Petrobras Obtém Certificação Inédita para Produção de SAF, Impulsionando a Aviação Sustentável Brasileira

Petrobras Obtém Certificação Inédita para Produção de SAF, Impulsionando a Aviação Sustentável Brasileira
Petrobras Obtém Certificação Inédita para Produção de SAF, Impulsionando a Aviação Sustentável Brasileira - Foto: Reprodução / Freepik
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A Refinaria Duque de Caxias (Reduc) é a primeira do país a produzir Combustível Sustentável de Aviação (SAF), um passo crucial para a descarbonização do setor aéreo.

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O Salto Estratégico da Reduc: Pioneirismo Certificado

A certificação obtida pela Refinaria Duque de Caxias é chancelada pelo renomado padrão ISCC CORSIA (International Sustainability and Carbon Certification – Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation). Este selo não é trivial; ele atesta que toda a cadeia de produção, desde a matéria-prima até o produto final, segue critérios ambientais e sociais estritos. A Reduc foi certificada para a produção de SAF via coprocessamento, utilizando a rota HEFA (Hydroprocessed Esters and Fat Acids).

A escolha da rota HEFA, que utiliza óleos vegetais ou gorduras animais como matéria-prima (biomassa), é um ponto crucial. O coprocessamento permite que as unidades de refino existentes sejam adaptadas para a produção do combustível sustentável com investimentos otimizados. Para a Petrobras, isso significa maior agilidade na entrada de mercado. Esse modelo híbrido — que integra infraestrutura tradicional com insumos renováveis — é o caminho mais eficiente para a rápida escalabilidade do combustível sustentável de aviação.

Desvendando o SAF: O Potencial da Redução de Carbono

Para entendermos a magnitude desta certificação, é essencial revisitar o conceito de SAF. Não se trata de um mero aditivo, mas sim de um substituto direto para o querosene de aviação fóssil (Jet A-1), com a capacidade de reduzir as emissões líquidas de carbono em até 80% ao longo de seu ciclo de vida. Esta redução drástica é fundamental para a meta de descarbonização do setor aéreo mundial, que não possui alternativas de eletrificação viáveis a curto prazo para aeronaves de grande porte.

O SAF é o elo perdido na jornada da aviação rumo ao Net Zero. Com o crescimento exponencial do tráfego aéreo global, a pressão por soluções limpas aumenta. A certificação da Reduc é, portanto, a porta de entrada brasileira para suprir essa demanda crítica, inicialmente interna, mas com potencial exportador. A produção nacional robusta garante não só a segurança energética, como também reforça a liderança do Brasil em biocombustíveis avançados, um pilar da nossa matriz energética.

A Tecnologia HEFA e a Aliança com Biocombustíveis

A rota HEFA empregada na Reduc é a mais madura e amplamente utilizada globalmente para a produção de SAF. Ela consiste em submeter ésteres e ácidos graxos (derivados de óleos) a um processo de hidrotratamento. O resultado é um hidrocarboneto de cadeia longa, quimicamente idêntico ao querosene de aviação tradicional, o que dispensa modificações nas aeronaves ou na logística de abastecimento.

A maestria do coprocessamento reside em sua sinergia. Ele aproveita as unidades de refino existentes, minimizando a necessidade de construção de novas plantas greenfield. Isto é economicamente inteligente e ambientalmente responsável, acelerando a capacidade produtiva. Além disso, o foco em matérias-primas nacionais, como óleos de soja, sebo bovino ou dendê, fortalece a economia circular e a integração entre os setores agrícola e energético brasileiro.

O Rigor da Certificação ISCC CORSIA: Credibilidade no Ar

A certificação ISCC CORSIA não é apenas um carimbo; é uma declaração de sustentabilidade que confere credibilidade internacional. O CORSIA é um esquema global implementado pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) para compensação e redução de carbono na aviação. Ao ser certificada pelo ISCC CORSIA, a Reduc garante que seu SAF será aceito em voos internacionais, cumprindo as exigências de compensação de emissões.

