Projeto envolvendo banco de investimentos objetiva restaurar 2,750 mil hectares de pastagens degradadas nos estados do Mato Grosso, Bahia, Pará e Rondônia, consumindo investimentos totais de R$ 135 milhões
A Belterra Agroflorestas, referência nacional em sistemas agroflorestais (SAFs) escaláveis, integrando cacau, banana, mandioca com espécies florestais, e que já restaura áreas de pastagens degradadas nos estados do Pará, Mato Grosso, Rondônia e Bahia, pretende intensificar a atuação por meio de investimentos voltados à restauração produtiva. A previsão de investimento total é de R$ 135 milhões para revitalizar 2,750 mil hectares até 2027, o que representa perto de 850 mil toneladas em sequestro de carbono.
Desse montante, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Fundo Clima, vai financiar R$ 100 milhões.
“Nesta operação com o Grupo Belterra, o BNDES une crédito, inovação e inclusão para transformar áreas degradadas em polos de floresta e alimento. É um modelo que gera renda para pequenos produtores e combate as mudanças climáticas, mostrando que a restauração ecológica é também uma oportunidade econômica para o Brasil,” afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A primeira fase, que está em implantação de 550 hectares, contou com o apoio do Fundo de Biodiversidade da Amazônia (ABF, na sigla em inglês, e que significa Amazon Biodiversity Fund), liderado pela gestora internacional Impact Earth.
Apoio Estratégico do Fundo Vale e ABF
A iniciativa também conta com o apoio do Fundo Vale na estruturação financeira, em Blended Finance e em mecanismos de garantia para sua viabilização. Desde 2020, o Fundo Vale apoia a ação por meio da Meta Florestal, que prevê a recuperação de 100 mil hectares até 2030.
Esses 550 hectares, localizados nos estados do Mato Grosso, Bahia, Pará e Rondônia, consumiram R$ 20 milhões do fundo ABF.
“Esses atores têm sido parceiros estratégicos para a Belterra e que viabilizaram o início dessa expansão. Agora, com o apoio do BNDES, a Belterra terá condições de acelerar a transição para a agricultura regenerativa em larga escala,” afirma Valmir Ortega, fundador e CEO da Belterra.
Para a Impact Earth, o investimento feito na Belterra está em linha com o propósito do fundo ABF.
“Todos os investimentos do fundo procuram incorporar indicadores de impactos sócio-ambientais na tomada de decisão. E esse na Belterra contribui para dois pilares do fundo, agricultura sustentável e cadeia de valor do pequeno produtor, gerando um modelo pioneiro de agricultura sustentável escalável, com impacto positivo para a biodiversidade e para os pequenos e médios produtores parceiros, além de geração de emprego e renda em um novo modelo produtivo, alinhado com as tendências de sustentabilidade na cadeia de valor,” afirma Andrea Resende, gerente de Investimentos da ABF.
O Fundo Vale foi o co-criador e investidor semente da Belterra e, desde 2020, vem suportando o negócio por meio de uma estratégia inovadora de blended finance que utiliza do capital catalítico como a alavanca para suportar o negócio ao longo do seu crescimento. Nos orgulha utilizar desse recurso para destravar a garantia para a primeira operação de SAF do Fundo Clima do BNDES. Um marco para o avanço dessa agenda tão relevante ao País,” disse Gustavo Luz.
Expansão e Impacto Social
Apesar de ter sido fundada em 2020, o primeiro ano de expansão da Belterra se deu a partir de 2023. Em 2024 com apoio do ABF, a empresa expandiu suas atividades restaurando hectares nos estados do Mato Grosso e Pará.
Na prática, esse projeto em andamento prevê a geração de aproximadamente 400 postos de trabalho, promovendo a economia de impacto e abrindo possibilidade para que novas propriedades rurais possam aderir à estratégia de manter a floresta em pé. Mesmo porque o modelo de negócio da Belterra envolve parcerias com médios e pequenos produtores, restauração do solo e geração de renda por meio da produção agrícola, conciliando conservação ambiental e desenvolvimento local.
A atuação inovadora da Belterra já conquistou prêmios e visibilidade internacional: a empresa foi finalista do Earthshot Prize e vencedora do Prêmio Empreendedor Social do Ano de 2024, promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e Fundação Schwab. Além disso, possui parcerias com grandes compradores de cacau e projeto de sequestro de carbono em validação na plataforma Verra.
Com a chegada do financiamento do BNDES, a Belterra avança em sua missão de restaurar milhares de hectares na Amazônia, promovendo biodiversidade, geração de renda e resiliência climática.
“O projeto representa uma demonstração concreta de como o uso sustentável da terra promove impacto econômico e social,” afirma Ortega.