Wolbachia: O Escudo Biológico que Desarma o Aedes Aegypti Contra Dengue, Zika e Chikungunya
Mosquitos especiais com a bactéria Wolbachia foram soltos recentemente no Distrito Federal e nas cidades goianas de Valparaíso de Goiás e Luziânia. Essa ação faz parte de uma nova estratégia para combater doenças como a dengue, zika e chikungunya. O lançamento dos mosquitos marcou a inauguração de uma biofábrica do método Wolbachia, localizada no Guará, perto de Brasília, um passo importante para a saúde pública da região.
Como Funciona a Tecnologia?
Essa tecnologia inovadora consiste em inserir a bactéria Wolbachia nos mosquitos *Aedes aegypti*. Uma vez dentro do inseto, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam. Isso significa que, mesmo que o mosquito pique uma pessoa infectada, ele não conseguirá transmitir a doença para outra. O secretário de Saúde do Distrito Federal, Juracy Cavalcante Lacerda, explica que “a produção é de um mosquito com a bactéria, que se chama Wolbito. A ideia é que a gente possa fazer a soltura desses mosquitos em massa para fazer uma mudança dessa população de mosquitos”. Ele complementa que “o Wolbito, a partir do momento que ele entra nesse mosquito, ele impede a replicação desses vírus. Então, obviamente, você reduz drasticamente a possibilidade desse vírus de transmitir essa doença.” Assim, ao liberar esses mosquitos “do bem”, a intenção é que eles se reproduzam com os mosquitos selvagens, passando a Wolbachia para as futuras gerações e, com o tempo, diminuindo a capacidade de transmissão de doenças em toda a população de *Aedes aegypti*.
Impacto e Produção
A nova biofábrica tem um alcance significativo, beneficiando dez regiões do Distrito Federal, além dos dois municípios goianos, com um impacto direto em mais de 750 mil pessoas. É uma das maiores operações do método Wolbachia no Brasil, com uma capacidade impressionante de produzir 6 milhões de mosquitos adultos por semana. O processo de distribuição é rigoroso: o material é entregue semanalmente em 20 mil potinhos, e a liberação dos mosquitos envolve 26 viaturas e 52 servidores diariamente, garantindo que os Wolbitos cheguem aos locais onde são mais necessários.
Visão Geral
Em resumo, a liberação dos mosquitos *Aedes aegypti* com a bactéria Wolbachia é uma estratégia promissora e inovadora para controlar a transmissão de doenças graves. Ao interferir na capacidade do mosquito de carregar e transmitir vírus, essa tecnologia oferece uma esperança real para reduzir os casos de dengue, zika e chikungunya. A inauguração da biofábrica no Distrito Federal representa um marco importante para a saúde pública brasileira, demonstrando o compromisso com a busca por soluções eficazes e sustentáveis no combate a essas enfermidades.
Créditos: Misto Brasil