Quase 9 mil novos consumidores passaram a poder escolher o seu fornecedor entre janeiro e maio, volume 21% maior que o de migrações registradas em 2023
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, organização que acompanha de perto as movimentações do setor e promove o seu desenvolvimento contínuo, registrou a entrada de 8.936 novos consumidores no mercado livre de energia entre janeiro e maio, volume 21% maior que o registrado no ano passado inteiro. São indústrias e empresas, como padarias, supermercados, farmácias e escritórios, que viram no ambiente a possibilidade de ter mais eficiência no seu negócio.
Quase 74% das migrações foram realizadas por meio da representação de um comercializador varejista, figura criada para facilitar o ingresso no segmento, gerenciar o dia a dia dos contratos e assumir os riscos inerentes à atividade de compra e venda de energia.
O movimento intenso é um reflexo da flexibilização dos critérios de acesso, que se iniciou em janeiro, com a abertura do segmento livre para todos os consumidores ligados na alta tensão. No mercado livre, o consumidor pode escolher o seu próprio fornecedor de energia e o tipo de fonte que quer contratar, comprar eletricidade sob demanda e negociar prazos e modelos de contrato.
Para o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos, “a organização tem liderado uma verdadeira força-tarefa no setor para garantir que as migrações sigam de forma contínua, gradual e sustentável. Simplificamos processos, investimos em tecnologia e estamos estimulando uma revisão das regras do ambiente para torná-lo cada vez mais acessível, em um trabalho conjunto com nossos mais de 15 mil agentes associados, com a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL e com o Ministério de Minas e Energia – MME, para garantir que esses novos consumidores tenham a melhor experiência possível”, destaca.
A CCEE também está protagonizando o desenvolvimento do futuro do varejo no mercado de comercialização. Em proposta enviada para análise do órgão regulador, a Câmara sugere o aprimoramento das regras do segmento livre para facilitar o cadastro de novos consumidores e reduzir os requisitos para o envio de dados de medição, de forma que seja possível a migração sem a necessidade de se investir em novos equipamentos. Também propõe a modernização do modelo de troca de dados no setor com o uso de API (Application Programming Interface, na sigla em inglês), o que vai permitir maior automatização e agilidade nos serviços.
Hoje, o mercado livre representa aproximadamente 37% do consumo total de energia elétrica do Brasil e esse percentual deve aumentar nos próximos meses. Segundo a ANEEL, cerca de 23,7 mil consumidores já informaram às distribuidoras sobre o desejo de migrar para o ambiente ao longo do ano de 2024.
Perfil das migrações e regiões com maior destaque
Os estados do Sul e Sudeste seguem liderando o ranking de migrações em um cenário que se manteve ao longo dos meses. Em maio, os destaques ficaram com São Paulo (626), Rio Grande do Sul (218) e Rio de Janeiro (169). Ainda, as altas expressivas em estados no Nordeste, no Norte e no Centro-Oeste indicam que as comercializadoras também estão atentas a oportunidades em outras regiões, como Bahia, Pará, Pernambuco, Ceará, Goiás e Mato Grosso.
A CCEE também acompanha o avanço do ambiente livre por setores da economia, a fim de contribuir com indicadores para o mercado. São 15 ramos de atividade monitorados e, em maio, destacam-se Serviços, com 456 migrações, Comércio (419) e Manufaturados Diversos (215).
Céditos: CCEE | Mercado Livre de Energia.