A Inpasa investirá R$ 2,4 bilhões na construção da maior biorrefinaria da América Latina em Rio Verde (GO), consolidando o estado como polo nacional de bioenergia.
Conteúdo
- Visão Geral do Investimento Monumental
- O Poder do Milho na Geração de Bioenergia
- Eletricidade Sustentável: O Ganho para o Setor Elétrico
- DDGS: O Coproduto de Alto Valor e a Economia Circular
- Goiás: O Hub Estratégico da Bioenergia
- Impacto Social e a Janela de Oportunidade
- Inpasa e o Futuro Descarbonizado
Visão Geral do Investimento Monumental
A matriz energética brasileira, um dos pilares da transição global para fontes limpas, acaba de receber um impulso monumental. A Inpasa, líder na produção de etanol de milho na América Latina, confirmou um investimento de R$ 2,4 bilhões para construir uma nova biorrefinaria em Rio Verde (GO). Este anúncio não é apenas uma notícia econômica; é um divisor de águas que consolida o estado de Goiás como o principal polo nacional de bioenergia e redefine a dinâmica do setor elétrico e de combustíveis.
O empreendimento será a maior biorrefinaria de etanol de grãos da América Latina. Sua escala e escopo impressionam, refletindo a crescente demanda por fontes renováveis e a maturidade tecnológica do etanol de segunda geração. Para os profissionais do setor elétrico, o projeto em Rio Verde (GO) sinaliza uma nova fronteira de cogeração e sustentabilidade, integrando a produção de combustíveis renováveis com a geração de energia firme para o sistema.
O Poder do Milho na Geração de Bioenergia
O Brasil é tradicionalmente conhecido pelo etanol de cana-de-açúcar. Contudo, o etanol de milho emergiu como um complemento estratégico, proporcionando produção durante a entressafra da cana. A nova unidade da Inpasa em Rio Verde será um símbolo dessa diversificação, com capacidade para produzir anualmente cerca de 1 bilhão de litros de etanol. Essa produção maciça garante maior segurança energética e estabilidade no fornecimento de biocombustíveis.
O investimento de R$ 2,4 bilhões está intrinsecamente ligado à vasta disponibilidade de matéria-prima no Centro-Oeste brasileiro. Rio Verde, no sudoeste goiano, é um dos maiores produtores de grãos do país. A safra de milho “safrinha” se tornou um pilar econômico, e transformá-la em etanol e eletricidade é a chave para o modelo de economia circular que a Inpasa adota.
Eletricidade Sustentável: O Ganho para o Setor Elétrico
O termo “biorrefinaria” é crucial e vai muito além da simples usina de etanol. Uma instalação como esta é, na prática, uma mini-central de geração de energia. A queima da biomassa residual do milho (como o bagaço e a palha, dependendo da tecnologia) é utilizada para a cogeração de energia elétrica e vapor, essenciais para o processo industrial.
A expectativa é que a unidade de Rio Verde opere com alta eficiência energética, gerando eletricidade excedente que pode ser injetada na rede. Para o setor elétrico, isso significa mais do que apenas megawatts; significa energia despachável, limpa e previsível, um contraponto valioso às intermitências de outras fontes renováveis como a eólica e a solar. A bioenergia oriunda do milho reforça a confiabilidade do Sistema Interligado Nacional.
O modelo de negócio da biorrefinaria mitiga riscos, aproveitando 100% do grão. Enquanto o amido vira etanol, o óleo de milho é vendido para a indústria alimentícia e o restante, rico em proteínas, se transforma no DDGS (Dried Distillers Grains with Solubles). Essa sinergia produtiva garante a viabilidade econômica do projeto de R$ 2,4 bilhões e sua relevância para a bioenergia brasileira.
DDGS: O Coproduto de Alto Valor e a Economia Circular
A sustentabilidade de uma biorrefinaria é medida pela minimização de resíduos. A unidade de Rio Verde prevê a produção de impressionantes 450 mil toneladas de DDGS, um coproduto de alto valor nutricional, usado como ração animal de excelência. Isso cria uma ligação direta e robusta com o setor agropecuário, reforçando a economia circular em Goiás.
Ao transformar o resíduo do processamento do milho em DDGS, a Inpasa fecha o ciclo da produção, valorizando toda a cadeia. Essa eficiência, que alia a produção de biocombustíveis com a geração de ração e energia, é o que faz o investimento de R$ 2,4 bilhões ser um marco para o conceito de bioenergia moderna no país. É uma resposta clara à necessidade de otimizar recursos e reduzir o impacto ambiental da produção.
Goiás: O Hub Estratégico da Bioenergia
O que torna Goiás o local ideal para o maior investimento em etanol de milho da América Latina? A resposta está na logística, na política de incentivos e na vocação agrícola do estado. Rio Verde está no coração da produção de grãos, minimizando os custos de transporte de matéria-prima e otimizando a cadeia de suprimentos.
O governo de Goiás tem desempenhado um papel ativo na atração desses investimentos, consolidando um ambiente de negócios favorável para a bioenergia. Essa postura estratégica garante a atração de capital privado, como os R$ 2,4 bilhões da Inpasa, e fortalece a infraestrutura local, preparando o estado para ser, de fato, o polo nacional de bioenergia.
A concentração de usinas de etanol de milho na região cria um cluster de inovação e tecnologia. Isso gera conhecimento especializado, atrai fornecedores de equipamentos de ponta para o setor elétrico e fomenta a pesquisa em processos de conversão de biomassa em energia e biocombustíveis.
Impacto Social e a Janela de Oportunidade
A construção da nova biorrefinaria da Inpasa deve gerar cerca de 420 empregos diretos na fase de obras e, crucialmente, 2.700 postos de trabalho diretos e indiretos quando estiver em pleno funcionamento. Para a economia local de Rio Verde e região, esse influxo de empregos qualificados representa um salto social e de desenvolvimento.
A prioridade na contratação de mão de obra local, um compromisso da Inpasa, assegura que os benefícios do investimento de R$ 2,4 bilhões sejam distribuídos. Além dos empregos na própria planta, toda a cadeia de serviços, transporte e manutenção do setor elétrico e industrial será beneficiada, criando um círculo virtuoso de crescimento econômico.
A conclusão da obra está prevista para o final de 2026, abrindo uma janela de oportunidade para fornecedores de equipamentos de cogeração, automação e infraestrutura elétrica. Engenheiros, técnicos em bioenergia e especialistas em gestão de resíduos encontrarão um mercado aquecido e focado em soluções de ponta.
Inpasa e o Futuro Descarbonizado
A Inpasa já detém a liderança na produção de etanol de milho no país, e este projeto a coloca na vanguarda da bioenergia continental. A aposta em um biocombustível de baixa pegada de carbono é um passo firme do Brasil em direção às metas de descarbonização estabelecidas no RenovaBio.
O projeto de R$ 2,4 bilhões em Rio Verde não é apenas uma expansão industrial; é uma declaração estratégica de que o futuro da energia brasileira passa pela biomassa e pela diversificação de fontes renováveis. Para o profissional do setor elétrico, monitorar o desenvolvimento dessas biorrefinarias é fundamental. Elas representam a integração crescente entre a produção de combustíveis e a geração de eletricidade, desenhando um sistema energético mais resiliente, limpo e integrado.
A consolidação de Goiás como polo nacional de bioenergia é um testemunho da capacidade do agronegócio brasileiro de inovar e servir como motor para a transição energética global. A Inpasa, com sua megausina, ilumina o caminho, mostrando que a sustentabilidade e a escala podem, e devem, caminhar juntas.






















