Conteúdo
- O Alvo: Repetro E Aumento De Tributação
- O Efeito Cascata No Gás Natural E Na Energia
- Ameaça À Sustentabilidade Econômica Fluminense
- O Debate Na Alerj: O Centro Da Decisão
- Visão Geral
- Conclusão: A Estabilidade Como Maior Incentivo Fiscal
O Alvo: Repetro E Aumento De Tributação
O cerne do projeto estadual é a modificação de regimes especiais que garantem a competitividade fluminense. Um dos principais alvos é o Repetro (Regime Aduaneiro Especial de Importação e Exportação de Bens Destinados à Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural). Este regime é crucial, pois desonera a importação de equipamentos essenciais, como plataformas e embarcações.
O Repetro tem sido, historicamente, um pilar para atrair os gigantes internacionais e manter o Rio de Janeiro como o hub brasileiro do óleo e gás. As entidades do setor de óleo e gás – incluindo ABEGÁS, IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás) e a FIRJAN – manifestaram preocupação unânime. Eles argumentam que a retirada ou a redução desses incentivos fiscais tornará o estado o mais caro para se investir no Brasil.
O Efeito Cascata No Gás Natural E Na Energia
A reação da indústria de óleo e gás é amplificada pelo impacto no gás natural. O Rio de Janeiro é a principal porta de entrada e processamento de gás natural no país, um combustível considerado essencial na transição energia limpa como fonte de segurança para a intermitência da energia limpa.
Ao encarecer a cadeia de suprimentos do óleo e gás, o projeto aumenta o custo final do gás natural. Este aumento será repassado para as termelétricas fluminenses e para a indústria que utiliza o gás como matéria-prima ou energia. O aumento da carga tributária no Rio ameaça a viabilidade econômica do gás em detrimento de fontes mais poluentes, ou simplesmente freia a tão necessária transição energética.
Ameaça À Sustentabilidade Econômica Fluminense
As entidades do setor de óleo e gás afirmam que o estado do Rio de Janeiro já arrecada receitas significativas através de royalties e participações especiais, frutos diretos da produção de óleo e gás. Esses recursos já financiam grande parte da máquina pública estadual. A tentativa de aumentar a arrecadação via redução de incentivos fiscais é vista como um tiro no pé.
O Debate Na Alerj: O Centro Da Decisão
O Projeto de Lei 6034/2025 está sendo intensamente debatido na Alerj, com inúmeras emendas propostas para mitigar o impacto. A força da indústria de óleo e gás se manifesta através de notas técnicas e audiências públicas, buscando sensibilizar os deputados para a dimensão do risco. A pressão popular e empresarial é alta para que o projeto seja revisto.
Visão Geral
O Setor de Óleo e Gás do Rio de Janeiro enfrenta um risco iminente com a proposta da Alerj de reduzir incentivos fiscais, podendo gerar uma “bomba fiscal” e forçar o desinvestimento, afetando a competitividade e a estabilidade do fornecimento de gás natural para o setor elétrico.
Conclusão: A Estabilidade Como Maior Incentivo Fiscal
O desinvestimento causado pela imprevisibilidade fiscal não é apenas uma perda de dinheiro, mas uma perda de know-how e empregos de alta qualificação. A indústria de óleo e gás é um celeiro de talentos e tecnologia que impulsiona outras cadeias produtivas, incluindo a de energia limpa. A retirada brusca dos incentivos fiscais ameaça essa base.
A estabilidade regulatória e a competitividade são os maiores incentivos fiscais que um estado pode oferecer. O Rio de Janeiro, com sua importância estratégica no setor elétrico e de óleo e gás, precisa de uma solução que harmonize a necessidade fiscal imediata com a sustentabilidade econômica de longo prazo.