Com a seca mais intensa dos últimos 94 anos afetando o Brasil, o governo federal está avaliando a possível volta do horário de verão como medida para poupar energia.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), essa decisão pode ser tomada caso o cenário hidrológico se agrave, mas ele assegura que, por enquanto, não há risco de racionamento ou falta de energia.
Na última terça-feira (10/09), Silveira explicou que, embora o retorno do horário de verão seja uma opção, nada está decidido. “É uma medida controversa, mas com benefícios econômicos. Turismo, bares e restaurantes seriam diretamente impactados de forma positiva”, afirmou o ministro.
O horário de verão foi suspenso em 2019, mas, segundo Silveira, a medida poderia aliviar o sistema elétrico durante os picos de consumo no início da noite, especialmente quando a produção de energia solar cai no fim da tarde. Nesse horário, a demanda por energia dispara com o uso de aparelhos como ar-condicionado e chuveiros elétricos.
Ainda assim, especialistas ressaltam que o impacto da medida sobre o consumo de energia tem diminuído ao longo dos anos. Segundo Tiago Lobão Cosenza, conselheiro do Instituto Brasileiro de Direito de Energia, a eficiência energética dos novos equipamentos e sistemas de iluminação faz com que os ganhos do horário de verão sejam menores hoje em dia.
Instaurado em 1931, o horário de verão visava aproveitar a luz natural e reduzir o consumo elétrico entre 18h e 20h. No entanto, o aumento do uso de ar-condicionado durante a tarde e a substituição de lâmpadas incandescentes por modelos mais econômicos, como as fluorescentes e LED, mudaram o cenário energético do país. O que antes representava um alívio significativo para o sistema elétrico, hoje tem um impacto mais modesto.
Mesmo assim, em tempos de crise hídrica, o retorno do horário de verão ainda é visto como uma estratégia válida para aliviar a pressão sobre o setor energético, especialmente se apoiada em dados concretos sobre o consumo e a eficiência das fontes de energia atuais.
VEJA TAMBÉM:
Créditos: E4 Energias Renováveis | Grupo E4