Discutindo o equilíbrio entre o avanço da Inteligência Artificial e a necessidade urgente de sustentabilidade ambiental, este conteúdo explora os crescentes desafios energéticos impostos pelos data centers.
Com a COP30 em andamento, as discussões sobre sustentabilidade ganham um novo componente tecnológico: o avanço exponencial da inteligência artificial (IA) e o impacto ambiental de sua infraestrutura. De acordo com a TEC4U, agência especialista em performance digital, o maior vilão das vendas não é o concorrente, o preço ou o frete, e sim a lentidão e a instabilidade dos sites.
Projeções internacionais indicam que o consumo de eletricidade dos data centers pode alcançar 1.050 TWh até 2026, o dobro do registrado em 2022, e até triplicar até 2030. Se confirmadas, essas estimativas colocariam o setor entre os cinco maiores consumidores de energia do planeta, superando países como Japão e Rússia. Esse crescimento está diretamente relacionado à adoção em larga escala de tecnologias de IA, que demandam processamentos intensivos e operação contínua de alto desempenho.
O Desafio Energético Impulsionado pela IA
“O avanço da inteligência artificial trouxe ganhos incalculáveis para a sociedade e para os negócios, mas também ampliou o desafio energético e ambiental do setor de tecnologia. É um movimento que exige eficiência e responsabilidade em todas as etapas, do design de chips à forma como resfriamos servidores”, avalia Melissa Pio, CEO da TEC4U.
De acordo com a executiva, a própria IA pode ser parte da solução, ajudando a otimizar o consumo de energia e o funcionamento de data centers por meio de algoritmos de eficiência e controle térmico inteligente. “A tecnologia precisa se autorregular. As mesmas ferramentas que consomem energia podem ser aplicadas para prever, reduzir e redistribuir esse uso de forma mais equilibrada”, destaca Melissa.
Impacto Hídrico e Localização Estratégica
Um dos pontos mais críticos é o impacto hídrico. Data centers dependem de grandes volumes de água para evitar o superaquecimento dos equipamentos, e estima-se que três quartos desse consumo sejam indiretos, decorrentes da geração de energia elétrica. Em um cenário de aquecimento global e escassez de recursos naturais, esse fator torna a localização e a matriz energética decisões estratégicas para empresas de tecnologia.
No Brasil, a combinação de matriz limpa e capacidade de expansão coloca o país como um polo promissor para abrigar novas estruturas. Entretanto, a concentração de data centers em regiões metropolitanas com alto estresse hídrico pode gerar desequilíbrios locais. “É preciso considerar critérios de risco hídrico e uso de energia renovável desde o planejamento de novos investimentos. A sustentabilidade deve ser tratada como um ativo estratégico, e não apenas uma exigência regulatória”, reforça Melissa.
Inovações em Infraestrutura para Mitigação
As inovações em infraestrutura já apontam caminhos para mitigar impactos. O resfriamento líquido, por exemplo, permite operar racks de IA de alta densidade com maior eficiência térmica e menor consumo de água. Essa tecnologia, combinada ao uso de aceleradores de IA mais eficientes que as GPUs tradicionais, reduz significativamente o gasto energético e o espaço físico necessário para a operação.
A tendência é que a sustentabilidade digital se torne parte central das metas ESG de grandes empresas. Gigantes da tecnologia já vêm adotando sistemas de reuso de água, priorizando energia de fontes renováveis e desenvolvendo arquiteturas de hardware voltadas à eficiência. “Os players que unirem performance e responsabilidade ambiental vão liderar a nova economia digital”, afirma a CEO da TEC4U.
Regulamentação e o Futuro da IA Sustentável
O debate também se amplia no campo regulatório. No Brasil, o Projeto de Lei nº 3018/2024 propõe a regulamentação de data centers de inteligência artificial, com foco em eficiência energética e segurança. Já o Regime Especial de Tributação (Redata) prevê incentivos fiscais para empresas que comprovem práticas sustentáveis e utilização de energia renovável, em sintonia com as metas discutidas durante a COP30.
Para a TEC4U, o cenário reforça a necessidade de uma transição digital sustentável, em que o avanço tecnológico caminhe lado a lado com a preservação ambiental. “Estamos em um momento decisivo. O futuro da IA não depende apenas de inovação e poder computacional, mas da capacidade de criar soluções que respeitem os limites do planeta”, conclui Melissa.






















