Nos últimos anos com a popularização da energia solar e o aumento da demanda energética no país, faz com que a energia solar se torne uma fonte de renda para donos de terras na zona rural do país, especialmente, em locais onde existe uma baixa produtividade.
Os proprietários de terras no Brasil vem enfrentando um problema que até então parecia sem solução. Segundo o estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgado em fevereiro de 2024, mostra que existem aproximadamente 28 milhões de hectares de pastagens plantadas com níveis de degradação intermediário e severo.
Além disso, o total do que o país possui, 177 milhões de hectares de pastagens, dos quais 109,7 milhões apresentam limitação severa a moderada.
Para contornar essa situação, o Ministério da Agricultura, através do decreto n.º 11.815 publicado em dezembro de 2023, pretende recuperar e converter até 40 milhões de hectares de pastagens em áreas agricultáveis em até 10 anos.
Arrendamento de terras para energia solar como alternativa
O arrendamento de terras para energia solar é uma prática onde uma empresa especializada no setor faz com o proprietário de uma terra que está sendo improdutiva, onde o dono da propriedade aluga uma porção para ser instalado painéis solares.
Esse modelo é comum em zonas rurais ou em terrenos que estão sem uso, sendo uma alternativa rentável e mais sustentável para proprietários de terras rurais que não conseguem mais produzir.
Com o crescimento dessa fonte de energia pelo país, o mercado de energia solar possui demanda por áreas rurais para ser feita a instalação de sistemas fotovoltaicos.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o país atingiu a marca recorde de 35 gigawatts (GW) de potência instalada, consolidando-a como a segunda fonte de energia com 15,9% de participação na matriz energética, ultrapassando a energia eólica e ficando apenas atrás da energia hidrelétrica que ocupa o primeiro lugar.
Aproveitando o crescimento dessa fonte de energia, o setor rural também aumenta a cada ano sua participação na geração fotovoltaica no país, respondendo por mais de 15% da geração brasileira, mesmo que suas unidades produtoras representem menos de 9% das usinas de energia solar.
Rentabilidade maior
O arrendamento é visto como uma modalidade rentável para aqueles que possuem terras com baixa produtividade ou aquelas que não estão sendo usadas para gerar lucro ao proprietário.
As usinas de energia solar estão sob a legislação GD 2, projetos protocolados após o dia 7 de janeiro de 2023. Essas usinas registram um retorno acima do que é aplicado de investimento, mesmo levando em consideração o aumento progressivo da tributação previsto na legislação.
Dependendo da região de onde a usina está instalada, esse modelo pode ser financeiramente ainda mais vantajoso, se for os projetos protocolados na chamada GD 1, antes de 07 de janeiro.
Para os que investem em usinas de energia solar, ou o investidor-proprietário da usina, o investimento em uma usina de energia solar de 75kW pode chegar a custar cerca de R$260 e R$300 mil, dependendo da região e dos equipamentos que forem usados.
A renda para a locação da usina fica entre R$ 4 a R$ 7 mil por mês, se somar essa quantia por ano pode chegar a R$85 mil apenas no primeiro ano de operação da usina, que pode variar sempre com as características da capacidade de geração do projeto e das condições tarifárias da área onde a usina de energia solar está instalada.
Já o retorno do arrendamento de terras para a instalação de projetos de energia solar de terceiros pode ser um pouco menos, variando em cerca de R$ 2 mil por hectare dependendo da região, o que continua sendo um atrativo para donos de terras pouco produtivas, uma vez que essa renda não requer qualquer investimento daquele que aluga sua terra.
A realização do arrendamento de terra para a energia solar
O arrendamento de terras para ser instalado uma usina de energia solar é feito a partir de um contrato de aluguel da área planejada para ser usada por uma empresa, pessoa física ou uma cooperativa ou associação de consumidores que querem gerar energia renovável.
Dessa forma, o proprietário recebe um valor financeiro pelo uso da terra, enquanto o “inquilino” não precisa arcar com os custos de aquisição das terras para fazer a instalação dos painéis solares.
No geral, no caso da geração distribuída de energia elétrica, os proprietários das usinas são consórcios ou associações de consumidores, geridas e representadas juridicamente por um “líder-associado”.
Nesses casos, os donos das terras também podem investir na instalação de uma usina de energia solar, neste caso a renda do proprietário pode ser ainda maior, mesmo que ele mesmo faça o investimento.
Fonte: https://www.poder360.com.br/governo/governo-quer-converter-pastagens-degradadas-em-areas-produtivas/
