As vendas de cimento no Brasil apresentaram uma recuperação em novembro, totalizando 5,5 milhões de toneladas. Este volume representa um aumento de 4,1% em comparação com o mesmo mês do ano anterior (2024).
As vendas de cimento no Brasil apresentaram uma recuperação em novembro, totalizando 5,5 milhões de toneladas. Este volume representa um aumento de 4,1% em comparação com o mesmo mês do ano anterior (2024).
No acumulado de janeiro a novembro, o setor alcançou 62,2 milhões de toneladas vendidas, registrando um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período de 2024. A média de despacho por dia útil atingiu 263,9 mil toneladas.
O Impacto da Política Econômica
Apesar dos bons números de vendas, o setor de cimento opera em um cenário macroeconômico desafiador. A confiança geral da indústria foi abalada pelas incertezas e pela política monetária de aperto (contracionista), caindo pela oitava vez no ano devido à fraca demanda e ao alto volume de estoques.
No segmento de construção, a confiança registrou uma leve melhora em novembro, impulsionada pelos setores de infraestrutura e serviços especializados. Contudo, essa recuperação ainda não foi suficiente para retomar os patamares observados no início do ano.
Desafios no Varejo e Mercado Imobiliário
O varejo de materiais de construção também sentiu o impacto. As vendas caíram 2% em outubro na comparação anual. Como reflexo, o setor reduziu a projeção de crescimento para 2025 de 1,8% para apenas 0,5%.
No mercado imobiliário, os lançamentos subiram modestos 1,6% no 3º trimestre, mas as vendas caíram 6,5% no mesmo período, resultando em um aumento do estoque de unidades não vendidas.
O financiamento imobiliário, principalmente via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), sofreu uma forte retração, com uma queda de 36,12% no número de unidades cuja construção foi financiada até outubro. Essa queda é uma consequência direta da alta taxa de juros.
Minha Casa, Minha Vida: O Vetor de Demanda
Em meio às dificuldades do crédito tradicional, o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) se mantém como um motor crucial de demanda. No acumulado do ano, os lançamentos do MCMV cresceram 7,9%, e as vendas aumentaram 15,5%.
O impacto deste programa na indústria do cimento é significativo: uma unidade padrão de 45 m² demanda de 4 a 6 toneladas de cimento, dependendo se a construção utiliza blocos ou paredes de concreto. O setor projeta que, para cumprir a meta de entregar mais de 2 milhões de unidades entre 2023 e 2026, o consumo do insumo será consideravelmente ampliado.
Visão Geral
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), Paulo Camillo Penna, ressaltou que a indústria observa o equilíbrio entre o aquecimento do mercado de trabalho e as restrições do crédito. Enquanto o mercado imobiliário que depende da poupança é freado pelos juros elevados, a habitação social (MCMV) confirma seu papel estratégico para a sustentação da demanda por cimento. (Fonte: Sindicato Nacional da Indústria do Cimento – SNIC, via Misto Brasil – DF)
Créditos: Misto Brasil
























