A estiagem está mexendo com o mercado livre de energia, fazendo os preços saltarem para R$ 300 por megawatt/hora (MWh), um aumento significativo em comparação aos R$ 200 praticados antes da crise hídrica. Para as comercializadoras, o desafio agora é se adaptar à volatilidade e planejar estratégias para os próximos meses.
Walter Fróes, diretor de planejamento estratégico da CMU Energia, compara o atual cenário ao mercado financeiro, afirmando que a chave para o sucesso é saber se posicionar nos momentos de alta e baixa. “Quem tem mais competência faz mais dinheiro”, destaca.
Nos últimos dois anos, o Brasil contou com a estabilidade das bandeiras verdes, mas a baixa nos níveis dos reservatórios trouxe incertezas. Contratos de longo prazo, que antes eram fechados por até R$ 120/MWh, agora enfrentam oscilações. Para o último trimestre do ano, a expectativa é de preços elevados, especialmente com a imprevisibilidade do período chuvoso.
Fróes ainda aponta que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) poderia ter acionado as termelétricas mais cedo, o que talvez tivesse evitado o cenário de bandeira vermelha atual. Para orientar seus 600 clientes, a CMU Energia publica análises regulares e recomenda contratos de longo prazo como a melhor opção para driblar a volatilidade. No entanto, empresas que precisam de energia extra, como indústrias com aumento de produção, estão expostas a custos imprevisíveis e maiores despesas no curto prazo.