A CCEE finaliza a migração de mais de 18,3 mil consumidores para o mercado livre de energia em 2025, demonstrando a consolidação do ambiente de negociação e um novo ciclo de diversificação regional.
O mercado livre de energia, que celebra 30 anos de existência, mantém um ritmo consistente de crescimento ao longo de 2025. No período de janeiro a setembro, 18,3 mil novas unidades consumidoras realizaram a migração para este ambiente. Este resultado se mantém praticamente estável se comparado ao mesmo período de 2024, quando o setor registrou o maior crescimento histórico de sua trajetória. Este avanço significativo reforça a confiança no modelo energético e a busca por maior flexibilidade na aquisição de eletricidade.
Em setembro, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, registrou a inclusão de 1.429 novos consumidores no segmento, marcando o segundo melhor desempenho para o mês, ficando atrás apenas do recorde estabelecido no ano anterior. Atualmente, o mercado livre congrega mais de 80 mil empresas e residências em todo o território nacional. Esse progresso contínuo evidencia o amadurecimento do modelo e o valor percebido pela sociedade, que cada vez mais demanda um fornecimento de energia que seja competitivo, flexível e adaptado às suas necessidades específicas.
Conforme a CCEE, este desempenho sinaliza um processo de consolidação após um ciclo de crescimento considerado excepcional. Em 2024, o mercado livre foi aberto a todos os consumidores de alta tensão, o que desencadeou um movimento imediato e intenso de migrações. A entrada em massa observada naquele ano elevou substancialmente a base de comparação, justificando o que se percebe como uma retração percentual em 2025. Isso indica que o mercado está se estabilizando em um patamar de crescimento elevado, mas mais planejado.
“O que observamos é um mercado maduro, que mantém um volume elevado de crescimento e que amplia sua diversificação regional e setorial. Isso mostra a confiança das empresas no modelo e na competitividade da energia negociada livremente”, expressa Alexandre Ramos, Presidente do Conselho de Administração da CCEE. A declaração ressalta a percepção de solidez e a aceitação do ambiente de contratação livre como uma ferramenta estratégica para a gestão de custos e suprimento de energia pelas empresas no Brasil.
Setores de serviços e telecomunicações lideram crescimento
O setor de serviços se destacou como principal impulsionador desse crescimento, registrando a migração de 6 mil novas unidades, o que representa um aumento de 25,6% em comparação com 2024. Outros segmentos com resultados expressivos incluem as telecomunicações (+19,6%) e os transportes (+15,7%). Estes números refletem o crescente interesse de empresas de porte médio e de segmentos localizados em áreas urbanas, que buscam maior previsibilidade de custos e uma gestão energética mais eficiente. A busca por contratos mais vantajosos no mercado livre de energia impulsiona essas migrações.
No âmbito industrial, houve alta nos setores de madeira, papel e celulose (+13,8%) e químicos (+1,9%). Em contrapartida, segmentos tradicionalmente fortes, como têxteis (-40,3%), veículos (-32,1%) e comércio (-17,7%), apresentaram quedas. Essa retração é atribuída ao forte movimento de entrada que esses setores já haviam realizado no ciclo anterior, o que naturalmente diminuiu o número de potenciais novos migrantes imediatos dentro dessas categorias específicas.
Expansão regional se consolida no Centro-Oeste e Norte
A análise geográfica demonstra que o mercado livre está ganhando capilaridade para além dos grandes centros urbanos e regiões tradicionais. Estados como Rondônia (+107%), Mato Grosso (+86%), Tocantins (+82%), Distrito Federal (+56%), Ceará (+56%), Piauí (+51%) e Pará (+49%) registraram os maiores incrementos percentuais acumulados no ano. As regiões Sudeste e Sul ainda concentram a maior base de consumidores, porém em um ritmo mais moderado.
São Paulo (com 5.264 migrações), Paraná (1.904), Minas Gerais (1.488) e Rio Grande do Sul (1.340) continuam a concentrar mais da metade das novas adesões ocorridas no país. A CCEE interpreta esse movimento como um reforço na interiorização do mercado livre, acompanhando ativamente a expansão de polos logísticos e agroindustriais que se desenvolvem no interior do Brasil, necessitando de energia competitiva.