Solução para Gestão de Curtailment em Energia Renovável

Solução para Gestão de Curtailment em Energia Renovável
Solução para Gestão de Curtailment em Energia Renovável - Foto: Reprodução / Pixabay
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A Way2 Technology apresentou uma nova tecnologia em operação, beneficiando usinas de energia no Brasil. A solução otimiza ressarcimentos e foi destaque no Brazil Windpower 2025.

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Desafios do Curtailment e a Busca por Soluções no Setor Energético

A Way2 Technology marcou presença no Brazil Windpower 2025, revelando uma nova solução projetada para mitigar os impactos financeiros causados pelo fenômeno do Curtailment. O objetivo principal é otimizar a eficiência operacional das equipes de gestão e, crucialmente, maximizar o ressarcimento que as geradoras têm direito, após sofrerem com os cortes de energia. Desde que o tema ganhou notoriedade em 2023, o mercado de energia eólica e solar passou por ciclos de expectativas e frustrações. Inicialmente, havia a crença de que o problema se resolveria sozinho. Posteriormente, em 2024, houve uma intensa busca por culpados, frequentemente apontando a geração distribuída, sem que houvesse, contudo, progresso significativo em ações de mitigação concretas.

Em 2025, o Curtailment consolidou-se como um dos maiores desafios do mercado de energia renovável. Contudo, a abordagem mudou: o foco deixou de ser apenas a identificação do problema e migrou para a implementação de soluções robustas. A gestão precisa de dados e a aplicação estratégica de tecnologias digitais emergiram como caminhos essenciais para neutralizar os efeitos negativos dessa restrição energética. A inovação nesse campo não apenas minimiza perdas, mas também proporciona uma maior previsibilidade para os agentes do setor, garantindo que o setor elétrico brasileiro possa continuar crescendo de forma sustentável e eficiente, atendendo às exigências operacionais e financeiras.

Curtailment: Expectativas de Crescimento e Seus Severos Impactos Financeiros

O fenômeno do Curtailment é uma realidade incontestável, impulsionada pelo rápido aumento da capacidade instalada, principalmente no Nordeste brasileiro. Em maio de 2025, a região já contava com impressionantes 39,4 GW de capacidade em usinas eólicas e solares, com mais 17,8 GW de Contratos de Uso do Sistema de Transmissão (CUST) já garantidos. Como o crescimento da demanda interna não acompanha essa expansão da geração, a tendência de elevação dos cortes por restrição energética é clara. Apesar da expectativa de queda nos cortes por confiabilidade, devido aos vultosos investimentos em transmissão (R$ 55,4 bilhões em 2023 e 2024), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ainda projeta um aumento de cerca de 10% no volume de Curtailment nos próximos três anos.

A incorporação de soluções tecnológicas como baterias de armazenamento e data centers está introduzindo novas e importantes perspectivas para a gestão da energia excedente. Os data centers, motivados pela crescente demanda por processamento de dados e Inteligência Artificial (IA), estão sendo instalados estrategicamente na região Nordeste. Estes empreendimentos atuam como grandes cargas consumidoras, ajudando a equilibrar a oferta local. As baterias, por sua vez, têm a função vital de armazenar a energia gerada em excesso – tipicamente nas horas de maior produção solar e eólica – e a injetam na rede durante os picos de maior consumo. Essa sinergia estratégica entre armazenamento e consumo ajuda a mitigar significativamente os cortes motivados por restrições energéticas.

Em um cenário de elevada incerteza operacional e desafios financeiros persistentes, as empresas geradoras são compelidas a adotar uma postura extremamente proativa, antecipando problemas e implementando mecanismos eficazes para reduzir perdas. O acúmulo de energia desperdiçada no Brasil entre outubro de 2021 e setembro de 2025 atingiu um volume alarmante de 36 TWh, o que se traduz em perdas estimadas em aproximadamente R$ 7,1 bilhões. Apenas no ano de 2025, o impacto financeiro já superou a marca de R$ 4,2 bilhões, conforme dados recentes da ABEEólica referentes exclusivamente às usinas eólicas. Esse prejuízo massivo não só afeta a produção nacional e a arrecadação, mas também mina a confiança dos investidores no potencial do setor elétrico.

