Durante abertura da primeira reunião ministerial do Grupo de Pesquisa e Inovação do G20, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a necessidade de ampliar a simetria em acesso e produção de ciência e tecnologia no cenário internacional
“Nosso objetivo é avançar na construção de soluções para acesso e transferência de tecnologia para países em desenvolvimento, reduzindo desigualdades e promovendo um movimento econômico inclusivo, justo e sustentável”, colocou Luciana Santos, ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), aos inicio dos trabalhos da Reunião Ministerial do Grupo de Trabalho em Pesquisa e Inovação do G20.
O Grupo realiza nesta quinta (19), em Manaus, capital do Amazonas, sua reunião de ministros após quatro ciclos de reuniões técnicas que ocorreram ao longo do ano tanto de forma virtual como em outros estados brasileiros. Após dois ciclos de encontro no modelo de Iniciativa do G20, nas presidências da Indonésia (2022) e da Índia (2023), esta é a primeira reunião ministerial da história da Pesquisa e Inovação no maior fórum de cooperação econômica internacional do mundo.
O eixo principal de debates proposto pela coordenação brasileira é ousado: inovação aberta para um desenvolvimento justo e sustentável, com foco em cooperação internacional; neutralização de emissão de carbono; promoção de saúde global; proteção do meio ambiente e fomento à diversidade, equidade e acessibilidade em ciência, tecnologia e inovação.
Luciana Santos salientou que o “G20 é essencial para definir ações globais em pesquisa e para superar desigualdades e assimetrias mundiais no acesso e produção científica e tecnológica” e apresentou os impactos negativos destas desigualdades. A ministra explanou que as assimetrias levam a respostas ineficazes a problemas como os das mudanças climáticas e crises de saúde, citando exemplos emblemáticos no cenário nacional como de fabricação de respiradores durante a pandemia de Covid-19 e de serviços relacionados ao enfrentamento das enchentes no sul do país em maio deste ano e no momento a situação de seca crítica nos biomas Amazônia e Cerrado, decorrentes de eventos climáticos extremos.
Por fim, a ministra também tratou dos tópicos de inteligência artificial, como tecnologia emergente, e do acesso a mercados de baixo carbono, com informações de um relatório que indica que países da América Latina e da África Subsariana podem perder a oportunidades no mercado pela falta de regras comerciais favoráveis e dos entraves na reforma dos direitos de propriedade da intelectual, o que facilitaria a transferência de tecnologia para estas nações.
“Estes países precisam de condições e capacidades tecnológicas equivalentes para reduzir os custos e tornarem suas matrizes energéticas mais limpas e renováveis, respondendo às múltiplas crises”, finalizou ela.
A reunião, que finaliza ainda nesta quinta-feira (19), encaminha-se para aclamação de um documento final, com resoluções e diretrizes sobre inovação aberta a serem trabalhadas pelos chefes de Estado e governo na Cúpula de Líderes em novembro, no Rio de Janeiro.