A energia elétrica foi o item de maior impacto na inflação do país no mês, de acordo com os dados divulgados pela pesquisa do IBGE
A energia elétrica residencial no Brasil acendeu um alerta em setembro, registrando um aumento expressivo de 10,31%. Esse salto fez com que a conta de luz se tornasse a estrela (ou vilã) do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês, conforme divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (09/10). A inflação geral do país, que atingiu 0,48%, demonstrou um vigor renovado, subindo 0,59 ponto percentual em comparação com agosto.
Os Motivos por Trás da Faísca
Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, apontou os fatores que incendiaram as tarifas. O principal culpado foi o desparecimento do “Bônus de Itaipu”, um alívio temporário que havia suavizado as faturas de agosto. Para piorar o cenário, a temida bandeira tarifária vermelha patamar 2 continuou em vigor, adicionando uns robustos R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
O Acúmulo da Carga Elétrica
Quando olhamos o panorama anual, a energia elétrica residencial já acumula uma escalada de 16,42%. Esse item isolado foi responsável por injetar 0,63 ponto percentual no indicador geral do ano. Em um horizonte de 12 meses, o aumento acumulado é de 10,64%, contribuindo com 0,44 ponto percentual para a comparação nesse período.
A Casa Inteira Sente o Choque
O grupo Habitação foi o que mais sentiu o peso da conta de luz, apresentando a maior variação do mês, com 2,97%, e o maior impacto individual (0,45 ponto percentual) no índice de setembro. Este setor, que engloba despesas como aluguel, taxas, reparos, itens de limpeza e combustíveis domésticos, reverteu a tendência de queda observada em agosto (-0,90%), voltando a crescer com força.
Visão Geral
A alta no grupo Habitação em setembro não foi um evento isolado, mas sim um marco. Segundo Gonçalves, foi a maior elevação para este grupo desde fevereiro de 2025 (quando subiu 4,44%). Analisando especificamente o mês de setembro ao longo dos anos, a subida observada em 2024 é a maior registrada desde 1995, quando o grupo disparou 4,51%.