Dois grandes complexos de energia solar entraram em operação no país no último mês
A energia limpa continua a impulsionar o crescimento da infraestrutura elétrica brasileira. Em setembro, o Brasil celebrou a adição de **1,4 GW** de nova capacidade renovável, segundo os dados fornecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Este influxo robusto elevou a matriz energética nacional para um total impressionante de **214,7 GW** até o primeiro dia de outubro. Notavelmente, a totalidade das 27 usinas de geração centralizada que iniciaram suas operações comerciais no mês foram baseadas em fontes renováveis: 17 centrais solares (responsáveis por 934,72 MW), oito parques eólicos (somando 391,50 MW), uma usina hidrelétrica convencional (50 MW) e uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) com 24 MW. Olhando para o panorama anual, de janeiro a setembro, o sistema elétrico brasileiro ganhou **5,9 GW**. Dentre as 97 novas unidades em operação nesse período, as fontes fósseis também tiveram sua parte, com 12 usinas termelétricas injetando 2.468,05 MW, mas as renováveis dominaram em número de empreendimentos: 35 centrais solares fotovoltaicas (1.718,35 MW), 37 usinas eólicas (1.506,40 MW), nove PCHs (171,85 MW), uma hidrelétrica (50 MW) e três Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) com 6,70 MW. A expansão não se concentrou, alcançando 17 estados entre janeiro e setembro, com o Rio de Janeiro liderando (1.672,60 MW), seguido pela Bahia (980,20 MW) e Rio Grande do Norte (657,25 MW). Setembro, especificamente, viu o Ceará se destacar na vanguarda da expansão mensal com 515,95 MW, com o Rio Grande do Norte assegurando a segunda posição com 373,77 MW.
Destaques da Geração Solar em Setembro
O mês passado foi marcado pela entrada em cena de dois gigantes da energia solar fotovoltaica, ambos integrados ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) do governo federal. O primeiro foi o **Complexo Fotovoltaico Lins**, inaugurado no Ceará. Localizado em São Gonçalo do Amarante, sua operação comercial começou no dia 18 de setembro. Este complexo é um colosso distribuído em 59 unidades geradoras, divididas em duas usinas distintas, totalizando **182 MW** de capacidade instalada. A Usina Lins 01 contribui com 90 MW (29 unidades geradoras), e a Lins 02 com 92 MW (30 unidades geradoras). A infraestrutura de conexão deste gigante será feita pela subestação SE 230 kV Pecém II.
O Potencial do Complexo Dunamis
Avançando para o Rio Grande do Norte, o **Complexo Fotovoltaico Dunamis** acendeu suas luzes no dia 24 de setembro, situado no município de Santana do Matos (RN). Este projeto, também abraçado pelo Novo PAC, é estruturado em quatro usinas (Dunamis I a IV), totalizando 36 unidades geradoras e uma capacidade instalada robusta de **117,54 MW**. O Ministério de Minas e Energia (MME) estimou um investimento de aproximadamente R$ 569 milhões neste empreendimento. Sua integração à Rede Básica será realizada através de instalações de interesse restrito, que incluem uma subestação elevadora e uma linha de transmissão em 230 kV, em circuito duplo, com um percurso modesto de cerca de 100 metros.
Visão Geral
Setembro reafirmou a tendência de crescimento acelerado da matriz renovável brasileira, com a solar fotovoltaica e a eólica sendo as protagonistas da expansão. A entrada em operação de grandes complexos como Lins e Dunamis, ambos alinhados a programas governamentais de aceleração, sinaliza um compromisso contínuo com a descarbonização da matriz, mesmo com a adição importante de capacidade termelétrica no acumulado do ano. O avanço geográfico da geração, concentrado em estados do Nordeste e Sudeste, continua a moldar o mapa energético do país, com o Ceará e o Rio Grande do Norte se destacando no desempenho mensal de adição de potência.