Inflação: Previsões do mercado caem pela 14ª vez, mas teto segue distante
O mercado financeiro revisou novamente suas expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. A projeção para este ano recuou de 4,86% para 4,85%, marcando a décima quarta queda seguida na estimativa. Esses dados são divulgados no Boletim Focus, um relatório semanal.
O Que é o Boletim Focus?
O Boletim Focus é um relatório semanal elaborado pelo Banco Central (BC). Ele compila as expectativas de diversas instituições financeiras e analistas de mercado para os principais indicadores econômicos do país. É como um “termômetro” do que o mercado espera para a economia, fornecendo dados cruciais sobre inflação, juros, câmbio e crescimento.
As Previsões para a Inflação (IPCA)
Além da queda na projeção para este ano, as expectativas para a inflação também foram revisadas para baixo em períodos futuros. Para 2026, a previsão diminuiu de 4,33% para 4,31%. Já para os anos de 2027 e 2028, as projeções atuais são de 3,94% e 3,8%, respectivamente. Essas reduções indicam uma percepção do mercado de um cenário inflacionário mais controlado no médio e longo prazo.
Meta de Inflação: O Alvo do Banco Central
É fundamental entender que o Banco Central busca manter a inflação dentro de uma meta. Essa meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e, para este ano, é de 3%. Existe uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que a inflação deve ficar entre 1,5% (limite inferior) e 4,5% (limite superior). No entanto, a estimativa atual do mercado para 2023 (4,85%) ainda está acima do teto dessa meta (4,5%).
Inflação Recente: O Cenário Atual
Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a inflação oficial em julho foi de 0,26%, influenciada, em parte, pelo aumento na conta de energia. Contudo, a queda nos preços dos alimentos pelo segundo mês consecutivo ajudou a frear o índice. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA atingiu 5,23%, permanecendo acima do limite superior da meta (4,5%).
A Selic: A Principal Ferramenta de Combate à Inflação
Para controlar a inflação e tentar fazê-la convergir para a meta, o Banco Central utiliza como seu principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Essa taxa foi definida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Observando um recuo na inflação e o início de uma desaceleração econômica, o Copom decidiu, em sua última reunião em julho, encerrar um ciclo de sete aumentos consecutivos na Selic, mantendo-a nesse patamar.
Visão Geral
Em resumo, o mercado financeiro está otimista, prevendo uma inflação (IPCA) menor para este ano e para os próximos, conforme indica o Boletim Focus. Embora a previsão para 2023 ainda esteja acima da meta estabelecida pelo Banco Central, a recente desaceleração da inflação oficial e a pausa nos aumentos da taxa Selic pelo Copom sugerem um cenário econômico em transição, com desafios na gestão da política monetária para alcançar a estabilidade de preços. As projeções futuras mostram a expectativa de convergência gradual da inflação para níveis mais próximos da meta nos próximos anos.
Créditos: Misto Brasil