Dados do Operador Nacional do Sistema confirmam o impacto positivo da expansão da rede na eficiência da energia renovável.

Conteúdo

• Eficiência Operacional: Novo Eixo de Transmissão Alivia Gargalos e Potencializa Geração Renovável no SIN
• A Causa da Redução: Destravando Gargalos Estratégicos e o Papel da Ampliação de Carga
• Impacto Financeiro e na Segurança do Suprimento com a Redução do Curtailment
• A Importância Contínua da Transmissão para a Transição Energética
• Visão Geral

Eficiência Operacional: Novo Eixo de Transmissão Alivia Gargalos e Potencializa Geração Renovável no SIN

O Sistema Interligado Nacional (SIN) acaba de dar um passo significativo na otimização do escoamento de energia. Dados preliminares divulgados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) apontam que a recente ampliação de carga em cerca de 4 GW — proveniente da entrada em operação de novas linhas de transmissão — resultou em uma notável redução de 17% no curtailment (restrição de geração). Esta é uma notícia excelente para o setor de energia renovável.

Para os profissionais que lidam com a geração eólica e solar, o curtailment sempre foi um espectro financeiro negativo. O ato de ter a geração limitada por restrições da rede, sem que a energia seja efetivamente entregue, traduz-se em perda de receita e risco elevado para os projetos. A redução de 17% confirma a correlação direta entre investimento em transmissão e a capacidade de aproveitamento da energia limpa.

A Causa da Redução: Destravando Gargalos Estratégicos e o Papel da Ampliação de Carga

A ampliação de carga mencionada pelo ONS refere-se à conclusão e energização de trechos críticos, frequentemente localizados nas regiões com maior concentração de novos parques eólicos no Nordeste e projetos solares no interior. Estes trechos atuam como verdadeiros “desafogadores” do sistema.

Quando a rede de transmissão não suporta o volume gerado, o ONS é obrigado a emitir ordens de restrição para evitar sobrecargas e instabilidade. Com os 4 GW adicionais de capacidade de escoamento, a rede ganhou margem de manobra, permitindo que mais energia renovável, que é mais barata e limpa, chegue aos centros de consumo de forma segura.

Impacto Financeiro e na Segurança do Suprimento com a Redução do Curtailment

A redução de 17% no curtailment possui um impacto financeiro imediato. Para os geradores, significa que uma fatia maior da energia contratada está sendo efetivamente vendida, melhorando a rentabilidade e a previsibilidade de caixa. Isso fortalece o mercado de energia e reduz o risco percebido em futuros leilões de expansão.

Do ponto de vista da segurança do suprimento, o ganho é ainda mais relevante. Aproveitar integralmente a geração renovável despachável em momentos de pico reduz a necessidade de acionamento de usinas termelétricas mais caras e poluentes, aquelas que historicamente servem como backup de emergência. O ONS consegue manter a estabilidade do SIN utilizando a fonte mais barata disponível.

A Importância Contínua da Transmissão para a Transição Energética

Os dados apresentados pelo ONS servem como um lembrete contundente de que a transmissão é o elo fundamental da transição energética brasileira. Sem a infraestrutura de escoamento, o crescimento da geração se torna economicamente inviável.

Este resultado positivo de 17% deve impulsionar a continuidade dos investimentos e a agilização de novos projetos de linhas de transmissão. A meta do setor é continuar a ampliar a carga suportada, eliminando o curtailment progressivamente e consolidando o Brasil como líder na integração de energia limpa em larga escala, provando que planejamento de infraestrutura é sinônimo de eficiência econômica.