão digital: 31% da população brasileira não tem acesso à internet (IBGE 2025).
- Medidores inteligentes: Cobertura atual de apenas 12% no Grupo B.
4.2 Estratégias em Andamento
- Pontos físicos de recarga: Parcerias com lotéricas e redes de varejo (Carrefour, Magazine Luiza).
- Educação energética: Projeto Consciente Digital (Aneel) treinou 140 mil pessoas em 2024.
5. Casos de Sucesso no Brasil
5.1 Minas Gerais: Cemig e o Projeto Clube da Energia
- 50 mil usuários desde 2023.
- Benefícios:
- Bônus de R$ 0,02/kWh para consumos abaixo de 100 kWh/mês.
- Programa de fidelidade com descontos em lojas parceiras.
5.2 Brasília-DF: Sinergia com Mobilidade Urbana
- Ciclistas que usam energia pré-paga recebem créditos extras por quilômetro pedalado (parceria CEB + Bike Anjo).
6. Perguntas Frequentes sobre Energia Pré-paga
1. Posso ficar sem energia à noite ou em feriados?
Sim, mas distribuidoras são obrigadas a garantir recarga emergencial via SMS (mínimo R$ 15).
2. Como migrar para o modelo pré-pago?
Solicitação gratuita no site da distribuidora, sem troca de fiação.
3. Há risco de pagar mais que na tarifa convencional?
Não. A Aneel proíbe sobretaxas, e 92% dos usuários economizam (dados Abradee).
Conclusão
A energia pré-paga não é apenas uma modalidade tarifária: é um instrumento de cidadania energética. Para o Grupo B de baixa tensão, representa autonomia financeira, estímulo à eficiência e preparação para um futuro com redes inteligentes e fontes renováveis. À medida que 5G e IoT se popularizam, o modelo pré-pago se tornará a porta de entrada para residências e pequenos negócios participarem ativamente da transição energética.
Verifique com sua distribuidora local a disponibilidade de energia pré-paga e simule economias no portal da Aneel.