O episódio foi marcado por interrupções e falas consideradas ofensivas, com teor machista, racista e desrespeitoso à trajetória da ministra.
A Coordenação da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados emitiu uma nota pública de repúdio contra os ataques sofridos pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, no Senado Federal.
Na nota, assinada pela deputada Jack Rocha, as parlamentares classificam o ocorrido como um “ataque brutal à democracia, à dignidade das mulheres e, em especial, à história de uma mulher negra que construiu sua trajetória com coragem, sabedoria e compromisso com o Brasil”. A sessão, conduzida pelo senador Marcos Rogério, tornou-se alvo de críticas após uma série de confrontos verbais com Marina Silva.
A ministra foi interrompida diversas vezes e teve sua voz silenciada em pleno exercício da função. Uma das frases do senador, “falo com a ministra, não com a mulher”, foi interpretada como expressão direta de machismo institucional. Além disso, a nota também cita a tentativa de silenciar a senadora Eliziane Gama, o que reforça uma estrutura de poder ainda resistente à presença de mulheres com voz ativa nos espaços institucionais.
Reações e Análise
A bancada feminina destaca que a violência contra Marina Silva é ainda mais brutal devido à sua condição de mulher negra. “Quando essa mulher é negra, a violência é ainda mais brutal, mais desumana, mais simbólica”, aponta o texto. Marina Silva, que atualmente está licenciada do cargo de deputada federal para exercer a função de ministra, foi elogiada na nota como símbolo da luta ambiental, da ética pública e da resistência das mulheres brasileiras.
Implicações e Consequências
O episódio reforça a necessidade de combater o machismo e o racismo institucional nos espaços políticos. A bancada feminina chama a atenção para a importância de respeitar a dignidade e a voz das mulheres, especialmente aquelas que são negras e que têm uma trajetória de luta e compromisso com o país. A nota pública de repúdio é um chamado à reflexão e à ação para mudar a cultura política e promover uma sociedade mais justa e igualitária.
Créditos: Agência Congresso