O Boletim do ONS revela mudanças cruciais no cenário energético, com vazões impulsionando a energia natural afluente, afetando os níveis de armazenamento e o despacho térmico no país.

Conteúdo

• Previsão de Armazenamento por Subsistema
• Análise da Energia Natural Afluente (ENA)
• Projeção da Carga do Sistema Elétrico
• Variação do Custo Marginal de Operação (CMO)
• Aumento nos Despachos de Geração Térmica
• Visão Geral das Operações Energéticas

Previsão de Armazenamento por Subsistema

A projeção de armazenamento para o submercado Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) sofreu uma leve redução, caindo de 46,4% para 45,8% até o final de outubro, conforme a última revisão. Em contraste, o subsistema Sul apresenta uma perspectiva significativamente mais otimista, com o índice de armazenamento projetado para atingir 94,1%. Já o Nordeste (NE) demonstrou uma expectativa de queda, estimando 48,6%, enquanto o subsistema Norte se mantém estável em 68,7% para o mesmo período de referência. Esses dados são vitais para o planejamento da segurança energética nacional.

Análise da Energia Natural Afluente (ENA)

As recentes previsões de vazões indicam um notável incremento na energia natural afluente (ENA) para a região SE/CO, comparado com a revisão anterior. Este aumento representa 55% da média de longo termo (MLT) esperada. O subsistema Sul se destaca com uma previsão robusta, alcançando 115% da MLT na estimativa mensal. Por outro lado, o Nordeste e o Norte apresentam cenários mais modestos, com a ENA projetada em 35% e 65% da MLT, respectivamente. Este volume de energia natural afluente é crucial para determinar a dependência de fontes alternativas.

Projeção da Carga do Sistema Elétrico

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a projeção de aumento para a carga geral do sistema se mantém em 0,7% para o mês corrente. Contudo, a distribuição desse impacto varia consideravelmente entre os subsistemas. O maior recuo negativo não está mais concentrado no Nordeste, que agora apresenta uma variação de -0,5%. A maior pressão de queda na demanda projetada advém do Sul, registrando -1,7%. Em contrapartida, as regiões SE/CO e Norte mostram projeções positivas de crescimento na carga, com 0,7% e 6,7%, respectivamente, sinalizando diferentes ritmos de atividade econômica regional.

Variação do Custo Marginal de Operação (CMO)

Com a melhora esperada nas vazões e na ENA em algumas regiões, observa-se uma leve redução no custo marginal de operação (CMO) médio para a semana que se inicia. Na maioria das áreas, o valor baixa de R$ 302,19 por MWh para R$ 297,85 o MWh. No entanto, o subsistema Norte apresenta uma realidade distinta, com seu CMO fixado em R$ 340,73 o MWh. Essa diferença regional no custo marginal de operação reflete o balanço entre a geração hidrelétrica disponível e a necessidade de acionar fontes mais caras para suprir a demanda local.

Aumento nos Despachos de Geração Térmica

Apesar do otimismo com as vazões em certas regiões, a perspectiva aponta para um aumento contínuo nos despachos térmicos, que devem subir para 12.366 MW médios. Este volume é composto por 7.171 MW médios oriundos de inflexibilidade declarada e 5.195 MW médios por ordem de mérito econômico. O volume de despacho térmico implica um custo de operação esperado de R$ 464,1 milhões para a semana operativa atual. Para as semanas subsequentes dentro do mês, a média projetada do custo de operação é de R$ 338,73, um indicativo da importância contínua da geração térmica.

Visão Geral

O cenário energético brasileiro, conforme o último Boletim do ONS, demonstra um panorama heterogêneo. Enquanto o Sul se beneficia de níveis elevados de energia natural afluente, impactando positivamente seu armazenamento, outras regiões mantêm uma dependência considerável da geração térmica. As variações na carga e o leve arrefecimento do custo marginal de operação em algumas áreas sinalizam ajustes operacionais, mas a necessidade de altos despachos térmicos ressalta a importância da gestão eficiente dos recursos hídricos para a sustentabilidade econômica do setor elétrico brasileiro.