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Para o Brasil, esta conformidade significa acesso direto a mercados globais e a mitigação de riscos regulatórios futuros. No contexto da transição energética, onde a rastreabilidade e a transparência da origem do carbono são cruciais, ter uma refinaria certificada garante que o produto brasileiro é sustentável “da fazenda ao avião” (*farm-to-wing*). Isso consolida a imagem do país como fornecedor confiável de energia limpa.

Cenário Regulatório: A Importância do Mandato de SAF

O horizonte regulatório brasileiro está em plena evolução. A aprovação iminente do programa Combustível do Futuro, que inclui o Mandato de SAF, impõe cotas mínimas de uso do combustível sustentável para as companhias aéreas a partir de 2027. A certificação da Reduc chega no momento exato, preparando a infraestrutura para atender a esta demanda compulsória que transformará o mercado.

A antecipação da Petrobras em certificar a Reduc é uma resposta direta à necessidade de *players* com capacidade produtiva comprovada. O Mandato de SAF visa criar um mercado interno robusto, incentivando investimentos em novas plantas e tecnologias. A chegada da Reduc ao mercado garante que a indústria aérea terá um fornecedor doméstico para cumprir as metas de descarbonização, reduzindo a dependência de importações caras.

Impacto na Matriz Energética e Setor Elétrico

Embora o SAF seja um produto do refino, seu impacto reverbera diretamente no setor elétrico e na matriz energética como um todo. A demanda por matérias-primas sustentáveis (biomassa) para a produção do combustível sustentável de aviação impulsiona a inovação no agronegócio e na logística de bio-insumos. Essa competição por biomassa pode gerar novas oportunidades e desafios para a geração de energia a partir de fontes renováveis.

O desenvolvimento de *hubs* de biocombustíveis avançados no Brasil fortalece a cadeia de valor da bioeconomia. Profissionais de energia limpa devem observar a crescente integração entre o refino de óleo e o processamento de biomassa. Este é um indicativo claro de que as grandes empresas de energia estão diversificando seus portfólios para além do petróleo, investindo massivamente em soluções que garantem a sustentabilidade a longo prazo.

Próximos Passos e a Ambição Brasileira

A Reduc está preparada para produzir o SAF com até 50% de teor renovável, misturado ao querosene fóssil, conforme as especificações técnicas atuais. Esta capacidade inicial é apenas o começo. A Petrobras já sinalizou planos de estender a certificação para outras refinarias, como a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) e a Refinaria de Paulínia (Replan), visando uma capacidade de produção ainda maior.

A ambição brasileira é se tornar um dos maiores *players* globais em SAF. Dada a vasta disponibilidade de matéria-prima (o Brasil é um gigante agrícola), a certificação da Reduc é a prova de que a tecnologia e a conformidade regulatória já estão em patamar internacional. É um momento de virada para o setor de energia, onde a sustentabilidade deixa de ser um custo e se torna um imperativo estratégico e uma fonte de vantagem competitiva global.

Visão Geral

A Refinaria Duque de Caxias, operada pela Petrobras, assegurou a primeira certificação internacional do país para produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação). O feito consolida a estratégia brasileira na transição energética, utilizando a rota HEFA e o coprocessamento, e garante a conformidade com o rigoroso padrão ISCC CORSIA, preparando o mercado nacional para o futuro Mandato de SAF.

Conclusão: Um Futuro de Energia Limpa e Conectada

O pioneirismo da Refinaria Duque de Caxias na produção certificada de SAF não é apenas uma vitória da Petrobras. É uma vitória para a transição energética brasileira. Este marco estabelece um novo padrão para o mercado de combustíveis e reforça a liderança do Brasil em energia limpa. Para o setor elétrico, significa um futuro de matrizes energéticas mais complexas e integradas, onde a busca por matérias-primas sustentáveis conecta o campo, a indústria e, agora, os céus. O Brasil está pronto para alçar voo na economia verde global.

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