A Qualidade do Dado: Fator Chave na Curva de Potência e no Ressarcimento

O Curtailment, que tradicionalmente era considerado apenas uma questão técnica, agora assume uma posição estratégica de alta relevância. Diretoria, departamentos financeiros e até mesmo acionistas exigem transparência e previsibilidade sobre as perdas e o ressarcimento devido. Isso torna a qualidade e a rastreabilidade dos dados absolutamente cruciais. O cálculo da geração frustrada, que é a base para o ressarcimento, é determinado pela diferença entre a geração de referência e a geração verificada. Nas usinas eólicas, essa referência depende da curva vento-potência, utilizando dados de vento enviados ao ONS; para as usinas solares, a lógica é similar, baseada nos dados de irradiância.

O desafio reside no rigor do processo de coleta de dados do ONS. A aquisição ocorre em tempo real e não tolera falhas: se houver perda de pacotes ou interrupções na comunicação, o dado simplesmente não é computado para o cálculo do ressarcimento. Um problema ainda mais grave ocorre quando o ONS coleta informações por menos de 24 minutos dentro de um ciclo de 30 minutos. Nesse caso, o período inteiro é classificado como insatisfatório e é integralmente zerado. Essa falha impede o cálculo da geração de referência e, consequentemente, da geração frustrada. O resultado prático é a inviabilidade do ressarcimento, mesmo que o corte tenha sido motivado por razões elétricas legítimas e ressarcíveis.

As consequências de dados de baixa qualidade se manifestam de forma ainda mais prejudicial no longo prazo. As informações de vento e irradiância são essenciais para alimentar e recalibrar a curva de potência a cada doze meses. Se houver falhas, lacunas de informação ou subestimações nos dados enviados, a curva oficial homologada pelo ONS resultará inferior à real capacidade da usina. Esse desvio resulta na redução direta da geração de referência e, por consequência, na diminuição dos valores ressarcidos. Portanto, a má qualidade dos dados compromete não apenas o ressarcimento imediato pelos cortes, mas também perpetua perdas diárias e anuais ao longo do ciclo subsequente de cálculo da curva de potência.

Avanços Regulatórios do Curtailment: Novas Regras e Oportunidades

O tema do Curtailment tem ganhado crescente destaque na agenda regulatória do país, refletindo a necessidade de estabilidade jurídica para o setor de energia renovável. Resoluções estratégicas da ANEEL, como a REN 927/2021, REN 1030/2022 e a REN 1073/2023, foram fundamentais para consolidar o reconhecimento formal dos eventos constrained-off em usinas eólicas e solares. Essa consolidação regulatória oferece maior segurança e previsibilidade aos investidores. Além disso, em 2025, o Ofício nº 61/2025–SGM/ANEEL trouxe um avanço significativo: a permissão para que os agentes geradores possam contestar oficialmente não apenas os dados de energia, mas também as informações de velocidade do vento e irradiância, dados de climatologia enviados ao ONS.

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A Lei N° 15.269, que oficializou a Medida Provisória 1.304, introduziu a possibilidade de ressarcimento por restrição de confiabilidade. Até então, apenas a restrição de razão elétrica era passível de compensação financeira. A inclusão da confiabilidade expande as chances de recuperação de receita em duas das três principais razões de restrição, marcando um progresso regulatório notável. Adicionalmente, a lei estabeleceu o direito ao ressarcimento retroativo, cobrindo o período a partir de setembro de 2023. Para acessar essa compensação retroativa, o agente gerador deve, no entanto, desistir de qualquer ação judicial que esteja em curso sobre o mesmo assunto, simplificando o processo de resolução de conflitos.

O fluxo estabelecido para o processo de ressarcimento determina que o ONS será responsável pelo cálculo da geração frustrada. Subsequentemente, o valor será repassado à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que assume a função de calcular o valor final de compensação. A CCEE também é encarregada da atualização dos valores passados utilizando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para as usinas que possuem Contratos de Energia de Reserva (CER) e Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR) na modalidade disponibilidade, o valor que ainda têm a receber por meio desses contratos pode ser utilizado de forma estratégica para quitar a compensação devida, otimizando o fluxo financeiro.

