Capital é Fator Crítico para Expansão do Gás Natural em Caminhões

Capital é Fator Crítico para Expansão do Gás Natural em Caminhões
Capital é Fator Crítico para Expansão do Gás Natural em Caminhões - Foto: Reprodução / Freepik
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Acesso a financiamento acessível é apontado como o principal entrave para a massificação do uso de Gás Natural e biometano no transporte rodoviário pesado.

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Visão Geral sobre o Desafio do Capital no Setor de Energia Limpa

O setor de energia limpa no Brasil enfrenta um momento decisivo. Embora a tecnologia para veículos pesados movidos a gás natural (GN) e biometano esteja madura, o crescimento exponencial é barrado pelo acesso ao capital. Guilherme Mattos, diretor comercial da Edge (Grupo Cosan), indica que o financiamento é a chave para revolucionar o transporte rodoviário. A engenharia da transição energética está pronta, mas a economia impõe o freio.

A necessidade de acelerar a descarbonização da matriz de transportes é urgente. O diesel ainda prevalece, mas o gás natural liquefeito (GNL) e o biometano apresentam-se como alternativas robustas, sobretudo para o longo curso. Mattos enfatiza que, apesar do investimento em suprimento de gás natural e infraestrutura rodoviária, é preciso injetar mais força no investimento para diminuir o custo de capital.

O Nó do Custo de Capital e o Impacto no CAPEX

A principal barreira para a adoção de caminhões a gás natural ou biometano reside no custo inicial do investimento (CAPEX). Mesmo que o gás natural gere economia substancial no combustível (OPEX) frente ao diesel, o preço de aquisição dos veículos é significativamente maior. Essa discrepância aumenta o tempo de retorno (payback), tornando a aquisição inviável para muitas transportadoras.

Para que o mercado de caminhões a gás natural atinja escala, a redução do prazo de amortização é imperativa. Isso requer linhas de crédito específicas, juros competitivos e, essencialmente, um custo de capital reduzido para o financiamento desses ativos. O mercado de capital verde deve priorizar o transporte pesado como um destino de investimento de baixo risco.

A Tecnologia dos Caminhões a Gás Natural Disponível na Pista

É fundamental notar que a tecnologia necessária para a mudança já está amplamente disponível. Montadoras globais oferecem modelos de caminhões a gás natural e GNL com autonomia e desempenho adequados às rodovias brasileiras. O foco não deve ser a inovação tecnológica, mas sim destravar a capacidade de compra das empresas. O Brasil possui a tecnologia, os players e o recurso; a carência está no fluxo de capital.

A Edge, por exemplo, trabalha ativamente no desenvolvimento da cadeia de suprimento, firmando parcerias estratégicas, como o fornecimento de GNL para frotas pesadas. Essa mobilização da iniciativa privada para construir a infraestrutura precisa ser acompanhada pelo setor financeiro para sustentar a demanda por novos caminhões.

Biometano: Estratégia de Segurança e Sustentabilidade Integrada

O avanço do gás natural no transporte está intimamente ligado ao potencial do biometano. Este combustível renovável, gerado a partir de resíduos orgânicos, oferece a vantagem de ser carbono neutro (ou negativo). A combinação de gás natural com biometano (ou o uso puro deste último) confere maior resiliência ambiental e segurança energética ao setor.

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O diretor da Edge apoia a combinação desses combustíveis como uma tática eficaz. O biometano não só complementa a oferta de gás natural, como também fortalece o pilar de sustentabilidade, um fator crítico para atrair capital de investidores focados em ESG. Tal sinergia otimiza o business case para o financiamento de longo prazo de caminhões.

Expansão da Frota e a Necessidade de Infraestrutura de Corredores

Os dados recentes indicam um crescimento notável: o número de caminhões movidos a gás natural em operação no país cresceu expressivamente, superando a marca de dois mil. Isso prova que, havendo viabilidade econômica, o transportador adota a tecnologia.

Entretanto, essa frota em expansão exige o desenvolvimento dos “corredores azuis” – rotas com pontos de abastecimento de GNL e gás natural comprimido (GNC). A construção dessa infraestrutura exige um volume significativo de capital de giro e investimento fixo. Atrair financiamento privado e público para estes projetos de rede é vital para que o crescimento da frota não seja sufocado pela escassez de pontos de reabastecimento.

O Papel Indispensável do Governo e do BNDES na Mitigação do Risco

Para superar o entrave do custo de capital, a colaboração entre os setores público e privado é essencial. Ferramentas como medidas regulatórias, isenção fiscal para importação de caminhões a gás e garantias em linhas de crédito subsidiadas são poderosas. O Congresso Nacional tem buscado ativamente fontes de financiamento para o uso do gás natural no transporte, um indicativo positivo da importância do tema.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) possui um papel central. É crucial que a instituição desenhe mecanismos de mitigação de risco e ofereça taxas de juros que encurtem efetivamente o payback dos caminhões a gás natural. Os produtos financeiros devem reconhecer o valor ambiental agregado do gás natural e do biometano, proporcionando condições que o mercado comercial atualmente não consegue replicar em escala.

Destravando a Demanda e Acelerando a Descarbonização

A Edge e outros atores do mercado reconhecem que o próximo passo é destravar a demanda. A tecnologia, o suprimento e a intenção de descarbonização estão postos. O elo faltante é a ponte financeira que conecte a oferta de caminhões mais limpos ao balanço patrimonial dos transportadores. Reduzir o custo de capital transcende a economia, configurando-se como uma política de Estado.

Em última análise, o objetivo é fazer com que a vantagem ambiental se materialize em viabilidade financeira imediata para o usuário final. Investidores de energia, economistas e profissionais de transporte devem convergir para esta solução. Somente com um custo de capital acessível e justo, o gás natural e o biometano assumirão seu papel de protagonistas na transição energética dos caminhões brasileiros. A urgência para agir é imediata.

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