Cenário internacional impulsiona Ibovespa e derruba dólar: otimismo por cortes de juros nos EUA
Na última quarta-feira (10), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia em alta, registrando um avanço de 0,54% e atingindo a marca de 142.386,85 pontos, segundo dados preliminares. Esse movimento foi impulsionado principalmente por ações de peso, como as da Petrobras e do Banco do Brasil (BBSA3). Apesar da alta, o índice se manteve um pouco abaixo de sua máxima do dia, que foi de 143.181,59 pontos, e próxima do recorde intradia histórico de 143.408,64 pontos, alcançado no dia 5. A mínima do pregão ficou em 141.611,77 pontos. O dólar, por sua vez, fechou cotado a R$ 5,4069.
Volume Financeiro: O Cauteloso Apetite do Mercado
Apesar das altas pontuais do Ibovespa, o volume financeiro negociado no dia, que somou R$ 16,76 bilhões antes dos ajustes finais, ficou abaixo da média diária do ano (R$ 23,7 bilhões) e até mesmo da média de setembro (R$ 18,2 bilhões). Esse cenário sugere que, mesmo com os bons desempenhos do índice no mês, os investidores ainda demonstram cautela em assumir posições mais arriscadas e agressivas na bolsa de valores.
Dólar e o Cenário de Atenção Nacional e Internacional
O dólar apresentou queda de 0,54% em relação ao real, fechando em R$ 5,4069. Os investidores estavam atentos a diversos eventos, incluindo a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de Estado, além da vigilância sobre os dados de inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. No contexto global, o DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de outras moedas, registrava uma leve alta de 0,03% por volta das 17h.
O Impacto dos Estados Unidos na Bolsa Brasileira
Segundo Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o mercado global continua a ser influenciado pela expectativa de que os Estados Unidos promovam um “afrouxamento monetário”, ou seja, cortem as taxas de juros. Essa perspectiva ganhou força após a divulgação de um Índice de Preços ao Produtor (PPI) mais fraco em agosto, o que levou o mercado a precificar cerca de 75 pontos-base de cortes até o final do ano. Um leilão de títulos do Tesouro americano (Treasuries) de 10 anos, que teve forte demanda e taxa abaixo do esperado, também contribuiu para essa percepção. Consequentemente, o dólar recuou no mercado à vista, refletindo a combinação de menor prêmio de risco nos títulos de longo prazo, maiores expectativas de cortes de juros e um fluxo positivo de investimentos para mercados emergentes, impulsionado pelo desempenho das commodities.
Fatores Internos e Externos que Impulsionam o Ibovespa
No Brasil, o Ibovespa encontrou suporte em uma combinação de fatores internos e externos. A valorização das commodities no mercado internacional, como petróleo e minério de ferro, beneficiou as empresas desses setores na bolsa. Além disso, a expectativa de um arrefecimento das tensões comerciais com os Estados Unidos contribuiu para reduzir as incertezas. No cenário doméstico, os dados de inflação mostraram um certo alívio, embora não tenham alterado significativamente as expectativas sobre a política monetária. Em suma, o mercado brasileiro reagiu positivamente a um ambiente internacional mais favorável.
Visão Geral
A quarta-feira foi marcada por um avanço do Ibovespa, sustentado por grandes empresas e um cenário internacional otimista, especialmente a expectativa de cortes de juros nos EUA e o bom desempenho das commodities. Paralelamente, o dólar registrou queda, influenciado por essa dinâmica global e pela atenção a eventos políticos e econômicos domésticos. Apesar da alta do índice, o volume financeiro negociado indicou uma postura ainda cautelosa dos investidores.
Créditos: Misto Brasil