Governo propõe 18,8% de reajuste a policiais e bombeiros do DF; Categorias analisam e cobram paridade
O governo federal propôs um reajuste salarial de 18,8% para as forças de segurança do Distrito Federal. Esta oferta foi feita durante uma reunião de negociação e visa atender à antiga demanda das categorias, que buscam equiparar seus salários aos da Polícia Federal. Policiais civis, militares e bombeiros da capital federal terão essa proposta analisada.
O Cenário do Reajuste Salarial
Os salários dos profissionais de segurança do Distrito Federal são pagos integralmente pelo Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). Este é um recurso federal crucial, que também sustenta as áreas de saúde e educação na capital. A discussão sobre o reajuste se insere em um contexto de busca por valorização e igualdade remuneratória.
A Proposta em Números
A proposta de 18,8% será dividida em duas etapas: a primeira parcela será paga ainda neste ano, e a segunda em abril do próximo ano. Com este aumento, as remunerações passariam a ter os seguintes valores aproximados:
* **Policiais Civis:** de R$ 13.170,94 a R$ 36.288,04.
* **Policiais Militares e Bombeiros:** de R$ 7.619,49 a R$ 27.534,56.
As Barreiras Financeiras
Embora o Fundo Constitucional do Distrito Federal seja corrigido pela Receita Corrente Líquida e não esteja sujeito ao teto de gastos, ele está incluído na meta de despesas do novo regime fiscal. Isso significa que qualquer reajuste salarial impacta diretamente o resultado primário da União. A proposta apresentada representa um aumento de 12,2% nas despesas de 2026, enquanto o arcabouço fiscal limita o crescimento das despesas com pessoal a 6,1% em 2027, gerando um desafio orçamentário.
A Persistência por Igualdade e a Questão do Fundo
Os parlamentares que atuam como ponte entre o Palácio do Planalto e os representantes das forças de segurança, como a senadora Leila do Vôlei (PDT-DF) e a deputada Erica Kokay (PT-DF), afirmam que a luta pela paridade salarial já dura três anos e continuará. Há também uma preocupação com a destinação do FCDF: em 2019, 56,4% do fundo eram destinados à segurança pública, percentual que caiu para 45,84% atualmente, com o restante indo para saúde e educação. Há um argumento de que uma gestão mais eficiente dos recursos específicos dessas áreas evitaria a necessidade de “retirar” verbas da segurança, prejudicando a valorização e a ampliação do efetivo.
Visão Geral
A proposta de reajuste de 18,8% para as forças de segurança do Distrito Federal está sobre a mesa, mas ainda será analisada pelas categorias. Enquanto isso, o governo federal busca equilibrar a demanda por valorização salarial com as restrições impostas pelo arcabouço fiscal. A negociação prossegue, com a expectativa de que se encontre um caminho para atender às expectativas dos profissionais e, ao mesmo tempo, respeitar os limites orçamentários do país.
Créditos: Misto Brasil