Esse é o segundo financiamento a uma empresa privada no projeto “Arco da Restauração”, iniciativa do Ministério de Meio Ambiente e do banco de fomento para barrar o desmate.
Por Camila Souza Ramos — São Paulo
O BNDES concedeu um empréstimo de R$ 160 milhões à startup Mombak, que vende créditos de carbono a partir de reflorestamento, para ampliar sua operação na Amazônia.
Metade do recurso sairá do Fundo Clima, com taxa de 2,5% ao ano (já incluso spread do BNDES) e prazo de 25 anos. A outra metade da captação será via Finem, com taxa perto de 10,5% e vencimento em 15 anos.
“Estamos tratando não de uma ação filantrópica, mas de economia”, afirmou Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES, à reportagem. A operação baseia-se na premissa de que o restauro vai gerar créditos de carbono que serão vendidos no mercado internacional.
Segundo a diretora do BNDES, o banco quer transformar a atividade de restauração florestal em uma indústria nacional estabelecida. “É uma frente inovadora e próspera, que tornará o Brasil referência em restauro”, defendeu. Atualmente, o Fundo Clima tem um orçamento de R$ 400 milhões para apoiar não só restauro, mas também de manejo florestal, produtos da bioeconomia e sistemas agroflorestais.
As metas do “Arco da Restauração” mostram que será preciso muito mais projetos como o da Mombak e da re.green. O projeto tem como objetivo restaurar 6 milhões de hectares em um faixa que pega as faixas sul e leste do bioma, do Acre ao Maranhão, e de capturar 1,65 bilhão de toneladas de carbono até 2030.
“O BNDES, como um banco inovador do desenvolvimento, está à frente dessa iniciativa, assim como também liderou os investimentos em energia renovável, em eólica e solar, quando ninguém ainda acreditava. O Brasil pode ser uma potência em restauro de florestas”, disse, em nota, o presidente do banco, Aloizio Mercadante.
Fonte: Globo Rural