Senador Laércio Oliveira defende foco total no gás natural como pilar estratégico para estabilizar a transição energética no Brasil.
Conteúdo
- Visão Geral sobre o Posicionamento de Laércio Oliveira
- Gás Natural: O Lastro Inegociável da Geração Limpa
- Desconcentração e Competitividade: O Foco Político no Gás
- Infraestrutura e Investimento como Chave para o Gás Natural
- O Debate ESG e o Gás como “Ponte Limpa” na Transição Energética
- A Urgência da Política e a Vantagem Competitiva do Gás
Visão Geral
O setor elétrico brasileiro, em plena transição energética, vive um dilema estratégico: como garantir a segurança do suprimento enquanto acelera a integração de energia renovável intermitente. Nesse cenário, a voz do Senador Laércio Oliveira (PP-SE) ganhou destaque ao defender a necessidade de concentrar esforços da política nacional no gás natural. Segundo o parlamentar, este combustível é a âncora de que o país precisa para estabilizar a matriz e impulsionar a reindustrialização, sendo o pilar mais seguro para pavimentar a rota de descarbonização.
A proposta de Laércio não é uma oposição à energia limpa, mas uma visão pragmática de sua viabilidade. Ele argumenta que, com as vastas reservas de gás natural descobertas, especialmente no Pré-sal e em campos como Sergipe-Alagoas, o Brasil tem o recurso doméstico ideal para atuar como lastro imediato. A priorização do gás significa investir em infraestrutura, regulação e logística para garantir que o combustível chegue às usinas termelétricas a um custo competitivo e em volume suficiente para suportar o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Gás Natural: O Lastro Inegociável da Geração Limpa
Para os especialistas em setor elétrico, o argumento do lastro é incontestável. Enquanto a energia solar e a eólica crescem de forma exponencial, sua intermitência representa um risco crescente à estabilidade da rede. Sem uma fonte despachável e de resposta rápida para suprir a demanda quando as condições climáticas não são favoráveis, o SIN fica vulnerável a crises de abastecimento e elevação brusca de custos.
O gás natural preenche essa lacuna com a menor pegada de carbono entre os combustíveis fósseis tradicionais. As usinas termelétricas a gás conseguem ser acionadas em minutos, fornecendo a potência necessária para equilibrar o sistema. A defesa de Laércio para concentrar esforços visa, portanto, assegurar que a expansão da energia renovável seja economicamente e tecnicamente sustentável, evitando o paradoxo de ter muita energia limpa sem confiabilidade.
Desconcentração e Competitividade: O Foco Político no Gás
A defesa do Senador Laércio Oliveira está intrinsecamente ligada à necessidade de consolidar a Nova Lei do Gás (Lei 14.134/2021). Um dos principais esforços que ele propõe concentrar é a promoção de uma real desconcentração de mercado. Isso significa quebrar o monopólio histórico para permitir que o gás natural seja negociado de forma mais livre e competitiva, o que inevitavelmente levará à redução do custo final do insumo para a indústria e para as termelétricas.
A competitividade do gás doméstico é fundamental para viabilizar projetos de transição energética em escala industrial. Laércio atua na linha de frente do Congresso para garantir que programas de fomento, como o Programa de Aceleração da Transição Energética (PATEN), tenham o gás natural como vetor principal. O objetivo é criar um ciclo virtuoso: mais produção de gás, mais infraestrutura (gasodutos), mais competição e, consequentemente, custos menores de energia elétrica para o consumidor final.
Infraestrutura e Investimento como Chave para o Gás Natural
A política de transição energética focada no gás exige investimento maciço em infraestrutura. Não basta ter o gás no Pré-sal; é preciso garantir o escoamento eficiente. Laércio enfatiza que o desenvolvimento de novos gasodutos *offshore* e de UPGNs (Unidades de Processamento de Gás Natural) é um esforço prioritário do Estado, pois permite que o gás natural chegue a novas regiões e alimente indústrias que hoje dependem de fontes mais poluentes ou mais caras.
O setor elétrico se beneficia diretamente desse investimento. A expansão da malha de gás abre caminho para a localização de novas termelétricas em pontos estratégicos do SIN, aumentando a flexibilidade operacional. O gás natural é, portanto, o insumo que dá previsibilidade para o planejamento da expansão, um fator vital para atrair capital estrangeiro e garantir a sustentabilidade dos grandes projetos de geração.
O Debate ESG e o Gás como “Ponte Limpa” na Transição Energética
Críticos da proposta de concentrar esforços no gás natural argumentam que isso pode desviar o foco de soluções de emissão zero, como a energia renovável pura. No entanto, a visão de Laércio alinha-se à estratégia global que reconhece o gás como o “combustível de ponte” necessário. A migração direta do carvão e do óleo combustível (mais poluentes) para o gás natural já representa um ganho ambiental significativo, reduzindo a emissão de CO2 em cerca de 50%.
Além disso, a infraestrutura de gás desenvolvida hoje pode ser reutilizada no futuro. O hidrogênio verde (H2V), visto como o futuro da energia limpa, pode ser transportado e distribuído por dutos de gás natural adaptados. Dessa forma, concentrar esforços no gás é, na realidade, um investimento de longo prazo na transição energética e na futura matriz de hidrogênio verde do Brasil. É uma política energética que não apenas resolve a segurança do presente, mas prepara o terreno para a sustentabilidade de amanhã.
A Urgência da Política e a Vantagem Competitiva do Gás
A defesa de Laércio carrega um senso de urgência. O Brasil detém vastas reservas que, se não forem escoadas e utilizadas, representam um recurso econômico estagnado e uma fonte de lastro subaproveitada. O senador sergipano, cuja base eleitoral está em uma região rica em gás, insiste que a inação custa caro em termos de custos de energia e de competitividade industrial.
Para o setor elétrico, a mensagem é clara: o gás natural não é um desvio da transição energética, mas a ferramenta mais robusta para garanti-la. A concentração de esforços na política energética proposta por Laércio Oliveira visa maximizar o uso dessa riqueza nacional para criar um sistema de energia elétrica que seja simultaneamente seguro, acessível e progressivamente mais limpo. É a aposta em uma transição energética segura e com base na realidade geológica e econômica do país. O sucesso dessa política definirá a resiliência e a sustentabilidade da indústria e da energia brasileira nas próximas décadas.