Otimismo global e expectativa de juros menores nos EUA impulsionam alta da bolsa e queda do dólar
O mercado financeiro brasileiro teve um dia de otimismo, com o principal índice da bolsa de valores se recuperando e o dólar fechando em queda. Essa melhora foi impulsionada por fatores internos e externos, especialmente a expectativa de cortes nas taxas de juros dos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira, o Ibovespa, que é o principal índice da bolsa brasileira, registrou uma alta de 0,81%, alcançando 140.993,25 pontos. Com esse avanço, o índice se aproximou de seu recorde histórico de 141.422,26 pontos, registrado em 29 de agosto. Enquanto isso, o dólar à vista encerrou o dia em R$ 5,4468, apresentando uma queda de 0,11%, conforme dados do MoneyTimes.
Cenário Doméstico
No Brasil, os investidores acompanharam de perto alguns indicadores importantes. Um deles foi a balança comercial brasileira, que registrou um superávit (ou seja, as exportações foram maiores que as importações) de US$ 6,133 bilhões em agosto. Esse valor representa um aumento significativo de 35,8% em comparação com o mesmo mês do ano anterior (agosto de 2024), quando o saldo positivo foi de US$ 4,5 bilhões. Esses dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e contribuíram para o bom humor do mercado e a queda do dólar ao longo do dia.
Influências Globais
A queda do dólar também acompanhou um maior “apetite por risco” nos mercados globais, o que significa que os investidores estavam mais dispostos a investir em ativos considerados mais arriscados, como ações, em vez de refúgios mais seguros. As bolsas americanas subiram, impulsionando o Ibovespa a ultrapassar os 141 mil pontos. Essa movimentação foi influenciada, em parte, pela expectativa em torno da divulgação do Payroll (relatório de empregos) de agosto nos EUA. Além disso, os rendimentos dos títulos do governo americano (Treasuries) recuaram após a divulgação de dados mais fracos do mercado de trabalho nos EUA, como a criação de vagas no setor privado abaixo do esperado e um número maior de pedidos de auxílio-desemprego.
Expectativas de Juros e o Dólar
Esse cenário de dados mais fracos nos EUA reforçou a percepção de que a economia americana está perdendo força gradualmente. Isso aumentou para mais de 97% a probabilidade de que o Federal Reserve (o banco central dos EUA) possa cortar as taxas de juros já em setembro. Quando as taxas de juros caem nos EUA, o dólar tende a se desvalorizar em relação a outras moedas, como o real, pois o investimento em dólar se torna menos atrativo. Essa combinação de juros mais baixos nos EUA e uma melhora no sentimento global favoreceu a queda do dólar frente à moeda brasileira.
Visão Geral
Em resumo, o dia foi positivo para a bolsa de valores brasileira, com o Ibovespa em alta e o dólar em queda. Essa performance foi resultado de uma combinação de fatores: dados domésticos favoráveis, como o superávit da balança comercial, e, principalmente, a percepção de enfraquecimento da economia americana e a alta probabilidade de cortes nas taxas de juros dos EUA. Esse cenário global de maior otimismo e busca por risco impactou diretamente o câmbio e a valorização das ações no Brasil.
Créditos: Misto Brasil