Projeção da Aneel Eleva Custo Médio de Energia para 2025, Desafiando as Expectativas de Inflação

Projeção da Aneel Eleva Custo Médio de Energia para 2025, Desafiando as Expectativas de Inflação
Projeção da Aneel Eleva Custo Médio de Energia para 2025, Desafiando as Expectativas de Inflação - Foto: Reprodução / Freepik AI
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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou para 7% a projeção do custo médio de energia de 2025, um índice preocupante acima da inflação projetada, pressionando a modicidade tarifária.

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O Alerta da Aneel e a Carga dos Encargos

A revisão para 7% no custo médio de energia de 2025 (aumento de 0,7 ponto percentual em relação às projeções anteriores) reflete, em grande parte, a explosão da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). O principal encargo setorial já é projetado para superar a casa dos R$ 52 bilhões em 2026, e essa trajetória de crescimento é o fator que mais pesa na fatura do consumidor.

O que os profissionais do Setor Elétrico observam é que o problema não reside no custo da geração de energia (que, com boa hidrologia e mais renováveis, deveria ser menor), mas sim na fatura de encargos. A Aneel atua como um caixa de repasse, obrigada a incluir na tarifa os custos de políticas públicas aprovadas pelo Congresso e pelo Executivo.

A maior parte desse aumento projetado para 2025 tem origem em rubricas que pouco se relacionam com o fornecimento físico de energia. Entre elas estão o custeio da Tarifa Social, que é essencial, mas tem crescido exponencialmente, e os subsídios de caráter histórico, cuja validade e impacto econômico são cada vez mais questionados.

A Força Incontida dos Subsídios e o Fator CDE

A CDE concentra os principais subsídios que elevam o custo médio de energia de 2025 acima da inflação. Um deles é o relacionado aos incentivos à Geração Distribuída (GD). Embora a GD seja um motor de descentralização e energia limpa (principalmente solar), a forma como o subsídio é financiado – bancado pelos demais consumidores – gera uma transferência de custos bilionária.

A urgência em reavaliar esses incentivos é clara. Se a Aneel e o governo não encontrarem mecanismos para frear a expansão desordenada dos subsídios ou transferir parte desses encargos para o Tesouro, a tendência de aumentos acima da inflação se perpetuará nos próximos anos.

Outro ponto que pressiona o custo médio de energia de 2025 é o ressarcimento de valores de empréstimos antigos, contraídos para cobrir crises passadas. A indexação desses pagamentos, combinada com a inflação elevada dos insumos da distribuição (como o dólar para equipamentos), cria um ciclo vicioso de reajustes altos e inelásticos.

O Veto à Modicidade Tarifária no Setor Elétrico

A legislação brasileira estabelece o princípio da modicidade tarifária, que é o direito do consumidor a um custo razoável pela energia. No entanto, quando a Aneel é forçada a projetar um aumento de 7% para o custo médio de energia de 2025, fica evidente que esse princípio está sendo comprometido pela sobrecarga de funções não energéticas.

Para as empresas de energia limpa, a situação é um paradoxo. O Brasil tem uma das matrizes elétricas brasileiras mais renováveis do mundo, com parques eólicos e solares crescendo a taxas recordes. Tecnicamente, a abundância hídrica e a geração limpa deveriam estabilizar os preços. Mas os encargos corroem essa eficiência.

Essa pressão acima da inflação diminui a competitividade da indústria, que tem na energia um dos seus maiores custos operacionais. Em um cenário onde a eletrificação é a chave para a descarbonização (por exemplo, com a adoção de veículos elétricos), uma conta de luz cada vez mais cara desincentiva a transição energética.

Cenário Hídrico e a Variável de Risco

Embora os encargos sejam o principal vetor de aumento, a Aneel sempre inclui em suas projeções o risco hidrológico. Felizmente, as condições de armazenamento em 2024 e o início de 2025 têm sido favoráveis, o que afasta o risco de acionamento de termelétricas caras (exceto as obrigatórias dos sistemas isolados ou por contrato).

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Se o cenário hídrico se mantiver positivo, o reajuste de 7% pode ser o teto. Caso contrário, qualquer deterioração na capacidade de armazenamento dos reservatórios pode levar a Aneel a revisar a projeção para um patamar ainda mais alto, forçando o acionamento de termelétricas a gás ou diesel, elevando ainda mais o custo médio de energia de 2025.

Essa incerteza reforça a necessidade de aprimoramento na gestão de risco e na integração de fontes renováveis firmes, mas também sublinha a urgência de resolver o passivo da CDE. A matriz elétrica brasileira precisa de uma reforma que separe os custos técnicos dos custos políticos para garantir previsibilidade.

Saídas Estruturais: O Debate Político Necessário

A solução para frear o custo médio de energia de 2025 acima da inflação não está nas mãos da Aneel sozinha; exige uma intervenção política e legislativa. O Setor Elétrico clama por uma reforma do setor elétrico que transfira os subsídios sociais e regionais diretamente para o orçamento da União.

O subsídio é uma política pública; logo, deve ser financiado por impostos gerais, e não por uma taxa específica paga por todos os consumidores de energia. Essa transferência de responsabilidade não apenas aliviaria a conta de luz, mas daria transparência aos gastos sociais do governo.

Outra medida crucial é o reexame dos prazos e valores dos incentivos à energia limpa já madura, como a solar e eólica. O apoio estatal deve ser direcionado para novas tecnologias e inovações (como o hidrogênio verde ou armazenamento de grande escala), e não para fontes que já se provaram economicamente viáveis.

A Urgência da Revisão Tarifária

A projeção de um custo médio de energia de 2025 em 7% serve como um ultimato ao governo. Manter essa trajetória de aumentos acima da inflação é insustentável social e economicamente. As distribuidoras, por sua vez, precisam de um ambiente regulatório estável para atrair investimentos em modernização da infraestrutura.

A Aneel cumpriu seu papel ao alertar o mercado sobre a pressão tarifária. Agora, cabe aos formuladores de políticas públicas transformar o debate sobre subsídios em ação concreta. O futuro da transição energética no Brasil e a segurança energética do país dependem de uma conta de luz que seja justa e acessível.

A diferença entre o reajuste de energia e a inflação geral em 2025 é o custo da inércia regulatória. O Setor Elétrico aguarda um plano de contenção fiscal que, finalmente, coloque um freio na espiral da CDE e garanta a modicidade tarifária como prioridade máxima.

Visão Geral

O Setor Elétrico brasileiro enfrenta um desafio tarifário significativo com a revisão da Aneel, que projeta um custo médio de energia de 2025 em 7%, superando as expectativas de inflação. Esse aumento é majoritariamente impulsionado pela expansão da CDE e dos subsídios, como os de Geração Distribuída (GD), pressionando a modicidade tarifária. A manutenção da matriz elétrica brasileira limpa não se traduz em tarifas mais baixas enquanto os encargos setoriais não forem reestruturados e, idealmente, transferidos para o orçamento federal. A urgência reside na necessidade de uma reforma do setor elétrico para garantir a previsibilidade e apoiar a transição energética.

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