Reconhecer Sinais: A Chave para Diferenciar a Tristeza do Sofrimento e Buscar Ajuda
Com o tema “Se precisar, peça ajuda”, a campanha Setembro Amarelo de 2025 destaca a importância crucial de tratar o suicídio como um sério problema de saúde pública. Para isso, é fundamental ir além das campanhas de conscientização – que são vitais para reduzir o estigma da saúde mental – e aprender a identificar os sinais de alerta. O psiquiatra e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Lucas Benevides, explica que a prevenção começa justamente com um olhar atento para diferenciar uma tristeza passageira de um sofrimento mental persistente.
Entendendo a Diferença entre Tristeza e Sofrimento Mental
É comum sentirmos tristeza, mas é essencial saber distinguir essa emoção natural de um problema de saúde mental mais profundo. A tristeza, geralmente, surge por um gatilho específico e tende a diminuir com o tempo ou quando as circunstâncias mudam. Já o sofrimento mental, por outro lado, pode persistir por longos períodos e afetar de forma mais abrangente a qualidade de vida da pessoa, sem que haja uma causa aparente ou que a condição melhore por si só.
Quais São os Sinais de Alerta?
Reconhecer os sinais de que alguém pode estar enfrentando um sofrimento mental é o primeiro passo para oferecer ajuda. Fique atento a indicativos como: mudanças de humor repentinas e intensas, isolamento social (quando a pessoa se afasta de amigos, família e atividades que antes gostava), verbalização do desejo de morrer ou fazer mal a si mesma, e comportamentos impulsivos. Felizmente, observa-se um avanço: mais pessoas estão se sentindo à vontade para buscar ajuda e compartilhar suas experiências, o que facilita a identificação e o tratamento.
O Caminho para a Ajuda e o Tratamento
O primeiro passo para tratar desordens mentais é sempre uma avaliação profissional detalhada. Isso permite que um especialista determine o plano de tratamento mais adequado, que pode incluir psicoterapia, medicação (como antidepressivos ou estabilizadores de humor), ou uma combinação de ambos. Frequentemente, a terapia e a medicação funcionam melhor juntas, pois enquanto a terapia oferece estratégias de enfrentamento e autoconhecimento, a medicação pode ajudar a corrigir desequilíbrios químicos no cérebro.
Apoio da Comunidade e do Estado
É um dever de todos multiplicar as iniciativas de apoio à saúde mental, oferecendo ajuda e compreensão a quem precisa. Além do esforço individual e comunitário, o Estado tem um papel crucial. É necessário aprimorar a atuação governamental, garantindo financiamento adequado para a saúde mental e desenvolvendo legislações que apoiem o tratamento e a prevenção de forma eficaz.
Visão Geral
A campanha Setembro Amarelo nos lembra que a prevenção do suicídio e o cuidado com a saúde mental são responsabilidades coletivas. É fundamental aprender a reconhecer os sinais de alerta e encorajar a busca por ajuda profissional. O Centro Universitário de Brasília (CEUB) oferece suporte significativo à saúde mental por meio de serviços de psiquiatria e psicologia acessíveis à comunidade, através do Centro de Atendimento à Comunidade (CAC). A Clínica Escola de Psicologia do CEUB atende crianças, adolescentes, adultos, casais e famílias com sessões semanais. Os agendamentos podem ser feitos pelo telefone (61) 3966-1660 ou presencialmente. As consultas custam R$ 40 e são realizadas no Setor Comercial Sul, em Brasília.
Créditos: Misto Brasil