O projeto Noronha Verde, parceria MME e Neoenergia, visa a descarbonização total de Fernando de Noronha até 2027, garantindo energia elétrica 100% solar para o arquipélago.
Conteúdo
- Usina Solar Noronha Verde: O Projeto de Descarbonização
- Detalhes do Investimento e Escopo Técnico
- O Impacto Histórico da Transição Energética
- Vozes do Setor e a Importância da COP30
- Tecnologia e Benefícios da Geração Limpa
- O Fim da Dependência do Diesel Fóssil
- Visão Geral
Usina Solar Noronha Verde: O Projeto de Descarbonização
A Usina Solar Noronha Verde representa um marco essencial na transição energética do Brasil. Lançada em parceria pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e o grupo Neoenergia, o projeto tem a ambiciosa meta de alcançar a descarbonização integral da geração de energia elétrica em Fernando de Noronha até o ano de 2027. Este empreendimento colossal assegurará o fornecimento completo de eletricidade para a ilha, utilizando exclusivamente fonte solar, alinhando-se com a participação ativa do governo de Pernambuco. Essa iniciativa não apenas protege o ecossistema singular do arquipélago, mas também consolida a posição do Brasil como líder em sustentabilidade e energia limpa em nível global.
Detalhes do Investimento e Escopo Técnico
Com um robusto investimento de R$ 350 milhões aportado pela Neoenergia, a estrutura da usina prevê a instalação de mais de 30 mil painéis solares fotovoltaicos. Estes sistemas serão cruciais, pois estarão integrados a modernos sistemas de armazenamento por baterias (BESS), garantindo o suprimento contínuo. A implantação exige a ocupação de 24,63 hectares, representando apenas 1,5% da área total de Fernando de Noronha. O êxito logístico e operacional desta fase só foi possível graças à cessão estratégica das áreas pela Aeronáutica e pela administração local, gerida pelo governo pernambucano, demonstrando uma colaboração interinstitucional fundamental para o avanço da matriz energética verde.
O Impacto Histórico da Transição Energética
A execução do projeto está dividida em duas fases críticas. A primeira fase da Usina Solar Noronha Verde está programada para iniciar suas operações até maio de 2026, com a conclusão completa da segunda fase prevista para o primeiro semestre de 2027. Ao atingir essa meta, Fernando de Noronha fará história, tornando-se a primeira ilha oceânica habitada de toda a América Latina a alcançar a completa descarbonização de sua geração de energia. O anúncio oficial deste projeto estratégico ocorreu em um momento oportuno: às vésperas da COP30, a Conferência do Clima da ONU, que será sediada no Brasil, posicionando o país como um exemplo vivo de transição energética e compromisso ambiental.
Vozes do Setor e a Importância da COP30
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou o simbolismo do Noronha Verde no contexto global da COP30, afirmando que o país está oferecendo um modelo prático de transição de matriz energética. Silveira ressaltou que a mudança para uma economia verde não se limita à sustentabilidade, mas também gera emprego e renda, reforçando que “Não há solução fora dessa nova economia.” Ignacio Galán, presidente da Iberdrola, controladora da Neoenergia, endossou a visão, celebrando o projeto como um legado transformador para as futuras gerações. Ele creditou o sucesso a uma política energética clara e à estabilidade regulatória brasileira, que tornaram o país uma referência mundial no setor elétrico.
Tecnologia e Benefícios da Geração Limpa
A nova central de energia solar fotovoltaica, integrada ao sistema avançado de baterias, terá uma notável capacidade de geração de 22 MWp, complementada por 49 MWh de sistema BESS. Essa capacidade é equivalente ao consumo de aproximadamente 9 mil residências no continente. Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia, enfatizou que os benefícios extrapolam a energia limpa e sustentável. O projeto está projetado para contribuir significativamente com o sistema elétrico brasileiro ao promover uma redução de até 10% no custo da geração da ilha. Durante o dia, a usina solar carrega as baterias e atende ao consumo, garantindo que à noite o consumo seja suprido pelas baterias previamente carregadas, assegurando zero emissões e segurança no fornecimento.
O Fim da Dependência do Diesel Fóssil
Atualmente, a energia consumida em Fernando de Noronha é majoritariamente gerada pela Usina Tubarão, que opera à base de diesel, um combustível fóssil. Este método atende 95% da demanda, sendo o restante suprido por três pequenas usinas solares existentes. A logística é complexa e custosa: em média, 200 mil litros de diesel chegam mensalmente por navio. Para o abastecimento diário, são consumidos cerca de 30 mil litros de combustível. Em 2024, essa operação resultou na emissão de 21 toneladas de CO², evidenciando a urgência da transição energética. Após a transição completa, a Usina Tubarão será mantida apenas como backup estratégico. Se você está pensando em adotar a energia limpa, saiba que o Portal Energia Limpa pode te ajudar nessa jornada de sustentabilidade.
Visão Geral
A iniciativa ressoou profundamente na comunidade local. A professora Edileuza Maria dos Santos, moradora da ilha, expressou o orgulho da população em ter energia limpa e sustentável, garantindo um futuro melhor para as próximas gerações. A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, salientou que a relevância do projeto está em seu sentido prático para quem vive ali, reforçando que um lugar é bom para visitar quando é bom para viver. A Neoenergia assegurou que o projeto da usina solar foi devidamente licenciado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e conta com a anuência do ICMBio. Trata-se de um legado fundamental para o país e um exemplo de sustentabilidade, particularmente oportuno no contexto da agenda climática global da COP.























