Uma sensação de revolta dos países em desenvolvimento
O Brasil está sendo pressionado a realizar a COP30, conferência climática da ONU, fora de Belém, devido às críticas sobre os preços exorbitantes das acomodações na capital paraense. Diversas delegações poderão ser reduzidas ou forçadas a não comparecer diante das diárias cobradas por hotéis, afirmam governos, a pouco mais de cem dias do megaevento, marcado para 10 a 21 de novembro.
Situação Atual
Parte dos 198 países esperados para participar da conferência sobre o clima em novembro expressa insatisfação com o que classificam como “preços exorbitantes” cobrados pelas acomodações na capital paraense. André Corrêa do Lago, presidente da COP30, afirmou que há uma sensação de revolta dos países por essa insensibilidade, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento. Dois dias antes, uma reunião de emergência do órgão climático das Nações Unidas convocada pelo Grupo de Negociadores Africanos havia endereçado o impasse.
Carta dos Países
O jornal Folha de São Paulo teve acesso a uma carta assinada por 25 países negociadores, incluindo o Grupo de Negociadores Africanos e os Países Menos Desenvolvidos (LDC, em inglês). Entre os signatários, do texto estão também nações desenvolvidas, como Áustria, Bélgica, Canadá, República Tcheca, Finlândia, Holanda, Noruega, Suécia e Suíça. O texto pede condições mínimas de acomodação e custo, “seja em Belém ou em outro lugar”, pelo menos no caso da cúpula de chefes de Estado, de 6 a 7 de novembro.
Reações dos Países
Autoridades de seis governos, incluindo nações europeias mais ricas, relataram à Reuters que ainda não garantiram acomodações, devido aos preços elevados em Belém. Cotações mostradas pelos países à agência giravam em torno de 700 dólares por noite (cerca de R$ 4 mil). O vice-ministro do Clima da Polônia, Krzysztof Bolesta, afirmou no início deste mês: “Não temos acomodações. Provavelmente teremos que reduzir a delegação ao mínimo. Em um caso extremo, talvez tenhamos que desistir de comparecer.”
Visão Geral
A situação atual em torno da COP30 é de insatisfação e preocupação por parte de muitos países, especialmente os em desenvolvimento, devido aos preços exorbitantes das acomodações em Belém. A carta assinada por 25 países negociadores e as reações dos países mostram a gravidade da situação e a necessidade de uma solução para garantir a participação de todos os países na conferência. O Brasil ainda não considera a alteração da sede da conferência, mas a pressão de muitos países pode levar a mudanças nos planos originais.
Créditos: Misto Brasil