A GoodWe e Seus Planos Inovadores para o Agronegócio Brasileiro com Energia Solar
A companhia chinesa de soluções para energia solar está focada em expandir sua atuação no agro brasileiro, especialmente na região centro-oeste. Com tecnologias inovadoras, a GoodWe avalia a instalação de uma fábrica na América do Sul até 2030, visando atender a crescente demanda por energia confiável no setor.
Expansão da GoodWe e a Possível Fábrica na América do Sul
O capital da empresa é chinês, mas suas ambições para os próximos anos estão voltadas para a América do Sul, com o Brasil na dianteira. O vasto potencial fotovoltaico do País e as crescentes oportunidades no agronegócio podem levar a GoodWe, uma das maiores fornecedoras mundiais de soluções para energia solar, a escolher a região para sua segunda fábrica fora da China.
Fábio Mendes, vice-presidente da GoodWe na América Latina, revelou que “É um projeto para dezenas e dezenas de milhões”.
A decisão está em análise, com grande probabilidade de a planta ser instalada no Brasil até 2030, o que coincidiria com os 20 anos da companhia, fundada em 2010. A empresa, embora jovem, é vista como madura, com a inovação tecnológica em seu DNA. Em 2014, por exemplo, foi pioneira na exportação de inversores híbridos para a Europa e na incorporação de otimizadores de sombra para aumentar a geração, uma tecnologia na qual a empresa se mantém na liderança mundial.
A Demanda Brasileira por Qualidade e Confiabilidade Energética
A GoodWe chegou ao Brasil em 2018, iniciando sua expansão por outros países sul-americanos. Rapidamente, a empresa identificou uma demanda firme por seus produtos, impulsionada pelas deficiências da infraestrutura energética nacional.
Segundo Mendes, “A grande demanda hoje no mercado diz respeito à qualidade da energia, com a frequência com que ocorrem os blecautes no Brasil”, citando a média de 860 quedas anuais, um número muito superior ao de países como a Alemanha.
Esse problema afeta a indústria, mas se torna ainda mais crítico no agronegócio, onde operações essenciais como sistemas de irrigação e silos dependem de fornecimento constante. O grande valor que a GoodWe oferece ao mercado solar voltado ao agro são justamente as soluções para a interrupção de energia. Por isso, as regiões do agro têm apresentado os maiores índices de crescimento e oportunidades de comercialização para os produtos, atualmente importados da China.
Soluções de Ponta para o Agronegócio e o Crescimento nas Vendas
Os clientes do agronegócio já representam entre 20% e 25% das vendas da companhia no país, com a expectativa de atingir quase 40% no próximo ano. O crescimento é acelerado devido à necessidade imediata e ao maior valor agregado que a tecnologia solar oferece ao setor. Os inversores híbridos são o carro-chefe, assegurando o carregamento de baterias para uso noturno ou como proteção contra interrupções. As soluções de estabilidade de tensão da rede, conhecidas como dupla conversão DC, também têm sido um diferencial importante.
O executivo destaca que o Centro-Oeste é o principal polo dessas oportunidades, impulsionado por investidores que migram para regiões como Sinop e Sorriso. A atuação da companhia no fornecimento se dá através de parceiros regionais especializados, que complementam a instalação com engenharia e reengenharia elétrica da planta.
Inovações BIPV: Telhados e Fachadas como Fontes de Geração
A GoodWe está introduzindo no Brasil inovações como o sistema BIPV, que utiliza modelos leves e moldáveis em vez das placas tradicionais, podendo ser aplicados em fachadas e telhados. Rafael Carvalho, gerente de BIPV da GoodWe, explica que a ideia é trabalhar com coberturas e telhas fotovoltaicas, superando as limitações estéticas e estruturais do painel quadrado. Essa tecnologia já está sendo aplicada em silos e armazéns rurais.
A linha Galaxy, por exemplo, permite que o painel “fino e ultra leve” seja adesivado na estrutura, possuindo uma camada de vidro que garante resistência a granizo e durabilidade de 30 anos. O peso é até seis vezes menor, eliminando a necessidade de reforço estrutural e evitando furos que poderiam causar infiltração no armazenamento. O custo de instalação pode ser até 80% mais rápido que com módulos tradicionais, resultando em um retorno do investimento mais célere. Outra linha, a Polaris, substitui a telha convencional por módulos que garantem o escoamento da água.
“Quando o cliente põe na ponta do lápis, na planilha, todas as despesas, todos os prejuízos que ele já vem tendo, ano a ano, com a instabilidade de energia ou a cada blecaute, pode ter um retorno até menor que quatro anos”, diz Mendes sobre o tempo de retorno do investimento.























