Redução na conta de luz podendo cair em até 16% nos próximos dois anos, consumidores residenciais e pequenas empresas poderão escolher seu fornecedor.
A partir de 2026, para pequenas empresas, e de 2027, para consumidores residenciais, os brasileiros poderão escolher de quem comprar energia elétrica, algo que hoje é restrito às distribuidoras locais. De acordo com a professora Michele Rodrigues, do curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário FEI, estudos da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel) indicam que a migração para o mercado livre pode gerar uma economia de até 16% na conta de luz, enquanto mesmo os que permanecerem no sistema tradicional podem sentir redução de cerca de 5% nas tarifas.
Segundo a professora, não é necessário reformar a casa: quadro de distribuição, disjuntores, fiação e medidor continuam os mesmos. O que muda é o contrato e a forma de faturamento, que poderá incluir separadamente o custo da energia contratada e o uso da rede de distribuição ou vir consolidado em uma única conta.
“Transparência nos contratos será fundamental. É preciso informar claramente preço, prazo, reajustes e origem da energia”, alerta a professora Michele Rodrigues, do curso de Engenharia Elétrica da FEI. “Além disso, reguladores devem exigir plataformas simples e seguras, para que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico, consiga escolher com segurança.”
O modelo será similar ao que já existe para telefonia e internet: clientes poderão comparar preços, condições contratuais e até optar por energia proveniente de fontes renováveis. Plataformas digitais de comparação devem surgir, permitindo simulações da conta de luz, avaliação de fornecedores e tomada de decisão mais consciente.
Nos próximos anos, a expectativa é que a conta de luz fique mais transparente e competitiva, com o surgimento de aplicativos, marketplaces e até fintechs de energia. A professora Michele destaca que o desafio será garantir que todos os consumidores, e não apenas os mais informados, tenham acesso à nova modalidade, mantendo programas como a Tarifa Social para famílias de baixa renda.
Outras dicas da professora
- Educação energética: campanhas simples explicando direitos e procedimentos para trocar de fornecedor.
- Plataformas digitais confiáveis e acessíveis, sem “pegadinhas”.
- Proteção ao consumidor vulnerável, mantendo tarifas sociais e regras claras.
- Processos de troca rápidos e online, facilitando a adesão.
Futuramente, medidores inteligentes e soluções de energia solar podem ampliar a autonomia do consumidor, mas não são obrigatórios para migrar para o mercado livre.