A rede varejista Assaí anunciou sua entrada no modelo de autoprodução de energia, em colaboração com a Auren Energia, visando acelerar o projeto de descarbonização da companhia por meio do arrendamento de usinas solares em Minas Gerais.
Parceria Estratégica para Abastecimento com Fontes Limpas
A Assaí, maior e mais presente empresa brasileira do varejo alimentar, firmou uma parceria com a Auren Energia, terceira maior geradora do país e líder em comercialização no mercado livre, para iniciar o modelo de autoprodução de energia. Essa iniciativa é fundamental para o avanço do plano de descarbonização do atacadista e estabelece a Auren como parceira estratégica para grandes corporações em sua transição para uma matriz energética mais limpa. O acordo estabelece o arrendamento de três usinas solares localizadas no município de Jaíba (MG). Essas usinas serão responsáveis por fornecer energia para diversas unidades da rede, abrangendo os estados do Acre, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo, além do Distrito Federal. A expectativa é que a energia gerada por esses ativos supram aproximadamente um terço do parque atual de lojas do Assaí.
Essa medida representa um passo significativo na otimização da operação da rede, garantindo o suprimento de energia elétrica a partir de uma fonte renovável. Alexandre Araújo, Diretor Administrativo de Operações do Assaí, destacou a busca contínua por inovações: “Estamos sempre em busca de práticas sustentáveis e novos formatos para otimizar recursos e mitigar os impactos no meio ambiente”. O contrato de consórcio por arrendamento terá vigência de cinco anos, e as três usinas, em conjunto, possuem uma capacidade de produção média de 36MW. Isso reforça o compromisso da empresa com a eficiência energética e a adoção de soluções ecológicas em larga escala, alinhando-se às crescentes demandas por responsabilidade ambiental no setor varejista.
Avanço na Meta de Redução de Emissões de Carbono
A incursão no modelo de autoprodução de energia está diretamente ligada à estratégia de sustentabilidade do atacadista. Um dos principais compromissos ambientais da Companhia é a redução de suas emissões de CO2, com metas estabelecidas para os escopos 1 e 2 até 2030. Atualmente, o Assaí já alcança 99% de suas lojas abastecidas com energia renovável, proveniente de contratos no mercado livre, que incluem fontes como solar, hídrica, eólica ou biomassa. Com o arrendamento das novas usinas solares, a companhia prevê um avanço substancial na sua meta de descarbonização. Estima-se que, ao longo dos cinco anos de contrato, o atacadista conseguirá evitar a emissão de aproximadamente 86 mil toneladas de CO2, um impacto ambiental positivo considerável.
Adicionalmente, o Assaí executa outras frentes para mitigar a emissão de gases de efeito estufa em suas operações. Estas ações incluem a modernização de equipamentos utilizados nas lojas, um rigoroso sistema de gestão de resíduos, o combate ativo ao desperdício de alimentos e o fomento à economia circular. A utilização de fontes renováveis é uma prática que a rede implementa desde 2019, demonstrando um histórico crescente de compromisso ambiental. Araújo reforça a importância estratégica da iniciativa: “A entrada no mercado de autoprodução de energia é mais um passo importante que estamos dando dentro da nossa operação, com o uso de energia limpa, tornando-a cada vez mais eficiente. Com essa parceria com a Auren, teremos aproximadamente 1/3 do nosso parque de lojas autoproduzindo sua própria energia, usando uma fonte renovável, contribuindo na questão climática e, ainda, na redução de custos”.
Benefícios da Autoprodução Energética para o Setor
A Auren Energia, reconhecida por sua longa trajetória em geração renovável e liderança na comercialização de energia no Brasil, tem expandido seu leque de soluções para auxiliar empresas de diversos setores a cumprir seus objetivos ESG. Eduardo Diniz, diretor de Comercialização da Auren, enfatiza o valor agregado da colaboração: “A parceria com o Assaí agrega valor e eficiência à cadeia de negócios, além de tornar a companhia mais uma importante referência em transição energética no Brasil”. A modalidade de autoprodução de energia, especialmente quando realizada através de arranjos como parcerias estratégicas, oferece vantagens operacionais e financeiras claras para os consumidores corporativos.
Diniz detalha os benefícios diretos: “A autoprodução de energia, por meio de parcerias estratégicas, oferece benefícios como redução de custos tarifários, aumento da segurança no fornecimento e melhoria da competitividade comercial. E, além de permitir uma gestão mais eficiente do portfólio e uma previsão precisa dos custos operacionais em diferentes escalas, a iniciativa tem pleno alinhamento às demandas da sociedade pela geração de energia limpa”. A Auren, com ativos em nove estados e capacidade instalada total de 8,8 GW, distribui sua geração entre fontes eólica, solar e hidrelétrica, oferecendo um portfólio completo de soluções em energia e sustentabilidade.
O Impacto no Mercado Varejista Brasileiro
A decisão do Assaí de investir em autoprodução de energia solar sinaliza uma tendência crescente entre grandes varejistas brasileiros de assumirem maior controle sobre seu consumo energético e seu impacto ambiental. Ao garantir uma parcela significativa do seu suprimento através de fontes limpas, a empresa não só cumpre metas ambientais internas, mas também fortalece sua imagem perante consumidores cada vez mais conscientes. A parceria com a Auren, que atua em um modelo que inclui a comercialização de energia, mostra a complexidade e a sofisticação dos novos modelos de contratação de energia no mercado livre.
Essa movimentação estratégica deve influenciar outras companhias do setor a buscarem formatos similares para garantir maior previsibilidade de custos e demonstrar um compromisso tangível com a transição energética nacional. A capacidade de gerar internamente, mesmo que por arrendamento, uma fração considerável do consumo total, oferece uma barreira contra a volatilidade dos preços regulados e reforça a competitividade comercial do Assaí em um mercado sensível a custos operacionais.
























