Setor Elétrico Exige Correção na MP 1.304 Frente ao Risco de Expansão Desordenada da Geração Distribuída

Setor Elétrico Exige Correção na MP 1.304 Frente ao Risco de Expansão Desordenada da Geração Distribuída
Setor Elétrico Exige Correção na MP 1.304 Frente ao Risco de Expansão Desordenada da Geração Distribuída - Foto: Reprodução / Freepik
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O setor elétrico busca ajustes urgentes na MP 1.304 para evitar que o crescimento da Geração Distribuída resulte em expansão desordenada e onere o consumidor.

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O Nexo da Questão: A Urgência da MP 1.304

A MP 1.304 não surgiu do nada; ela foi concebida com o nobre objetivo de corrigir desequilíbrios históricos no setor. A popularização da Geração Distribuída, impulsionada principalmente pela energia solar fotovoltaica, trouxe benefícios ambientais inegáveis e empoderou o consumidor. Contudo, a velocidade e o volume dessa expansão expuseram falhas sistêmicas, especialmente a socialização de custos de uso da rede que beneficiam a MMGD, mas são pagos por todos os demais consumidores. A ausência de um mecanismo tarifário justo para o uso da infraestrutura de distribuição é o cerne do problema.

Essa assimetria regulatória resultou em um subsídio cruzado que onera o sistema. As associações defendem que a MP 1.304 deve manter seu foco original: equacionar esses subsídios e garantir que a Geração Distribuída, embora vital, se desenvolva de maneira sustentável e integrada à rede. Corrigir essas distorções não é frear a energia limpa, mas sim solidificar suas bases econômicas para as próximas décadas.

Os Fantasmas da Expansão Desordenada da MMGD

O crescimento exponencial da MMGD, que já soma gigawatts de potência instalada no país, levanta bandeiras vermelhas quanto à estabilidade e à qualidade da rede. A expansão desordenada ocorre quando a infraestrutura de distribuição não acompanha o ritmo de injeção de energia, resultando em sobrecargas localizadas e problemas de tensão. Isso é especialmente crítico em áreas com alta penetração de GD.

Profissionais da área técnica alertam para o crescente fenômeno do *curtailment* (restrição de geração), onde os sistemas de distribuição precisam limitar a produção de energia solar em determinados horários para evitar danos ou instabilidade. Se a MP 1.304 não endereçar claramente esses gargalos e não criar incentivos para o investimento em infraestrutura de rede, os custos operacionais das distribuidoras disparam, e a confiabilidade do serviço é comprometida. A MMGD precisa de regras claras para crescer com responsabilidade.

Os Ajustes Cruciais Cobrados Pelo Setor

As demandas das principais associações do setor elétrico convergem em pontos-chave. Primeiramente, há a exigência de uma revisão na metodologia de cálculo do Encargo Complementar de Recurso (ECR), proposto inicialmente na MP 1.304. O setor argumenta que o ECR deve ser calibrado para refletir o real custo marginal da distribuição e não servir apenas como um mecanismo punitivo ou arrecadatório.

Outro ponto nevrálgico é a estrutura tarifária. As associações buscam que a Geração Distribuída seja remunerada de forma justa pelos benefícios que traz (como postergação de investimentos em transmissão) mas que também pague de forma transparente pelos custos que impõe à rede, evitando a manutenção da expansão desordenada. A reforma precisa ser equilibrada, incentivando a tecnologia solar sem penalizar a grande massa de consumidores que não possuem GD.

Insegurança Regulatória e o Risco ao Investimento

O debate intenso em torno da MP 1.304 e a constante ameaça de alterações legislativas de última hora criam um ambiente de profunda insegurança regulatória. Para um setor que exige investimentos de longo prazo, a previsibilidade é o ativo mais valioso. A cada nova Medida Provisória ou emenda, a confiança dos investidores nacionais e internacionais no mercado de Geração Distribuída é abalada.

A incerteza regulatória é o principal inimigo da expansão da GD no Brasil. As associações pedem ao Congresso Nacional que as discussões sejam pautadas pela técnica e pelo consenso, e não por interesses imediatistas. Somente um marco regulatório estável, fruto de um debate maduro, garantirá a continuidade do crescimento da MMGD de forma saudável e economicamente viável. A instabilidade afasta capital e paralisa projetos.

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A Fronteira do Armazenamento: Baterias na MP 1.304

Um dos avanços mais aguardados para a estabilização da rede e para o futuro da Geração Distribuída é a inclusão de um marco regulatório para os sistemas de armazenamento (baterias). Associações defendem que a MP 1.304 é a oportunidade ideal para definir regras claras sobre como as baterias instaladas junto à MMGD devem ser tratadas, tanto do ponto de vista técnico quanto tarifário.

O armazenamento não apenas resolve parte dos problemas de intermitência e *curtailment* da GD, como também transforma o consumidor em um agente de flexibilidade do sistema, aliviando a demanda nos picos. A falta de regulamentação impede que o potencial das baterias seja explorado em sua totalidade, contribuindo para a expansão desordenada, uma vez que a produção se torna imprevisível.

Impacto Econômico e o Fim dos Descontos

A discussão da MP 1.304 é indissociável da questão econômica: quem arcará com os custos da transição energética? A preocupação com a elevação da tarifa elétrica é real, impulsionada em parte pelos encargos setoriais e pelos benefícios fiscais concedidos ao longo dos anos. A Secretaria da Fazenda tem se manifestado, defendendo a antecipação do fim dos descontos para a Geração Distribuída, como forma de aliviar a pressão tarifária geral.

Essa posição, embora compreensível do ponto de vista fiscal, gera grande controvérsia. O setor de GD argumenta que a redução abrupta dos incentivos pode inviabilizar projetos, especialmente os de menor porte, e frear bruscamente a curva de desenvolvimento da energia solar. A busca por ajustes na MP 1.304 visa, portanto, encontrar um meio-termo que garanta a saúde fiscal do sistema sem matar a inovação no nascedouro.

O Futuro da GD Requer Consenso e Planejamento

O recado das associações é uníssono: a Geração Distribuída é uma realidade benéfica e irreversível, mas sua maturidade exige responsabilidade compartilhada. A MP 1.304 deve ser o instrumento para transformar a expansão desordenada em um crescimento planejado, onde a remuneração da MMGD seja transparente e os custos do uso da rede sejam justamente distribuídos.

O Congresso Nacional, ao analisar a MP, detém a chave para esse equilíbrio. O sucesso reside na capacidade de acolher as sugestões técnicas do setor, corrigindo os vícios do texto original e estabelecendo um horizonte de longo prazo. A estabilidade regulatória e a sinalização econômica correta são fundamentais para que o Brasil continue sendo um *player* relevante na transição global para energias limpas, garantindo que a GD seja uma solução, e não um novo problema de custo para o sistema elétrico. A oportunidade de pavimentar um futuro energético mais justo e eficiente está na mesa, e o setor profissional cobra atitude.

Visão Geral

A MP 1.304 é central no debate sobre Geração Distribuída, com o setor elétrico pleiteando correções para evitar expansão desordenada e garantir remuneração justa dos custos de rede.

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