Falta de cuidados pode causar uma série de problemas e reduzir em até 25% a eficiência do sistema.
A manutenção dos sistemas fotovoltaicos, que envolve a limpeza das placas solares, deve seguir uma periodicidade que varia conforme o perfil do usuário, mas, em geral, deve ser realizada em um recorte de tempo que varia de seis meses a um ano. Do contrário, a falta de cuidados pode causar uma série de problemas e reduzir em até 25% a eficiência do sistema. É o que explica o presidente da Associação Potiguar de Energias Renováveis, Williman Oliveira. Ele chama atenção para um ponto importante: a manutenção só deve ser feita por empresas especializadas que atuam no setor de energia solar.
Oliveira, CEO da WSO, explica que, além das placas em si, o usuário precisa se preocupar com os demais componentes do sistema, como o ajuste de strings (que atua como proteção em casos de descarga elétrica e curto-circuito), reaperto de conexões e ajustes no quadro elétrico para eliminar pontos quentes, provocados por temperaturas acima do normal em um determinado módulo.
“Sem a manutenção pode-se perder até 25% da geração de energia. E esse índice se sobressai na hora de olhar a conta. Aquilo que era gerado não é mais, e aí o custo volta para o usuário, porque ele passa a ser atendido pela concessionária”, explica.
Essa perda de capacidade de geração de energia, alerta, provoca o risco de incêndios e curtos-circuitos, diminui o tempo de vida útil do sistema e adiciona custos com reparos e substituições. Os fatores que levam à necessidade de reparos são variados. Cidades litorâneas, como Natal, sofrem com os efeitos da maresia.
“Com o tempo, as placas vão criando uma crosta que diminui a quantidade de radiação, responsável pela geração de energia. Para garantir eficiência, é importante que as placas estejam limpas e saudáveis”, afirma o presidente da Aper.
Outros fatores também influenciam. “Fuligem, cocô de pássaro, poeira, folhas ou restos de plantas que podem ser levados pelo ar interferem no sistema e levam à necessidade de intervenções”, diz Williman Oliveira. Segundo ele, os gastos com a manutenção são variados, porque dependem da potência específica de cada usina. “A gente calcula, em média, índices que variam entre 1,5% a 2% do valor que o cliente investiu na usina. Então, se o cliente investiu 30 mil reais, o custo pode variar de R$ 450 a R$ 600, por exemplo”, detalha.
A economia é outra vantagem da manutenção periódica. “O investimento em um projeto garante ao usuário um valor de retorno, chamado payback. Para isso, há uma estimativa, de geração de uma quantidade específica de energia”, comenta Oliveira. “Com a manutenção, evitam-se perdas e isso gera economia na mesma proporção”, aponta. O presidente da Aper reforça que a manutenção deve ser feita por uma empresa especializada para garantir a eficiência dos cuidados e se distanciar de possíveis danos.
“É importante procurar uma empresa que conheça o processo de energia renovável. Colocar pessoas amadoras, que vão usar produtos que não estão de acordo, pode causar não só um acidente, como pode danificar também o sistema”, ensina. “São empresas que tenham no próprio portfólio a capacidade de manutenção preventiva e corretiva de usina solar”, completa Williman Oliveira, sobre o perfil a ser procurado na hora de realizar os reparos