Gestão Eficiente dos Dados do SAGER: A Solução Inovadora da Way2

Durante a apresentação da Way2 Technology no Brazil Windpower 2025, Fabiana Fontes, Coordenadora do Centro de Operação da Geração da Essentia, detalhou os principais desafios operacionais enfrentados pelas geradoras. Ela destacou que um tempo excessivo é frequentemente gasto na análise manual dos dados do SAGER, além da carência de integração eficaz entre os diversos sistemas de monitoramento. A ausência de painéis consolidados que permitam a tomada de decisão rápida e a baixa confiabilidade nos dados de geração e climatologia são fatores críticos. Esses obstáculos impactam de forma direta a capacidade do agente em executar o processo de ressarcimento de maneira eficiente e maximizar a recuperação de receitas perdidas.

Em resposta direta a essas dificuldades, a Way2 desenvolveu uma solução inovadora integrada à sua Plataforma Integrada de Medição (PIM). O objetivo central dessa tecnologia é automatizar integralmente o ciclo de gestão de dados, abrangendo desde a coleta e a validação até a análise e a visualização, enquanto agiliza de forma significativa o processo de contestação junto ao ONS. O sistema executa a coleta automática diária das informações públicas do ONS. Após um tratamento rigoroso, esses registros são comparados com os dados internos da geradora que já estão na base da Way2. Essa comparação inclui dados críticos do Sistema de Medição de Faturamento (SMF) e informações provenientes de torres anemométricas ou estações solarimétricas, fontes essenciais autorizadas para sustentar contestações.

Ao identificar divergências significativas em qualquer intervalo de 30 minutos, o sistema PIM da Way2 gera alertas automáticos imediatamente. Mais importante, ele envia ao cliente um relatório diário completo e formatado, pronto para ser submetido à contestação no SAGER. É vital lembrar que o agente gerador dispõe de um prazo curto de apenas três dias para efetivar a contestação. Com o relatório estruturado fornecido pela Way2, esse processo é drasticamente simplificado: o operador precisa apenas enviar o arquivo gerado ao SAGER. A ferramenta foi projetada com foco total em garantir eficiência operacional, permitindo que o envio do relatório de contestação seja realizado em questão de minutos.

Um dos grandes diferenciais dessa solução é o módulo de visualização de dados. Ele disponibiliza dashboards interativos que oferecem uma visão clara dos indicadores operacionais, detalhando a quantidade de restrições classificadas por tipo, a qualidade dos dados e as perdas financeiras estimadas. Os filtros avançados permitem a segmentação por parque, complexo, ano e tipo de restrição, oferecendo um nível granular de análise. O módulo também possibilita visualizar o histórico de operação, acompanhar o atingimento da franquia regulatória de horas ressarcíveis e estimar o valor potencial de receitas recuperáveis, baseando-se nas regras vigentes da ANEEL e no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

Em sua conclusão, Fabiana Fontes reiterou a importância crítica de uma análise minuciosa e fidedigna dos dados para garantir que nenhum valor significativo de ressarcimento seja negligenciado. Segundo o depoimento, o serviço prestado pela Way2 introduziu maior precisão e visibilidade na gestão, possibilitando, por exemplo, a identificação de inconsistências nos dados de velocidade do vento enviados ao ONS, além de outros pontos de melhoria. Essas ações coordenadas e baseadas em dados confiáveis têm sido essenciais não apenas para qualificar tecnicamente as discussões com o regulador, mas principalmente para sustentar os pleitos de ressarcimento financeiro das usinas.

Visão Geral

Diante do aumento notório e expressivo dos cortes de energia registrados nos últimos anos, o setor elétrico necessita urgentemente focar seus esforços em soluções que promovam a redução eficaz dos impactos financeiros. A solução apresentada pela Way2 no BWP25 demonstrou claramente que é totalmente viável obter um controle rápido e simplificado dos dados do SAGER. Esta tecnologia assegura uma visão consolidada de todos os empreendimentos e, crucialmente, amplia a previsibilidade do ressarcimento por constrained-off. Com mais de duas décadas de experiência e responsável pelo monitoramento de aproximadamente 80% da capacidade instalada de geração no país, a Way2 integra a gestão de dados do SMF, das torres anemométricas, estações solarimétricas e do SAGER, entregando informações de alta confiabilidade e maximizando o potencial de receita para seus clientes. Para conhecer mais sobre as ferramentas da Way2, clique no link “Curtailment no Brasil: Desafios e Soluções para um Setor em Transformação” ou acesse o Portal Energia Limpa.

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