A espionagem e os indiciados: revelações do relatório da PF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) queria espionar apenas algumas autoridades específicas, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes, o presidente do STF Luís Roberto Barroso, os deputados Kim Kataguiri (União-SP) e Arthur Lira (PP-AL), e os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (PT-AP). A resposta para essa pergunta está no relatório final da Polícia Federal sobre a investigação que apura o monitoramento ilegal de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Essas autoridades monitoradas atendiam a interesses diversos, de pelo menos cinco integrantes do governo. O uso de ferramentas da Abin para espionar uma série de personalidades, como deputados, investigadores e até caminhoneiros, foi justificado por motivos políticos e pessoais. O relatório da Polícia Federal foi tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que tirou o sigilo do documento.
A investigação apurou que a Abin foi utilizada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro para fins políticos e pessoais, e mais de 30 pessoas foram indiciadas. A lista de indiciados inclui o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem, e o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa.
O esquema de monitoramento irregular, conhecido como “Abin paralela”, mirou também jornalistas e utilizou um software israelense chamado “First Mile” para monitorar irregularmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes. O relatório da Polícia Federal atribui a Ramagem o ordenamento do uso do programa “First Mile” para monitorar ilegalmente adversários políticos e críticos do governo.
Investigação e Consequências
A investigação apurou que o pedido de monitoramento dessas autoridades partiu da presidência da República e comprova o viés político da ação clandestina. O relatório da Polícia Federal é um documento importante para entender o contexto do monitoramento ilegal de autoridades pela Abin e as consequências para os envolvidos.
Conclusão
O caso do monitoramento ilegal de autoridades pela Abin é um exemplo de como o poder pode ser utilizado para fins políticos e pessoais, violando a privacidade e os direitos dos cidadãos. A investigação e o relatório da Polícia Federal são importantes para garantir a transparência e a responsabilidade dos agentes públicos. Além disso, o caso destaca a importância de proteger a privacidade e os direitos dos cidadãos, especialmente em relação ao uso de tecnologias de monitoramento.
Créditos: Agência Congresso