Operador Nacional do Sistema Elétrico Revisa Projeção de Carga em Novembro Diante de Clima Amigável

Operador Nacional do Sistema Elétrico Revisa Projeção de Carga em Novembro Diante de Clima Amigável
Operador Nacional do Sistema Elétrico Revisa Projeção de Carga em Novembro Diante de Clima Amigável - Foto: Reprodução / Freepik AI
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O ONS ajustou para baixo a projeção de carga de novembro, impulsionado por temperaturas amenas, o que favorece a estabilidade do PLD e a gestão dos reservatórios.

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Visão Geral: Clima Alivia ONS Reduz Carga Novembro Previsão Otimista PLD Estável

O Setor Elétrico brasileiro começa a respirar um ar mais fresco, e não apenas pelo clima. O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) divulgou sua mais recente projeção de carga para novembro, e o número é um alívio notável. Graças às temperaturas amenas que têm predominado em grande parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), a expectativa de demanda por energia foi revista para baixo, contrariando o ciclo tradicional de picos de calor de primavera.

Essa redução na projeção de carga é uma notícia de peso, especialmente para os *players* da clean energy generation e para a gestão da segurança energética. A moderação da demanda térmica – impulsionada pelo uso mais brando de ar-condicionado e refrigeração – injeta uma dose extra de conforto operacional e, mais importante, promete manter a estabilidade do PLD (Preço de Liquidação de Diferenças), principal balizador do Mercado Livre de Energia (ACL). A economia de energia que o clima proporciona é um fator de Modicidade Tarifária imediato.

A projeção de carga total para o SIN em novembro foi ajustada, representando uma desaceleração no ritmo de crescimento da demanda esperada inicialmente. Este cenário menos estressante permite ao ONS manobrar o sistema com maior folga, especialmente no que tange à preservação da água nos reservatórios e à gestão do mérito hidrotérmico. Para o gestor de ativos e investimentos, o clima se torna um regulador macroeconômico temporário.

O Paradoxo da Demanda: Clima Versus Economia e Redução na Projeção de Carga

A principal razão para a redução na projeção de carga é puramente meteorológica. O Brasil experimentou um início de primavera com menos ondas de calor intensas do que o usual. O consumo de energia é diretamente sensível a picos de temperatura, com cada grau Celsius acima da média elevando o uso de sistemas de climatização, que são grandes consumidores de eletricidade, impactando principalmente o subsistema Sudeste/Centro-Oeste.

Apesar da projeção de carga menor, os analistas do Setor Elétrico fazem uma leitura cautelosa. É fundamental distinguir a redução de carga por fatores térmicos (o chamado “efeito ar-condicionado”) da desaceleração da carga de energia por fatores econômicos, como o enfraquecimento da indústria. O ONS indica que a maior parte da revisão é creditada ao clima, o que alivia as preocupações imediatas sobre um colapso repentino na atividade econômica, garantindo a segurança energética.

Os números revisados para o subsistema Sul e Sudeste/Centro-Oeste são os mais expressivos na redução na projeção de carga. Historicamente, essas regiões concentram tanto a demanda industrial quanto a maior sensibilidade ao clima devido à densidade populacional. Uma projeção de carga mais controlada nesses eixos significa menos estresse nas linhas de transmissão de energia, que no verão costumam operar próximas ao limite.

O Salva-Vidas dos Reservatórios e a Estabilidade do PLD

A notícia das temperaturas amenas e da menor projeção de carga é música para os ouvidos dos gestores de reservatórios. Em um país onde a Geração Hidráulica ainda domina a matriz, cada megawatt-hora não consumido pela demanda desnecessária de ar-condicionado é um MWh de água economizada. Isso prolonga a saúde hídrica dos principais reservatórios (como Furnas, Ilha Solteira e Sobradinho).

A preservação dos reservatórios por meio da redução de carga é o fator-chave para a estabilidade do preço de energia. Se o consumo se mantém baixo, o ONS pode adiar o despacho de térmicas a gás e a óleo, que são mais caras. Essa priorização da Geração Hidráulica e eólica – o chamado mérito hidrotérmico – mantém o Custo Marginal de Operação (CMO) baixo.

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Consequentemente, o PLD tende a se manter em patamares estáveis ou até mesmo com tendência de queda para as próximas semanas. Para quem atua no ACL, essa previsibilidade de preços é crucial para o fechamento de contratos de energia e para a otimização do *trading*. A projeção de carga amena é um colchão contra a volatilidade, injetando Segurança Jurídica e econômica no mercado.

Ganhos para a clean energy generation e Infraestrutura

A redução na projeção de carga tem implicações diretas e positivas para a clean energy generation, especialmente a energia eólica e energia solar. Com a demanda menor, a infraestrutura de transmissão de energia fica menos congestionada. Isso diminui o risco de *curtailment* (cortes de geração) que costuma ocorrer em momentos de alta produção e baixo escoamento.

O ONS ganha mais flexibilidade para absorver a intermitência da energia eólica e da energia solar sem precisar recorrer a manobras bruscas. Isso permite que esses ativos operem em sua máxima performance e contribuam de forma mais eficiente para a sustentabilidade da matriz. A projeção de carga menor é um fator que melhora o fator de capacidade das usinas limpas.

Além disso, o cenário de folga operacional incentiva o investimento em modernização do setor elétrico. Ao demonstrar que o sistema pode operar de forma estável mesmo com o crescimento de fontes intermitentes, a redução de carga fortalece o *business case* para o armazenamento de energia (BESS), que complementará a clean energy generation em momentos de escassez. A MP 1304 recentemente aprovada, que foca no BESS, ganha força com esses dados de otimização de carga de energia.

Vigilância e o Longo Prazo da Transição Energética

Apesar do alívio proporcionado pelas temperaturas amenas e pela redução na projeção de carga, o Setor Elétrico não pode baixar a guarda. Novembro e, principalmente, dezembro marcam a transição para o verão, época de maior demanda histórica. O alívio de agora deve ser visto como uma janela para a manutenção preventiva e para a otimização da infraestrutura.

O desafio da Transição Energética é justamente garantir que a infraestrutura de transmissão de energia acompanhe o crescimento da clean energy generation e o aumento da carga de energia impulsionado pela eletrificação da sociedade. A projeção de carga menor é uma trégua, não a solução definitiva para a gestão da demanda.

A CPFL RGE e outras distribuidoras, por exemplo, precisam aproveitar esse momento de menor estresse para acelerar os investimentos em distribuição de energia e Qualidade do Fornecimento. A modernização do setor elétrico exige que a rede esteja pronta para o próximo pico de calor, que fatalmente virá.

Em resumo, a projeção de carga revista para novembro é um indicativo de que o clima, temporariamente, está atuando a favor do SIN e da Modicidade Tarifária. O ONS ganha margem, os reservatórios agradecem, e o PLD se mantém previsível. Para o profissional de energia, é um momento de otimismo cauteloso, confirmando que a segurança energética do Brasil, neste momento, tem um forte aliado nas temperaturas amenas.

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