Mineração Descarbonização Desafios e o Empurrão que o Setor Elétrico Precisa Dar

Mineração Descarbonização Desafios e o Empurrão que o Setor Elétrico Precisa Dar
Mineração Descarbonização Desafios e o Empurrão que o Setor Elétrico Precisa Dar - Foto: Reprodução / Freepik
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A mineração busca acelerar a transição energética, mas necessita de forte suporte do setor elétrico para a descarbonização total de suas operações.

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A mineração, espinha dorsal da economia brasileira e global, está sob intensa pressão para se alinhar à transição energética. Grandes *players* como Vale, Anglo American e BHP já anunciaram metas agressivas de Descarbonização, investindo bilhões para zerar emissões até 2050. No entanto, o caminho para transformar um setor historicamente dependente de combustíveis fósseis em uma operação carbono zero não é simples.

O consenso no setor elétrico é claro: a mineração tem o capital e a intenção de ser verde, mas precisa de um “empurrão” regulatório, tecnológico e de infraestrutura. A integração com a energia limpa, a eletrificação da frota pesada e o desenvolvimento de novos combustíveis são os pilares dessa transformação.

1. O Gigante Carbono-Intensivo: Desafios da Mineração

A mineração é uma das indústrias que mais consomem energia e combustíveis no mundo. Os principais desafios de Descarbonização residem em duas frentes: a energia consumida nas plantas industriais e o transporte de material.

As usinas de processamento, moagem e pelotização consomem quantidades enormes de eletricidade. O segundo desafio é o transporte: caminhões fora-de-estrada gigantescos e a logística ferroviária, que dependem maciçamente de diesel, são os maiores emissores diretos (Escopo 1). Para a mineração brasileira, que emitiu cerca de 13 milhões de toneladas de CO2 em 2024, segundo dados de mercado, esses pontos são cruciais.

A solução exige uma reengenharia completa da matriz energética interna da mineração, movendo-a de ativos de combustíveis fósseis para a eletrificação total, um processo que demanda alto investimento e confiabilidade de suprimento.

2. O Papel Estratégico da Energia Limpa

A principal alavanca de Descarbonização da mineração no Brasil é a Energia Limpa. Empresas do setor têm se posicionado como grandes compradoras de Geração Renovável no Mercado Livre de Energia (ACL). A Vale, por exemplo, é uma das maiores *players* no *self-production* (autoprodução) de energia eólica e energia solar.

O objetivo é garantir que 100% da energia consumida nas plantas industriais seja certificada como limpa. Isso não apenas reduz as emissões de Escopo 2 (eletricidade comprada), mas também fornece uma base de sustentabilidade para o produto final, valorizando-o no mercado global (*green premium*).

O setor elétrico precisa responder a essa demanda crescente, garantindo a expansão da matriz com a confiabilidade necessária para as operações de mineração 24/7, que não podem parar devido à intermitência.

3. O Empurrão da Eletrificação Veicular Pesada

O verdadeiro “empurrão” que a mineração precisa está na eletrificação de sua frota. Caminhões de mineração (os *haul trucks*) podem carregar até 400 toneladas e consomem milhares de litros de diesel por dia. Substituir esses gigantes por modelos elétricos ou movidos a Hidrogênio Verde é o maior desafio tecnológico.

O mercado global está em fase de testes, com parcerias entre mineradoras e fabricantes (OEMs) para desenvolver e testar caminhões elétricos e a células de combustível (H2). O Brasil precisa de incentivos regulatórios para que esses testes e a consequente adoção em massa sejam acelerados, diminuindo a dependência do diesel importado.

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A eletrificação exige que as concessionárias de energia e transmissão se preparem para atender a picos de potência gigantescos nas áreas de recarga das minas. Sem essa modernização da infraestrutura, a Descarbonização da frota não avança.

4. O Triplo H: Hidrogênio Verde e Biocombustíveis

Além da eletrificação direta, o Hidrogênio Verde (H2V) e os biocombustíveis (como o Diesel Verde) são vistos como soluções complementares para a mineração. O H2V é ideal para substituir o gás natural em processos de aquecimento de alta temperatura (por exemplo, na produção de aço verde a partir de minério de ferro) e como combustível em frotas onde a bateria não é viável.

A parceria entre gigantes como Petrobras e Vale para buscar soluções de baixo carbono exemplifica essa sinergia. O Diesel Verde, produzido a partir de óleos vegetais e resíduos, pode ser um substituto imediato (*drop-in*) para o diesel tradicional nos equipamentos que ainda não podem ser eletrificados, fornecendo um ganho rápido de Descarbonização.

O setor elétrico brasileiro, com sua matriz energética limpa, está posicionado para ser o grande produtor de H2V e de energia para biocombustíveis, consolidando a cadeia de suprimento verde para a mineração.

5. Incentivos Fiscais e o Mercado de Carbono

A intenção da mineração de se descarbonizar é movida por pressão de ESG e acesso a mercados financeiros, mas o alto custo inicial da transição energética exige incentivos. O “empurrão” regulatório deve vir através de linhas de crédito verde, desoneração fiscal para a compra de equipamentos elétricos e a criação de um Mercado de Carbono regulado no Brasil.

Um Mercado de Carbono forte e funcional é essencial para precificar as emissões e remunerar o esforço de Descarbonização da mineração. A precificação do carbono torna a energia limpa e as tecnologias verdes mais competitivas do que os combustíveis fósseis, acelerando o investimento de longo prazo.

A inação regulatória é o maior risco. Se o investimento em tecnologia verde não for recompensado, a mineração terá menos pressa em realizar as transformações custosas necessárias.

6. Sinergia da Cadeia e a Sustentabilidade Global

A mineração é o ponto de partida para a transição energética global: ela fornece o cobre, o lítio e o ferro necessários para as baterias, painéis solares e turbinas eólicas. A sustentabilidade da mineração brasileira, portanto, é crucial para a sustentabilidade do mundo.

O setor elétrico é o parceiro mais estratégico da mineração nessa jornada. Ao garantir energia limpa, confiabilidade de transmissão e suporte para a eletrificação pesada, o Brasil não apenas descarboniza a mineração, mas consolida seu status como potência verde. O investimento público e privado precisa se alinhar agora para dar o empurrão final que o setor tanto deseja e precisa.

Visão Geral

A Descarbonização da mineração exige uma revolução tecnológica focada na eletrificação da frota e na adoção massiva de energia limpa. O setor elétrico é o catalisador essencial, fornecendo a confiabilidade de suprimento e infraestrutura de transmissão necessárias. Sem um arcabouço regulatório que inclua incentivos e um robusto Mercado de Carbono, o alto custo da transição energética pode atrasar o caminho da mineração rumo ao carbono zero.

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