Integradores precisam buscar mais conhecimento técnico para atender as necessidades de seus clientes.
A falta de conhecimento dos integradores e as recorrentes tentativas de fraude para obtenção de financiamentos são fatores que têm prejudicado a oferta e a liberação de crédito para os consumidores que almejam ter energia solar em seus imóveis.
Este foi o principal ponto de debate do painel de discussão do Canal Conecta sobre financiamentos de sistemas fotovoltaicos, que contou com a presença de executivos de instituições financeiras que oferecem linhas de crédito para o setor de energia solar.
Segundo os profissionais, é de fundamental importância que os integradores facilitem o trabalho das financiadoras para que elas liberem créditos com tranquilidade. “Hoje, cerca de 25% das propostas que recebo são tentativas de fraude”, disse Nuno Verças, CEO da Sol Agora.
Alexandre Ferreira, CEO da Bluesun Finance, explica que a falta de coerência de uma proposta enviada é o que mais complica a aprovação do crédito dos clientes. “Quando vocês [integradores] fazem um filtro de coerência e trabalham produzindo resultados previsíveis, isso é uma ajuda tremenda para nós”, comentou ele.
“Tem cliente que tem uma conta de energia elétrica de R$ 150,00 e que o integrador quer colocar um kit de energia solar na casa dele de 20 kW. Ou, então, uma proposta porém um financiamento de 72 parcelas no nome da sogra do cliente, que tem 75 anos de idade. Quando isso acontece, o pedido será negado por se tratar de uma potencial fraude”, exemplificou Ferreira.
Segundo Verças, é importante que os integradores busquem mais conhecimento técnico para conseguir atender as necessidades dos clientes, de modo que a proposta de financiamento seja minimamente viável tanto para as instituições financeiras como para seus clientes.
“Isso depende muito do integrador fazer um bom trabalho de aquisição de informações do cliente. No momento da análise de crédito, qualquer banco vai querer ter o máximo de informações sobre o cliente”, destacou.
Já Valnei Serpa, head nacional comercial da Sim, um braço do Grupo Santander, ressaltou que as tentativas de fraude para obtenção de financiamentos é algo muito ruim para o setor de energia solar como um todo, uma vez que os integradores que agem da forma correta também serão afetados.
“Nós [bancos e instituições financeiras] acabamos tendo que tomar atitudes mais radicais [quando o volume de fraudes começa a ficar muito alto], como apertar aprovação ou aumentar a taxa do financiamento, o que inviabiliza a venda de produtos”, completou Serpa.
Restrição de crédito
Durante o painel de discussão, Marco Conte, consultor de inovação e inteligência de mercado na Greener, também trouxe dados de estudos recém-divulgados pela empresa de pesquisa e consultoria.
O profissional explicou que elevada taxa de juros e a alta percepção de risco por parte das agências financiadoras contribuíram para que o primeiro semestre de 2023 fosse marcado por uma restrição de crédito, com uma queda de cerca de um terço do volume de vendas financiadas em relação ao mesmo período do ano passado.
Fonte: https://canalsolar.com.br/fraudes-no-setor-solar-tem-dificultado-aprovacao-de-credito-afirmam-financiadoras/