A Ubrabio pressiona por uma curva definitiva de erradicação dos fósseis na COP30, posicionando os biocombustíveis como vetor central da Transição Energética brasileira.
Conteúdo
- A Pressionante Defesa da Ubrabio pela Curva Definitiva dos Fósseis
- Biodiesel: A Resposta Firme para o Setor Elétrico e a Segurança Energética
- O Roteiro de Investimentos e o RenovaBio para a Transição Energética
- Descarbonização no Transporte e a Logística do Setor Elétrico
- O Brasil como Potência Biológica na COP30
- Visão Geral
A Pressionante Defesa da Ubrabio pela Curva Definitiva dos Fósseis
O Brasil, sede da COP30 em Belém, está sendo pressionado a liderar a Transição Energética globalmente. Em um movimento audacioso que polariza o setor elétrico e a indústria de óleo e gás, a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) defende um resultado ambicioso para a conferência: o estabelecimento de uma curva definitiva de erradicação dos fósseis.
Essa postura, encabeçada por Donizete Tokarski, diretor da Ubrabio, transforma o debate sobre phase-down (redução gradual) em phase-out (eliminação total) com um cronograma não negociável. Para os profissionais da energia renovável, a proposta é um chamado ao pragmatismo sustentável: o Brasil possui os biocombustíveis e a infraestrutura para ser o primeiro grande país a se comprometer legalmente com o abandono dos fósseis.
A Ubrabio argumenta que a mera sinalização de “redução” não é suficiente. A COP30 precisa gerar um acordo vinculante que direcione os investimentos e a política pública para a substituição total, utilizando os biocombustíveis (biodiesel e bioquerosene) como os principais vetores de descarbonização, especialmente nos setores de difícil eletrificação.
Este posicionamento contrasta diretamente com a tese de “combustível ponte” defendida pela indústria do petróleo, que vê no gás natural o garantidor da segurança energética. A Ubrabio apresenta a bioenergia como a verdadeira alternativa firme e limpa, pronta para dar o salto de escala necessário.
Biodiesel: A Resposta Firme para o Setor Elétrico e a Segurança Energética
O elo mais forte da tese da Ubrabio com o setor elétrico reside no biodiesel. Historicamente utilizado para mistura no diesel de transporte, o biodiesel está se consolidando como uma alternativa de geração de energia firme e limpa. Ele pode alimentar termelétricas existentes, substituindo o óleo diesel e, em muitos casos, o gás natural, com uma pegada de carbono muito menor.
Para garantir a segurança energética e a erradicação dos fósseis, o setor elétrico precisa de fontes despacháveis que compensem a intermitência da energia solar e eólica. A Ubrabio defende que o aumento mandatório da mistura de biodiesel (B20, B30, até B100) pode direcionar a geração térmica para fontes limpas, removendo o diesel fóssil e o gás natural da base de backup.
A produção de biodiesel no Brasil é totalmente nacional, baseada em oleaginosas (soja, sebo, etc.), o que garante a segurança energética e a estabilidade de suprimento, isolando o país da volatilidade dos preços internacionais de petróleo e gás natural. A curva definitiva de erradicação dos fósseis passa, inevitavelmente, pelo aumento da participação do biodiesel no mix de geração de energia.
O Roteiro de Investimentos e o RenovaBio para a Transição Energética
Para que a curva definitiva de erradicação dos fósseis se concretize, a COP30 deve validar um novo roteiro de investimentos. A Ubrabio aponta para a necessidade de o governo dar sinais claros de longo prazo, permitindo que a Indústria Nacional de biocombustíveis expanda sua capacidade produtiva com segurança.
O programa RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis) é o principal ativo financeiro e regulatório para essa transição energética. Ele precisa ser fortalecido para garantir que os Créditos de Descarbonização (CBIOs) precifiquem adequadamente o esforço das usinas na substituição dos fósseis. Sem um valor firme e crescente para os CBIOs, o investimento de bilhões em novas plantas não se concretiza.
A Ubrabio exige que a COP30 seja o palco para um acordo global de redirecionamento de subsídios. Os recursos atualmente destinados a incentivar a produção e o consumo de combustíveis fósseis devem ser integralmente realocados para a infraestrutura de biocombustíveis e energia renovável.
Descarbonização no Transporte e a Logística do Setor Elétrico
Embora o foco da Ubrabio seja o biodiesel e o bioquerosene, o impacto dessa curva definitiva de erradicação dos fósseis reverbera diretamente no setor elétrico. O uso maciço de bioquerosene (SAF) na aviação e de biodiesel no transporte pesado libera a pressão sobre a eletrificação total da frota, permitindo que o setor elétrico concentre seus investimentos na modernização das redes e no armazenamento de energia para a demanda residencial e industrial.
Se o transporte de longa distância e a aviação são descarbonizados pelos biocombustíveis, o setor elétrico não precisa dobrar de tamanho para suprir a demanda desses setores. Isso facilita a transição energética e reduz o custo total de descarbonização para a Indústria Nacional. O bioquerosene é a solução para o “último quilômetro” da erradicação dos fósseis.
A curva definitiva de erradicação dos fósseis proposta pela Ubrabio deve incluir metas agressivas para a adoção de B100 em frotas cativas e o uso de B20 ou B30 em grandes embarcações, aliviando o uso de óleo combustível e diesel marinho, que são altamente poluentes. O setor elétrico, com sua expertise em grandes investimentos em infraestrutura, pode aprender com essa logística de biocombustíveis.
O Brasil como Potência Biológica na COP30
O maior trunfo do Brasil na COP30, segundo a Ubrabio, é a sua posição de potência biológica. O país já utiliza o etanol em escala massiva e possui a tecnologia de ponta para o biodiesel e o bioquerosene. Esse ativo de bioenergia é a garantia de que a erradicação dos fósseis pode ser feita com segurança energética e sem comprometer o crescimento econômico.
A Ubrabio argumenta que a delegação brasileira deve ir a Belém com a missão de vender essa solução ao mundo: um modelo de transição energética que não é refém de tecnologias importadas, mas baseado em recursos agrícolas e investimento em sustentabilidade local. A curva definitiva de erradicação dos fósseis é o passaporte do Brasil para liderar a agenda climática global.
A COP30 é o momento decisivo para transformar o potencial dos biocombustíveis em um compromisso global. A proposta da Ubrabio é a mais radical e, ao mesmo tempo, a mais viável para o Brasil. Ela exige que o setor elétrico e de transportes olhem para os biocombustíveis como o hub de energia limpa que irá finalmente garantir a erradicação dos fósseis em uma curva definitiva e irreversível.
Visão Geral
Em resumo, a pressão da Ubrabio por uma curva definitiva de erradicação dos fósseis como resultado ideal da COP30 não é um mero desejo ambiental. É uma estratégia econômica e de segurança energética que coloca o biodiesel e o bioquerosene no centro da Transição Energética brasileira. O setor elétrico tem um papel vital de suporte e de adoção, provando que a bioenergia é a chave para uma descarbonização firme, nacional e sem volta.























