Usina Solar e Geração Distribuída: Diferenças Cruciais para o Setor Elétrico Brasileiro

Usina Solar e Geração Distribuída: Diferenças Cruciais para o Setor Elétrico Brasileiro
Usina Solar e Geração Distribuída: Diferenças Cruciais para o Setor Elétrico Brasileiro - Foto: Reprodução / Freepik
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A distinção entre a tecnologia Usina Solar e o enquadramento regulatório da Geração Distribuída (GD) é vital para entender o mercado de energia limpa e evitar erros conceituais no setor.

Conteúdo

Usina Solar: O Ativo Tecnológico

Uma Usina Solar (ou usina fotovoltaica) é, estritamente, qualquer complexo de geração de eletricidade que converte a luz do sol em energia elétrica usando painéis fotovoltaicos. O termo descreve a tecnologia utilizada, e não o tamanho ou a finalidade da instalação.

Essa definição neutra permite que existam usinas solares de todos os tamanhos. Pode ser o sistema de poucos painéis no telhado de uma residência, que se enquadra como Microgeração, ou um imenso parque solar no Nordeste que se conecta à rede de transmissão, configurando Geração Centralizada.

Portanto, “usina solar” é o meio de produção de energia. A Geração Distribuída (GD) e a Geração Centralizada são os fins regulatórios e as categorias de enquadramento dentro do Sistema Interligado Nacional (SIN). O enquadramento é dado primariamente pela Potência e pelo ponto de conexão.

Geração Distribuída: O Modelo Descentralizado

A Geração Distribuída (GD) é um modelo regulatório que incentiva a produção de energia por consumidores, próxima ou no próprio local de consumo. A principal característica da GD é a descentralização, que alivia a pressão sobre as longas linhas de transmissão e reduz as perdas elétricas.

A GD é regida pela Resolução Normativa 482 da ANEEL (e posteriormente pela Lei 14.300/2022) e é definida por limites de Potência. Classifica-se em Microgeração (até 75 kW) e Minigeração (acima de 75 kW e limitada a 5 MW para fotovoltaica).

O principal mecanismo de remuneração da GD é o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE), o famoso net metering, onde o excedente injetado na rede se transforma em créditos. A GD permite que o consumidor se torne um prosumer, gerando a própria energia e compensando o consumo futuro.

Geração Centralizada: Usinas de Grande Escala

A Geração Centralizada (GC) representa o modelo tradicional do setor elétrico. Ela é caracterizada por grandes empreendimentos de geração, como hidrelétricas, termelétricas, e parques eólicos ou solares de alta capacidade.

As Usina Solar que se enquadram em GC são aquelas com Potência instalada superior a 5 MW, conectadas diretamente à rede básica de transmissão ou a uma subestação de alta tensão da distribuidora, distantes dos centros de consumo.

O objetivo da GC não é o autoconsumo, mas sim a comercialização da energia em grande volume. Essa energia é transportada por longas distâncias, atravessando os níveis de transmissão e distribuição até chegar ao consumidor final.

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As Quatro Diferenças Operacionais Chave entre Usina Solar de GD e GC

Embora ambas utilizem, no caso solar, a mesma tecnologia fotovoltaica, as distinções operacionais e regulatórias entre uma Usina Solar de GD e uma Usina Solar de GC são abissais.

O fator mais objetivo é a Potência máxima. A Geração Distribuída está legalmente limitada a 5 MW para fontes solares (Minigeração). Qualquer projeto fotovoltaico que ultrapasse essa marca é automaticamente enquadrado como Geração Centralizada, mesmo que use exatamente os mesmos painéis e inversores.

Essa diferença de escala impacta diretamente o financiamento. Projetos de GD tendem a ser modulares e replicáveis, enquanto projetos de GC exigem licenciamento e capital muito mais robustos, geralmente com participação de grandes players do mercado.

2. Ponto de Conexão e Fluxo de Energia

Projetos de Geração Distribuída (GD) são conectados na rede de distribuição de média ou baixa tensão, a mesma que atende residências e comércios. O fluxo de energia é bidirecional: a energia flui para a carga do consumidor e o excedente é injetado de volta na rede.

As Usina Solar de Geração Centralizada se conectam geralmente no sistema de transmissão, que opera em alta tensão. O fluxo de energia é projetado como essencialmente unidirecional: da usina para a rede. A proximidade da GD ao consumo minimiza as perdas sistêmicas, um benefício ambiental e econômico ausente na GC.

3. Objetivo e Modelo de Negócio

O modelo de negócio da Geração Distribuída foca no autoconsumo ou na compensação de energia para abater a fatura de luz (nas modalidades de autoconsumo remoto ou geração compartilhada). O objetivo é a economia tarifária para o gerador.

Em contrapartida, as Usina Solar de Geração Centralizada têm como objetivo primário a venda de energia, seja através de leilões regulados (ACR) ou no Ambiente de Contratação Livre (ACL). O foco está na receita pela energia gerada, não na economia da tarifa de consumo.

4. Regulamentação e Encargos

A GD opera sob regras específicas de compensação (Lei 14.300), que oferecem benefícios como o uso de créditos energéticos. Embora o novo marco legal tenha alterado a cobrança do Fio B (uso da rede), o sistema ainda é otimizado para pequenos geradores.

A Geração Centralizada, por sua vez, está sujeita a regulamentações mais rígidas de comercialização, contratos de longo prazo e pagamento de encargos setoriais diferentes, dada a sua relevância estrutural para o Sistema Interligado Nacional.

Visão Geral

Em suma, a Usina Solar é a fonte, a placa, o campo de módulos. A Geração Distribuída é a regra, o limite de Potência, e a filosofia de descentralização. Para navegar neste mercado em expansão, o profissional deve sempre analisar: qual a Potência do ativo e em qual modelo regulatório ele se encaixa.

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